terça, 23 de abril de 2024
Polícia

Chacina do CDHU completa um ano sem os executores identificados

31 Out 2013 - 08h32
Fotos Vinicius Neo / SCA - Fotos Vinicius Neo / SCA -

Completa nesta quinta-feira (31), um ano da chacina que matou sete pessoas em uma quadra esportiva instalada atrás dos prédios do CDHU, na Vila Isabel, região sul de São Carlos. As investigações estão concentradas na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e estão sendo acompanhadas pela própria ouvidoria e Secretaria de Segurança Pública (SSP). Hoje o presidente do Inquérito Policial (IP), o delegado Gilberto de Aquino, concordou em falar sobre os trabalhos desenvolvidos nestes 365 dias em São Carlos.

A execução

O delegado diz que na madrugada do dia 31 de outubro de 2012, por volta da 1h40, Itamar Antonio Miranda, 52, Demetrius Mota Frisão, 26, Antonio Romário Galera, 22, Michel Bruno Fernandes, 21, Thiago Adriano Pegoraro, 25, Roni Anderson Camargo Mori, 31 e Glayce Nunes de Oliveira Madeira, 26, foram executados com tiros na cabeça e no peito. Ao lado dos corpos foram encontradas diversas cápsulas de arma calibre 9 milímetros. Dois corpos foram encontrados separados dos demais.

Duas testemunhas concordaram falar com a Polícia Civil e tem suas identidades preservadas, até no inquérito policial, e uma terceira que após prestar esclarecimentos mesmo com o compromisso de proteção a testemunha deixou a cidade e não foi mais localizada pela Polícia Civil.

Foto: Milton Rogério / SCAInformações

Aquino informou que uma comissão formada por quatro delegados e todo serviço de inteligência deu início aos trabalhos já no mês de novembro do ano passado. Inúmeras informações chegaram à polícia apontando os autores como sendo traficantes, que teriam determinado a execução das sete pessoas que seriam usuárias de drogas e não pagavam suas dívidas com o narcotráfico. Outras apontavam comerciantes que teriam contratado um grupo de extermínio formado por marginais para realizar o "limpa" de viciados de drogas no CDHU, pois isto os incomodavam. Em outras informações apareciam policiais civis e militares, porém em nenhuma destas denúncias nomes de envolvidos apareceram.

Veículo

O delegado também informou que uma das testemunhas que poderia ser qualificada como uma das sobreviventes, no início da madrugada daquele dia 31 de outubro de 2012, acompanhada de Glayce Nunes de Oliveira Madeira, 26, a única mulher executada entre as sete vítimas que fazia uso de crack nas quadras esportiva atrás dos prédios do CDHU, teria visto um homem, branco, grande, forte, conduzido um veículo Santana, modelo antigo, branco, com os vidros escuros nas proximidades.

Ela conta que Glayce, sorridente, teria parado na frente do Santana e ambas chegaram a conversar com o desconhecido e não sabiam se teriam outras pessoas no carro, que tinha os vidros pretos. Esta pessoa informou que Glayce teria dito "leva a gente para passear, para dar umas voltas".  Brincando o rapaz teria dito "fica fria eu volto logo e vou levar todos pra passear" e deixou o local. Esta testemunha conta que se separou de Glayce e deixou a quadra. Momentos após, surgiu o Santana, ocupado pelo motorista que estaria acompanhado de outros dois homens. O carro teria parado na rotatória de acesso ao conjunto do SESI e dois ocupantes encapuzados, portando pistolas de calibre 9 milímetros, teriam desembarcado e se dirigido às quadras atrás do CDHU, onde minutos após outras testemunhas teriam ouvido inúmeros disparos de arma de fogo e posteriormente a dupla desapareceu e o Santana deixou a rotatória sem ter suas placas identificadas.

Foto: Vinicius Neo / SCACinco corpos foram abandonados nas quadras de esportes que também dá acesso aos barracões da Exposhow. Pela manhã quando a polícia realizava os levantamentos sobre a chacina, os policiais encontraram outros dois corpos também com tiros de pistolas de 9 milímetros e apuraram que a dupla teria tentado escapar da execução, porém não teve tempo.  

Nome

O delegado disse que este ano um nome chegou a ser ventilado nas investigações, porém esta pessoa que também residia no CDHU, que seria um viciado em drogas e ladrão de veículos, acabou sendo assassinado tentando furtar outro Santana no interior do Jardim Gonzaga e não chegou a ser ouvido antes de sua morte.  O delegado disse que constantemente vem enviando relatórios a seus superiores para dar um parecer sobre as investigações e espera em breve concluir o trabalho com todos os envolvidos identificados e presos. 

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