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Polícia

Bancário é acusado de simular o próprio seqüestro

15 Ago 2009 - 12h25Por Redação São Carlos Agora

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) descobriu que um bancário que já ocupou o cargo de gerente de uma agência do Banco do Brasil simulou o próprio seqüestro. Ele foi indiciado por falsa comunicação de crime e deverá também responder pelo crime de estelionato, já que é acusado de sacar indevidamente dinheiro das contas de clientes.

A farsa de FCC, de 34 começou a ser descoberta ainda no dia do suposto seqüestro, 22 de julho. Nesta data, o Centro de Operações da PM (COPOM) foi informado que o veículo FOX, cinza, 2006, placas DIW-6241 de São Carlos estaria em estado de abandono na Rua Ângelo Passeri, perto do restaurante Casa Branca.

Uma viatura foi até o local e encontrou o carro com os faróis acesos e com as portas destravadas. No interior do veículo os PMs encontraram uma pochete contendo um isqueiro, maço de cigarros e um bilhete indicando o possível local do cativeiro na represa do 29.

Através do sistema de informações da Polícia os policiais descobriram que o Fox pertencia ao bancário e foram até a sua casa, onde conversaram com a sua esposa. Ela disse que o marido estava afastado das funções devido a um acidente de carro ocorrido no ano passado. Ela também declarou que ele estava endividado.

Na mesma noite a delegada Denise Gobbi Szakal que respondia pelo plantão policial foi alertada sobre o fato e juntamente com a sua equipe passou a realizar diligências.

Por volta das 3h30 da madrugada do dia 23 o bancário ligou para a Polícia Militar informando que havia sido seqüestrado e conseguiu escapar do cativeiro.

Os policiais encontraram a vítima totalmente embriagada e a levaram até a Santa Casa de São Carlos. A delegada foi até o hospital e desconfiou da atitude de FCC que fingia estar muito nervoso e com medo.
Em sua declaração o bancário disse que por volta das 17h30 foi rendido por bandidos e levado até o cativeiro, onde permaneceu até a madrugada, porém a equipe de policiais civis foi até um posto de combustíveis perto de onde o carro de FCC foi abandonado e através da filmagem das câmeras de segurança do local descobriram que por volta das 20h ele esteve no local e com a ajuda de um Guarda Municipal saiu em um Ford Ka prata.

Questionado, o bancário disse que o Guarda Municipal é seu conhecido e apenas pediu uma carona a ele até a represa do 29, onde se encontraria com amigos.

Sobre os motivos que levaram o acusado a forjar o próprio seqüestro, a delegada disse que ele corria o risco de perder o emprego, já que é suspeito de efetuar saques de contas de clientes. No dia seguinte ao ocorrido ele teria que passar por uma perícia médica que comprovaria a sua condição normal para voltar ao trabalho. Desta forma ele seria investigado por uma comissão do banco e correria o risco de perder o emprego.

Segundo a delegada, tudo foi planejado para que a data da realização da perícia fosse adiada e ele ganhasse tempo.

Seqüestrado em 2008

No início do ano passado FCC foi vítima de outro seqüestro. Na ocasião ele teve a casa invadida por bandidos, onde foi amarrado e levado pelos seqüestrados que exigiram um valor do resgate que deveria se pago pelo banco. O carro do bancário foi encontrado totalmente queimado na zona rural de São Carlos.

A Polícia investiga se este e outros crimes também não foram forjados pelo acusado que trabalha no Banco do Brasil há 10 anos, inclusive já ocupou o cargo de gerente.

Veja imagens das câmeras de segurança do posto onde o bancário foi flagrado

Confira a entrevista da delegada Denise sobre o caso

 

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