quinta, 25 de abril de 2024
Polícia

Amásio confessa ter assassinado mulher no Cruzeiro do Sul

Acusado disse que espancou a companheira batendo a cabeça dela no chão.

17 Set 2014 - 08h17
João Carlos conversa com policial militar no dia do crime. (Foto Milton Rogério). - João Carlos conversa com policial militar no dia do crime. (Foto Milton Rogério). -

No final da tarde desta terça-feira (16) a equipe do delegado Walkmar da Silva Negré do 2º Distrito Policial conseguiu esclarecer o assassinato da ajudante geral Ana Paula Machado Vieira, 42, que foi encontrada morta em um colchão no quarto de sua residência, localizada na rua República do Líbano, no Jardim Cruzeiro do Sul, na tarde do dia 9.

CORPO

Do lado de fora da casa e aparentando tranquilidade foi detido por policiais militares o amásio da vítima, Erick Fernando Rocha, 29, que relatou que havia chegado em casa e encontrado a esposa morta e deitada no colchão, bem como teria percebido que um botijão de gás teria sido subtraído do imóvel. Ele também foi ouvido pela reportagem e disse que era inocente e que tanto ele quanto a esposa eram usuários de drogas, mas, jurava que não teria feito nada. No final tarde o amásio de Ana Paula, foi retirado do local por policiais militares, pois familiares e amigos da mulher teriam o jurado de morte e chegaram a tentar um linchamento. Tudo era observado pelos investigadores e ao ser apresentado no 2º Distrito Policial Erick alegava que não estaria portando documentos e relatou que teria ligado à Polícia Militar informando sobre o encontro da mulher. Ele ainda teria comentado que Ana Paula teria problemas com o ex-marido que conhecia pelo apelido “Ticão”, que naquela tarde não foi localizado para falar sobre as acusações. O caso naquele dia foi registrado como “morte suspeita” e Erick acabou liberado.

IDENTIFICAÇÃO FALSA

No início desta semana as investigações se intensificaram e os policiais civis acabaram descobrindo que o telefonema comunicando a morte de Ana Paula teria se dado por um homem chamado João. A partir desta informação os investigadores do 2º DP passaram se aprofundar no caso e procuraram um irmão de Erick e para surpresa os mesmos descobriram que ele seria o Erick e o esposo de Ana Paula, acabou sendo identificado como o pedreiro João Carlos Ferreira, 28, que informou nome falso aos policiais. Ao ser comunicado o delegado Walkmar determinou que João fosse localizado e encaminhado para o DP, porém os policiais descobriram que ele teria desaparecido da cidade e pretendia deixar a região.

CONFISSÃO

Corpo da vítima sendo encaminhado ao IML. (foto Milton Rogério).Os investigadores passaram a comunicar os policiais de São Carlos e região e na tarde desta terça-feira, por volta das 16h10, João, acompanhado de um casal de 32 e 41 anos, acabaram indo parar na Delegacia de Polícia de Ibaté, onde o casal alegava que João teria o agredido com pancadas na face durante a noite de segunda-feira (15), durante uma discussão. Policiais ibateenses que já estavam com as informações comunicaram o delegado Walkmar da Silva Negré que enviou seus investigadores para Ibaté, onde o pedreiro João Carlos Ferreira, foi detido e encaminhado para o prédio do 2º Distrito Policial de São Carlos. Novamente indagado sobre a morte da amásia Ana Paula Machado Vieira, 42, o acusado inicialmente disse que brigavam muito, porém não sabia de sua morte.

Ao ser informado pelos investigadores que já sabiam de ameaças que fazia contra a esposa e de três registros policiais envolvendo o casal ele acabou dizendo que na última segunda-feira (8), teria novamente discutido com Ana Paula e desta feita revoltado teria jogado a mulher no chão e batido com sua cabeça por varias vezes contra o piso. Ainda segundo João Carlos, ao perceber que a mulher estaria desfalecida teria ficado com medo e deixou a casa e alega que teria ligado para ambulância pedindo para que fosse até sua casa, pois sua esposa não estaria bem. Ele também disse que seguiu para região de Santa Felícia onde consumiu drogas e ficou até à tarde de terça-feira (9), quando resolveu regressar para  casa e ao adentrar encontrou a esposa morta e deitada no colchão alegando que não queria seu mal e não pretendia matá-la.

PRISÃO TEMPORÁRIA

Após ouvir a confissão do crime em declarações o delegado Walkmar da Silva Negré representou junto a 3ª Vara Criminal pela Prisão Temporária do pedreiro João Carlos Ferreira que posteriormente foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito e posteriormente foi encaminhado ao Centro de Triagem (CT), onde aguarda as conclusões das investigações. O delegado Walkmar da Silva Negré informou que após concluir os trabalhos poderá pedir a prisão preventiva do pedreiro em face de inúmeros registros policiais envolvendo o mesmo a casos de agressões.  

Áudio: João Carlos que se identificava como o irmão Erick confessa o crime e diz que não queria matar Ana Paula. Entrevista Pedro Maciel.

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