Sem acordo, caso da professora chamada de "vagabunda" pelo prefeito prossegue na Justiça do Trabalho
28 FEV 2018 • POR Redação • 13h22
Aconteceu na manhã de segunda-feira, 26, na 2ª Vara do Trabalho de São Carlos, a audiência de tentativa de conciliação referente ao caso em que o prefeito Airton Garcia (PSB) chamou uma professora da rede pública municipal de ensino de "politiqueira vagabunda".
Como de costume, a Justiça agendou uma audiência inicial para uma possível tentativa de acordo entre os envolvidos.
No caso, a professora busca reparação por danos morais e até mesmo pelo assédio que alega ter sofrido, ao ser ofendida pelo prefeito, ocasião que houve propagação não apenas entre os servidores públicos, mas também em São Carlos e na região, chegando o caso a ser divulgado até mesmo pela imprensa televisionada.
Na ação que não corre em segredo de justiça a professora informou ao São Carlos Agora que anexou CD de áudio onde constam inclusive ameaças proferidas por pessoa ligada diretamente ao prefeito e que posteriormente recebeu salário atrasado.
O representante da Prefeitura à audiência alegou em defesa ao prefeito que o caso não deve ser analisado pela Justiça do Trabalho, pois Airton Garcia quando esteve na rádio não agia como prefeito e sim como pessoa comum e que as possíveis ofensas "não passariam de mero dissabor, requerendo ainda a improcedência da ação".
Entretanto, como não houve acordo, nova data de audiência foi agendada, onde testemunhas serão ouvidas.
ENTENDA
A polêmica começou após a professora realizar denúncia no Ministério Público Cível contra possíveis irregularidades na Secretaria Municipal de Educação e Cultura e uso irregular de veículo oficial por parte da diretora do Procon de São Carlos.
O prefeito ao ser questionado por um ouvinte em um programa de rádio que participava, acabou proferindo as palavras "politiqueira vagabunda" e que se alguém perguntasse, ele daria o nome de quem é".
O caso também está sendo apurado pelo Ministério Público Criminal. No caso Airton responde por injúria.
A Prefeitura possui TAC assinado com o Ministério Público do Trabalho onde se comprometeu a não mais assediar os servidores e no caso de haver condenação, o município poderá ser multado.