Para salários até R$ 5 mil

Isenção do IR vai beneficiar 1.800 professores de São Carlos

No bolso dos trabalhadores, o impacto será "de um 14º salário, mas distribuído todos os meses do ano", avalia economista

11 NOV 2025 • POR Da redação • 15h42
Professor - divulgação

A isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para quem recebe até R$ 5.000,00 de salário e o desconto escalonado para rendimentos de até R$ 7.000,00 vão beneficiar 90% dos professores do estado e da região que possuem um cargo ou função (no caso dos não efetivos). Como São Carlos conta com cerca de 2.000 professores, aproximadamente 1.800 docentes das redes municipal e estadual devem ser contemplados.

“Para se ter ideia, aproximadamente 50% dos professores da rede estadual — e, no interior, esse índice chega a 60% — são contratados temporários e possuem salário único, sem direito à carreira, no valor aproximado de R$ 5.400,00 bruto para uma jornada de 40 horas semanais. Todos serão beneficiados com a redução quase total do desconto do IRPF”, afirma o coordenador regional da APEOESP (Sindicato dos Professores), Ronaldo Motta.

As medidas só entrarão em vigor no próximo ano. Para analistas de diversos setores ouvidos pela Agência Brasil, a futura lei terá potencial redistributivo, aumentando o consumo das famílias, reduzindo o endividamento e impactando positivamente o crescimento da economia.

O economista João Leme, da Consultoria Tendências, estima que o Produto Interno Bruto (PIB) ganhará impulso de 0,15 a 0,2 ponto percentual. No bolso dos trabalhadores, o impacto será “de um 14º salário, mas distribuído todos os meses do ano”.

Nas contas de Pedro Humberto de Carvalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os estratos inferiores da classe média deverão dispor de mais R$ 350 a R$ 550 mensais, em média. “Vai ser uma folga orçamentária considerável”, avalia.

INFLAÇÃO E DESIGUALDADE — Otimista, Carvalho não descarta, no entanto, a possibilidade de haver inflação localizada. “Toda vez que há maior renda disponível para a população, tende-se a aumentar o consumo de serviços”, como comércio, educação, saúde, tecnologia da informação e turismo. “Serviços é um setor muito sensível à inflação”, observa, ao descartar que haja aumento expressivo no preço dos alimentos.

(Com informações da Agência Brasil)