Cidade

Conselho Tutelar investiga denúncias de maus-tratos a crianças em CEMEI na Vila Monteiro

11 NOV 2025 • POR Da redação • 14h03
Conselho Tutelar - Maycon Maximino

O Conselho Tutelar de São Carlos está acompanhando uma denúncia de supostos maus-tratos e agressões contra crianças em uma unidade da rede municipal de ensino, localizada na Vila Monteiro. A conselheira tutelar Ariane Fondato Quirino confirmou que o caso envolve relatos de violência física e psicológica atribuídos a uma professora da CEMEI.

Segundo Ariane, as denúncias foram apresentadas por familiares de diversas crianças, que relataram resistência dos filhos em frequentar a escola e mudanças de comportamento. “Recebemos denúncias de familiares que nos relataram que os filhos estavam sofrendo algumas agressões físicas e psicológicas. As crianças foram encaminhadas ao serviço especializado para atendimento, pois o Conselho não pode realizar a escuta direta dos menores”, explicou.

A conselheira destacou que os pareceres iniciais dos profissionais especializados confirmaram parte das denúncias, o que levou o Conselho Tutelar a acionar a Secretaria Municipal de Educação. “Fomos até a escola junto com a direção e representantes da Secretaria. Conversamos com o secretário de Educação, Lucas Leão, que nos informou que o caso já havia sido encaminhado à Corregedoria da Prefeitura para apuração”, afirmou.

De acordo com Ariane, as suspeitas envolvem cerca de 14 crianças, sendo que oito delas estariam ligadas diretamente à mesma professora. As demais pertencem a turmas de outras duas educadoras. “Tomamos todas as providências cabíveis e emitimos um ofício de urgência solicitando resposta até esta quarta-feira (12), sobre quais medidas serão tomadas em relação aos adultos envolvidos. As crianças e as famílias estão recebendo suporte psicológico”, acrescentou.

A conselheira também revelou que as primeiras denúncias datam de 2022, mas que o atual Conselho Tutelar tomou ciência dos fatos apenas recentemente. “Na época, a gestão escolar comunicou os fatos à Secretaria de Educação, mas era outra administração. Não sabemos o que foi feito, porque já fazem três anos. Agora estamos acompanhando de perto e exigindo respostas rápidas”, ressaltou.

Entre os relatos mais graves, consta a denúncia de que uma criança teria sido obrigada a deitar-se em um chão molhado como forma de castigo. “A denúncia descreve que a criança urinou na roupa e, como punição, foi colocada para repousar diretamente no chão, sem nenhum pano ou proteção. Há uma foto que mostra o chão molhado e a criança deitada. Essa situação ainda está sendo averiguada”, afirmou Ariane.

Por fim, a conselheira reforçou que o caso está sendo acompanhado com prioridade e que a decisão sobre possíveis afastamentos caberá à Secretaria de Educação e à Corregedoria. “São situações muito sérias. Jamais deixaríamos de cobrar providências cabíveis. Nosso papel é garantir os direitos das crianças, independentemente de onde venha a violação”, declarou.

Ariane também deixou um recado aos pais e responsáveis: “Se houver desconfiança de maus-tratos, denunciem. A escola está ali para ensinar, não para traumatizar. A denúncia é o primeiro passo para proteger as crianças. As apurações são feitas com cuidado e responsabilidade.”

NOTA DA PREFEITURA MUNICIPAL

A Secretaria Municipal de Educação informa que, assim que tomou conhecimento das denúncias envolvendo possíveis maus-tratos a alunos de uma unidade escolar, o secretário Lucas Leão adotou imediatamente todas as providências cabíveis. Entre as medidas, foi determinada a abertura de sindicância para apuração rigorosa dos fatos.

A gestão Netto Donato reafirma seu compromisso com o cuidado, a proteção e o bem-estar das crianças, zelando pelo cumprimento e respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Situações como as relatadas não serão toleradas e serão tratadas com a seriedade que exigem. A administração municipal não admite qualquer forma de abuso ou violação de direitos no ambiente escolar.