Inflação desacelera em outubro com queda na tarifa de energia elétrica
IPCA fecha mês com alta de apenas 0,09%, influenciado pela redução da tarifa de energia elétrica; acumulado em 12 meses cai para 4,68%
11 NOV 2025 • POR Jessica Carvalho R • 13h06A inflação oficial do país desacelerou fortemente em outubro, influenciada pela queda na conta de luz, e registrou o menor índice para o mês desde 1998. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,09%, após alta de 0,48% em setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,68% em 12 meses, abaixo dos 5,17% registrados até setembro e voltando a ficar abaixo de 5% pela primeira vez em oito meses. Mesmo assim, o índice ainda está ligeiramente acima do teto da meta do governo, que é de 4,5%.
Energia elétrica foi o principal fator de queda
O principal motivo para o alívio da inflação foi a redução de 2,39% na energia elétrica residencial, que teve impacto de -0,1 ponto percentual no índice geral. O resultado se deve à mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para a patamar 1, que reduziu o adicional cobrado de R$ 7,87 para R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, se não fosse essa queda, o IPCA de outubro teria ficado em 0,20%.
Alimentos praticamente estáveis
Depois de quatro meses de recuo, o grupo alimentação e bebidas registrou estabilidade (0,01%), a menor variação para outubro desde 2017. Os preços do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%) caíram, enquanto batata-inglesa (+8,56%) e óleo de soja (+4,64%) subiram.
Outros grupos também apresentaram variação moderada: habitação (-0,30%), artigos de residência (-0,34%), vestuário (+0,51%), transportes (+0,11%) e saúde e cuidados pessoais (+0,41%). As maiores altas individuais foram o aluguel residencial (+0,93%) e as passagens aéreas (+4,48%).
Inflação ainda acima da meta
Mesmo com o recuo, o acumulado de 12 meses do IPCA segue acima da meta do governo, completando 13 meses consecutivos fora da faixa de tolerância. Esse cenário tem levado o Banco Central a manter a taxa Selic em 15% ao ano, o maior nível desde 2006.
O juro alto visa conter a demanda e desacelerar os preços, encarecendo o crédito e desestimulando o consumo. A inflação de serviços avançou 0,41% no mês e 6,20% em 12 meses, enquanto os preços monitorados caíram 0,16% em outubro e acumulam alta de 4,20% em 12 meses.
De acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, o mercado financeiro projeta inflação de 4,55% e Selic de 15% ao fim de 2025.
Com informações da Agência Brasil