Futebol

São-carlense Isaque brilha no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia

Meia afirma que gostaria de ter tido mais chances no Fluminense e deseja voltar ao Tricolor no futuro

11 NOV 2025 • POR Da redação • 08h02
O são-carlense Isaque: craque ia para o São Paulo F.C., mas ficou encantado com a estrutura do Fluminense e rumou para o Rio de Janeiro. - Shakhtar Donetsk

Após ser vítima do futebol defensivo do técnico Renato Gaúcho, que optava por povoar o meio de campo com três volantes e não disputar o Mundial de Clubes nos Estados Unidos, o são-carlense Isaque hoje brilha na Ucrânia.

O craque deixou o interior de São Paulo rumo ao Rio de Janeiro, onde fez parte da Esquadrilha 07, grupo de grandes jogadores e promessas do clube. O Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, pagou pela joia uma fortuna de R$ 63 milhões, com a possibilidade de o negócio chegar a R$ 75 milhões com bônus por metas e outros fatores. A equipe carioca manteve 10% dos direitos econômicos.

O meia-atacante foi promovido ao time profissional tricolor na reta final do Brasileirão de 2024. Isso ocorreu contra o Cuiabá, no Maracanã, no dia 5 de dezembro. Ao entrar em campo, não realizou apenas um sonho pessoal, mas também o de seu pai, Fernando, seu mentor e apoiador constante.

Na adolescência, Fernando morava na Bahia quando teve a chance de ser jogador, mas viu o sonho frustrado por não ter condições financeiras de seguir com a tentativa.

“Eu conversava muito com o meu pai, e uma das coisas que ele mais falava era isso: que o maior sonho dele era me ver se tornando um jogador profissional, porque ele tentou, era isso que ele queria e, infelizmente, não conseguiu. Eu fico muito feliz de olhar para trás e ver tudo o que a gente passou, e agora o sonho está realizado. Isso é muito gratificante”, afirmou o jovem de 18 anos.

“Pai e mãe são todos babões pelos filhos. Ele fica todo bobo, não acredita nas coisas, ainda mais quando cheguei e pude fazer o meu primeiro gol como profissional. Fica me mandando mensagem direto, emocionado e chorando. Eu fico muito honrado e feliz de poder dar esse orgulho para ele”, completou.

O destino poderia ter sido diferente para Isaque. Nascido em São Carlos, interior de São Paulo, ele se destacou nos campinhos da cidade e foi convidado pelo São Paulo para integrar a base. Porém, uma ligação do Fluminense balançou seu coração e mudou sua história.

“Na época, eu tinha 10 anos. Passei nos testes e, quando fui assinar com o São Paulo, acabei disputando a mesma competição em que o pessoal do São Paulo tinha me visto, mas pela escolinha da minha cidade. Foi quando o pessoal do Fluminense me viu. Fui conhecer as estruturas por 15 dias e acabei me apaixonando por lá. Fui muito bem tratado. O começo foi muito difícil, sou do interior de São Paulo e não conhecia muita coisa, mas, graças a Deus, deu tudo certo e fui muito feliz lá”, explicou.

O jovem, porém, disputou apenas 11 jogos no Tricolor carioca após a concorrência no setor aumentar com a chegada de Acosta e a preferência de Renato Gaúcho, então técnico da equipe, por uma formação com três volantes. O meia-atacante confessa que esperava ter recebido mais oportunidades.

“Eu acho que o sonho de todo moleque que começa a jogar bola é se tornar jogador profissional e ir jogar na Europa. Mas eu queria ter ficado mais tempo no Fluminense, ter esse gostinho de mostrar quem eu era no profissional. Infelizmente, joguei pouco, não consegui os objetivos que queria, mas estou feliz, vim realizar um sonho de jogar fora do Brasil. Tenho muita gratidão ao Fluminense, por tudo o que fizeram por mim e por me mostrarem para o mundo. No futuro, espero voltar e terminar uma história linda por lá.”

Rodeado de jogadores experientes no Flu, Isaque Silva teve um “mentor” no dia a dia: Thiago Silva. A admiração, que antes já existia como fã, se estendeu ao colega de trabalho.

“O Thiago Silva foi um cara que me ajudou bastante, me dava muitos conselhos. Foi muito importante passar por momentos com esses caras. O Thiago, eu assistia na televisão desde pequeno, um consagrado do futebol, um ídolo mundial. Foi uma experiência incrível e que vou levar como aprendizado para o resto da vida.”

Hoje no Shakhtar Donetsk, a cria do Tricolor das Laranjeiras vem ganhando oportunidades e tem recebido elogios nos bastidores. Apesar do frio ucraniano, os churrascos e resenhas com os brasileiros do elenco (12 no total) ajudaram na adaptação.

“Está sendo uma experiência muito nova para mim. Um país muito diferente, uma cultura diferente, e estou muito feliz. Consegui chegar com o pé direito, fazendo gol, e como tem muito brasileiro aqui, acabou facilitando um pouco essa adaptação. O dia a dia com o pessoal aqui é maravilhoso. Muita resenha, o pessoal me acolheu superbem, saímos juntos, fazemos churrasco. É tudo leve e em família”, finalizou.