CRECISP aposta em novos empreendimentos em São Carlos com plano para classe média
Famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil terão linha de crédito com taxa de juros de 12% ao ano e prazo de até 35 anos para pagamento.
13 OUT 2025 • POR Da redação • 14h51O CRECISP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo) está apostando em grandes investimentos no setor imobiliário de São Carlos, impulsionados pelo novo modelo de crédito imobiliário do país.
O projeto reestrutura o uso da poupança para ampliar a oferta de crédito, especialmente para a classe média. O lançamento ocorreu na última sexta-feira, 10 de outubro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o evento Incorpora 2025, realizado no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo (SP), um dos maiores do setor.
“Eu acredito que o mercado de São Carlos vai reagir muito positivamente, pois, afinal de contas, neste momento, famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil passam a ter a possibilidade de uma linha de crédito com taxa de juros adequada, de 12% ao ano, e prazo de até 35 anos para pagar o imóvel, com a possibilidade tanto de aquisição de imóveis usados quanto novos. Nos imóveis novos, a entrada é de apenas 20%, e nos usados, de 40%. Então, acredito que o programa vai incluir muitas pessoas com possibilidade de compra, gerando, sem dúvida alguma, um impacto altamente positivo”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP.
Viana Neto explica que a entrada de apenas 20% do valor do imóvel deve estimular muitos empreendimentos em São Carlos. “Com certeza absoluta, este fator vai possibilitar novos negócios. Com isso, o potencial de mercado de São Carlos e região será altamente favorecido. A expectativa é muito boa. Agora temos financiamento habitacional que abrange desde o público de baixa renda até a classe média, algo que nunca houve no Brasil. Pela primeira vez temos essa possibilidade. Então, deveremos ter um mercado aquecido e São Carlos, sem dúvida nenhuma, com ótimas oportunidades de bons negócios”, destaca.
Segundo Viana Neto, o projeto é audacioso e prevê a construção de 80 mil novas habitações.
Após um período de transição, o total dos recursos depositados na caderneta de poupança será referência para uso no setor habitacional, com o fim dos depósitos compulsórios no Banco Central (BC).
Além disso, o valor máximo do imóvel financiado no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) passará de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Atualmente, famílias com renda até R$ 12 mil são atendidas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, com juros menores. Desde o início do seu terceiro mandato, o presidente Lula defende uma alternativa de financiamento voltada à classe média. A previsão é que, com essa mudança, a Caixa Econômica Federal financie mais 80 mil novas moradias até 2026.
Atualmente, 65% dos recursos da poupança captados pelos bancos precisam ser direcionados ao crédito imobiliário; 15% estão livres para operações mais rentáveis e 20% ficam com o Banco Central na forma de depósito compulsório.
Os financiamentos via SFH vinham perdendo espaço no mercado em meio aos saques da caderneta de poupança, principal fonte de recursos para crédito habitacional no país.
Em 2023 e 2024, as retiradas líquidas da poupança foram de R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. Em 2025, a caderneta já registra resgate líquido de R$ 78,5 bilhões.
Entre as razões para os saques está a manutenção da Selic – a taxa básica de juros – em patamar elevado, o que estimula a aplicação em investimentos com melhor desempenho.
ENTENDA AS MUDANÇAS
A reforma anunciada na sexta-feira “moderniza as regras” de direcionamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), com o objetivo de maximizar a poupança como fonte de financiamento.
“Na medida em que mais valores são depositados em poupança, mais crédito será disponibilizado para financiamento imobiliário, o que tende a ampliar a oferta de crédito, considerando ainda as captações de mercado, por exemplo, via LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)”, explicou o governo em comunicado.
Após um período de transição, o direcionamento obrigatório de 65% dos depósitos da poupança será extinto, assim como os depósitos compulsórios no Banco Central referentes a esse tipo de aplicação.
O total dos recursos depositados na caderneta de poupança passará a ser referência para o volume de dinheiro que os bancos devem destinar ao crédito habitacional, incluindo as modalidades do SFH e do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
Quando o novo modelo estiver plenamente implementado, se uma instituição captar no mercado, por exemplo, R$ 1 milhão e direcionar integralmente esse montante para financiamento imobiliário, ela poderá usar a mesma quantia captada na poupança, que tem custo mais baixo, para aplicações livres por um período predeterminado.
Para isso, 80% dos financiamentos habitacionais deverão ser feitos pelas regras do SFH, que têm juros limitados a 12% ao ano.
“O novo modelo aumenta a competição, pois incorpora os depósitos interfinanceiros imobiliários ao direcionamento, o que permite que instituições que não captam poupança também concedam crédito habitacional em condições equivalentes às demais”, argumenta o governo.
A transição será gradual, iniciando ainda este ano. O novo modelo deverá ter plena vigência a partir de janeiro de 2027.
Até lá, permanece o direcionamento obrigatório de 65% dos recursos captados na poupança para operações de crédito habitacional.
Dos 35% restantes, pelas regras atuais, 20% são recolhidos ao Banco Central a título de depósito compulsório e 15% vão para operações livres.
Durante a transição, o volume dos compulsórios será reduzido para 15%, e os 5% restantes serão aplicados no novo regime.
(Com informações da Agência Brasil)