Anvisa libera produção emergencial de etanol farmacêutico usado como antídoto contra metanol
Medida permite fabricação temporária do medicamento pelo laboratório Cristália, que doará todo o lote ao Ministério da Saúde
12 OUT 2025 • POR Jessica CR • 17h11A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, na sexta-feira (10), a Resolução-RE nº 4.012/2025, que autoriza a fabricação do primeiro lote de etanol farmacêutico injetável no Brasil. O produto será utilizado como antídoto em casos de intoxicação por metanol, substância tóxica presente em bebidas adulteradas.
O laboratório Cristália foi autorizado a produzir as doses, que serão integralmente doadas ao Ministério da Saúde para distribuição em unidades de saúde de todo o país. A solicitação foi protocolada no dia 9 de outubro e analisada em caráter de urgência pela Anvisa.
O diretor-presidente da Anvisa, Leandro Safatle, destacou a cooperação entre os setores público e privado para responder rapidamente à situação emergencial.“Nos momentos decisivos, de emergência nacional, a indústria sempre se prontificou a atender da melhor forma possível. Mais uma vez, a celeridade da ação da Anvisa e do Ministério da Saúde mostra o compromisso de proteger a saúde da população brasileira”, afirmou Safatle.
Procedimento emergencial
A autorização faz parte das medidas previstas na Resolução 994/2025, também aprovada pela Anvisa, que estabelece procedimentos temporários e emergenciais para a produção de etanol etílico injetável destinado ao tratamento de intoxicações.
Para obter a regularização, a empresa fabricante deve ter sede no Brasil e atender a todos os requisitos sanitários e técnicos de qualidade exigidos pela agência. Os medicamentos terão validade de até 120 dias, prazo suficiente para atender à demanda imediata.
Contexto da medida
A liberação ocorre em meio ao aumento dos casos de intoxicação por metanol registrados em várias cidades do país. O etanol farmacêutico atua como antídoto eficaz, competindo com o metanol no metabolismo do corpo e reduzindo os danos hepáticos e neurológicos.
Com a medida, a Anvisa busca garantir o abastecimento rápido e seguro do medicamento essencial e reforçar a resposta nacional às ocorrências de intoxicação.