Na LATAM, Alckmin destaca papel de tataravó na história de São Carlos
Dona Alexandrina, viu-se compelida a doar terras em nome do crescimento da cidade, tendo cedido em 1867, 300 por 500 braças de terras à municipalidade o que corresponderia a aproximadamente 50 hectares
4 OUT 2025 • POR Da redação • 09h10Durante a solenidade de inauguração do novo hangar do MRO da LATAM em São Carlos, na sexta-feira, 27 de setembro, o vice-presidente da República e ministro da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico, Geraldo Alckmin, lembrou o papel que sua tataravó, Alexandrina Melquíades de Alckmin, teve na expansão urbana de São Carlos no século XIX.
“Eu tive uma ancestral, uma parente, que foi uma das fundadoras de São Carlos e teve um papel importante na história da cidade. No século XIX, em 1870 e poucos, havia um problema em São Carlos: a Sesmaria do Monjolinho não passava da Catedral, o que impedia o crescimento do perímetro urbano para a área Norte. Quando o marido dela faleceu, ela doou parte da Sesmaria do Monjolinho, o que permitiu à cidade crescer não só para o Sul, mas também para o Norte. Desta forma, eu também me sinto são-carlense”, destacou Alckmin durante a entrevista coletiva.
Há 11 anos, em junho de 2014, durante a inauguração da unidade do programa Bom Prato em São Carlos, o então governador paulista recebeu do prefeito Paulo Altomani um quadro com a imagem de sua tataravó, Dona Alexandrina Melquíades de Alckmin, que morou por anos em São Carlos.
Nascida em Campanha da Princesa, em Minas Gerais, no ano de 1816, Alexandrina Melquíades de Alckmin teria se casado muito jovem, segundo os costumes da época, com o também mineiro João Alves de Oliveira.
Seu marido comprou a Sesmaria do Monjolinho, parte da região que posteriormente compôs o território de São Carlos. Quando a construção da capela dedicada a São Carlos Borromeu foi idealizada, em 1856, o projeto sugeria a região onde atualmente se encontra a E.E. Dr. Álvaro Guião como o local ideal para a edificação.
Porém, essa área ficava dentro das terras da Sesmaria do Monjolinho, e João Alves de Oliveira recusou-se a ceder o terreno para a construção da capela, alegando que sua proximidade poderia distrair seus empregados e perverter seus escravos do trabalho. Para compensar, sugeriu um terreno onde hoje está a Vila Isabel, também parte de suas propriedades.
Os idealizadores da capela recusaram a proposta de João Alves, uma vez que a Vila Isabel ficava distante da área do povoado. Por fim, decidiram erguer a capela onde hoje se encontra a Catedral de São Carlos.
Com a morte de João Alves, em 1866, sua viúva e herdeira, Dona Alexandrina, viu-se compelida a doar terras em nome do crescimento da cidade, tendo cedido, em 1867, 300 por 500 braças de terras à municipalidade – o que corresponderia a aproximadamente 50 hectares.
Dona Alexandrina teve 16 filhos ao longo da vida e faleceu em 11 de outubro de 1878, aos 61 anos de idade.
Para homenagear seu gesto de ceder terras para São Carlos, a Câmara Municipal mudou o nome da então Rua Jatahy para Rua Dona Alexandrina, em 1887.