Cidade

Intoxicação por metanol: bares e clubes de São Carlos reforçam medidas de segurança

Existem pelo menos 43 suspeitas no Brasil; São Carlos Clube suspende venda de destilados e bares reforçam cuidados

2 OUT 2025 • POR Redação • 17h06
Seguindo orientação do Sindi Clubes, São Carlos Clube emitiu um comunicado nesta quinta-feira, 2 de outubro, suspendendo temporariamente as bebidas destiladas - Foto: Duindo/Pixabay/Agência Brasil

O avanço dos casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas preocupa autoridades e estabelecimentos em todo o país. De acordo com o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), já são 43 suspeitas registradas – 39 em São Paulo, sendo 10 confirmadas e 29 em investigação, além de quatro casos em Pernambuco.

Em São Carlos, a situação gerou uma onda de cautela. O São Carlos Clube anunciou, nesta quinta-feira (2), a suspensão temporária da venda de bebidas destiladas, seguindo recomendação do Sindi Clubes.

Clubes estudam providências

O diretor do Country Clube de São Carlos, Antonio Poiani, afirmou que a diretoria está discutindo novas ações de segurança.“Temos algumas particularidades em relação ao São Carlos Clube, pois o associado pode entrar com bebidas próprias. Já os bares e lanchonetes são terceirizados e estamos em reunião com eles para definir os próximos passos. Amanhã certamente teremos um comunicado para nossa sociedade”, disse.

O presidente do Clube Ítalo Brasileiro, Zezão Favoretto, destacou que as bebidas do clube são adquiridas apenas em distribuidoras oficiais.“Se algum órgão de saúde recomendar a proibição, eu paro de vender imediatamente. Até porque, no Ítalo, a venda de destilados é pequena”, ressaltou.

Casas de eventos e bares adotam rigor

O produtor executivo da Liberty Music Hall, Fernando Stoppa, explicou que a segurança do público vai além da estrutura física:“Todas as bebidas que servimos são compradas de distribuidores oficiais, com notas fiscais e rótulos originais. Trabalhamos com fornecedores como Ambev e Coca-Cola Andina, o que garante procedência e qualidade.”

Stoppa ainda fez um alerta:“O consumidor deve desconfiar de preços muito abaixo da média. Se o valor é baixo demais, algo está errado.”

Em uma lanchonete da Vila São José, o comerciante Wander Japa informou que só trabalha com cachaça de fábrica.“Eu compro direto da indústria. O perigo está em adegas e festas open bar com bebidas sem procedência”, afirmou.

Procon-SP intensifica fiscalização e abre canal de denúncias

O Procon-SP criou um atalho em seu site para receber denúncias de bebidas suspeitas de adulteração. A medida faz parte da força-tarefa do governo paulista, que envolve as secretarias de Segurança, Saúde, Fazenda, Justiça e Desenvolvimento Social, além de órgãos do varejo.

Recomendações do Procon-SP aos consumidores:

  1. Comprar apenas em estabelecimentos de confiança.

  2. Desconfiar de preços muito abaixo da média.

  3. Observar embalagem e rótulo (erros de grafia, lacres malfeitos, ausência de CNPJ ou lote).

  4. Evitar “testes caseiros” como provar ou queimar a bebida.

  5. Atentar-se a sintomas pós-consumo: visão turva, náusea, dor de cabeça intensa e tontura.

  6. Procurar atendimento médico imediato em caso de suspeita.

  7. Denunciar ao Disque-Intoxicação (0800 722 6001) ou pelo site do Procon.

  8. Exigir sempre a nota fiscal, que garante rastreabilidade do produto.