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Atendimento indígena na UBS São José tem boa adesão e segue quinzenalmente

25 SET 2025 • POR Jessica Carvalho R. • 20h14

A Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila São José chegou à segunda semana de atendimento específico voltado à população indígena. O serviço, realizado às quintas-feiras, das 7h às 12h, busca oferecer consultas médicas e acolhimento respeitando as práticas culturais desse público.

A médica Karla Pankararu, responsável pelos atendimentos, destacou a boa procura. “O pessoal está vindo, ocupamos as vagas do primeiro dia e desse segundo dia também. A tendência é que eles venham sempre, não só para consulta médica, mas também para acolhimento”, afirmou. Ela reforça que a abordagem integra saberes da medicina acadêmica com os conhecimentos tradicionais indígenas. “A gente tenta alinhar o que aprendi na universidade com os saberes que eles trazem para o diálogo”, explicou.

Para Aline Barreto de Almeida Nordi, professora da UFSCar e tutora do Programa de Educação Tutorial Indígena, o serviço atende a uma demanda antiga. “A presença indígena na universidade não é recente, mas o número atual tornou visível a necessidade de um atendimento específico. O objetivo é atender estudantes e seus familiares que vivem na cidade”, disse.

O estudante Jonas Barbosa conheceu o serviço pelas redes sociais da Prefeitura. “Facilitou bastante minha rotina e me senti bem acolhido. A equipe me orientou sobre os exames e o atendimento exclusivo tornou tudo mais fácil”, relatou.

O secretário municipal de Saúde, Leandro Pilha, afirmou que a estrutura está sendo organizada para garantir continuidade. “Estamos organizando o atendimento para que ele seja contínuo e respeite as especificidades da população indígena”, explicou. Já o prefeito Netto Donato ressaltou a importância da ação: “Esse atendimento é uma forma de reconhecer a diversidade da cidade e garantir que todos tenham acesso ao sistema de saúde”.

Segundo o Censo do IBGE de 2022, São Carlos possui 351 indígenas residentes. Grande parte é formada por estudantes da UFSCar que permanecem no município após a graduação, muitos acompanhados por familiares, incluindo crianças e bebês nascidos na cidade — o que reforça a necessidade de políticas públicas específicas para esse grupo.