CEPOF- Centro de Pesquisa em Ótica e Fotônica - IFSC – USP assiste pacientes que precisam do tratamento a laser para a mucosite
21 SET 2025 • POR Kleber Jorge Savio Chicrala • 07h00Entrevistada: Dra. Deise Luciane Paiva
Uma das missões do CEPOF – IFSC - USP, coordenado pelo Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, que agora passa a ser um Centro de Excelência da USP, é o desenvolvimento de novas tecnologias que ajudem a sociedade brasileira. São diversos projetos em realização, inclusive o tratamento da mucosite de pacientes oncológicos.
Através de uma parceria com a Santa Casa de São Carlos e o CEPOF, vários pacientes já estão recebendo o tratamento que, apesar de ser aprovado pela ANVISA, ainda não é amplamente difundido na cidade e sempre tem um aspecto de pesquisa associado.
As mucosites representam uma das complicações mais frequentes e debilitantes associadas a tratamentos oncológicos, especialmente a quimioterapia e a radioterapia em cabeça e pescoço. Caracterizam-se por inflamação dolorosa da mucosa oral, que pode evoluir para ulcerações, dificultando a alimentação, a fala e até mesmo a adesão do paciente ao tratamento do câncer.
Nesse contexto, o uso do laser de baixa intensidade (fotobiomodulação) tem se consolidado como uma ferramenta de grande importância. O laser atua promovendo efeitos bioestimulantes e anti-inflamatórios, favorecendo a cicatrização tecidual, reduzindo a dor e acelerando a regeneração da mucosa. Além disso, estimula a microcirculação e o metabolismo celular, fatores fundamentais para a recuperação em tecidos lesionados.
Outro aspecto relevante é que o tratamento com laser é não invasivo, indolor, de fácil aplicação e com praticamente ausência de efeitos colaterais, características que o tornam altamente viável em ambiente clínico.
A utilização do laser no manejo das mucosites não apenas melhora a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo a intensidade dos sintomas, como também possibilita a continuidade mais adequada das terapias oncológicas, sem interrupções causadas por complicações orais graves.
Com apoio de empresas locais (MMOptics e NAPID) e o projeto EMBRAPII, este tem sido um tema de desenvolvimento instrumental e de protocolos clínicos do CEPOF.
A ação do LASER inicia-se em nível celular, quando a luz é absorvida pelas mitocôndrias, estimulando a enzima citocromo c-oxidase e aumentando a produção de ATP. Esse ganho de energia favorece a regeneração tecidual e acelera o processo de cicatrização. Além disso, promove analgesia por meio da liberação de endorfinas, aliviando a dor frequentemente associada às lesões.
“Não podemos esquecer que quando aplicado de forma preventiva, o LASER contribui para tornar a mucosa mais resistente, diminuindo a incidência e a gravidade das ulcerações durante as terapias”, diz o Prof. Vanderlei Bagnato, um dos coordenadores do trabalho.
O trabalho tem a liderança clínica da Dra. Deise Paiva e apoio dos doutores Luismar Barbosa Cruz Jr e Antônio Aquino e da Dra. Lilian T. Moriyama e Akemy R. Poletti, todos membros do CEPOF – IFSC - USP.
"No momento estamos aplicando da forma convencional, mas a ideia será prestar o serviço como apoio, ao mesmo tempo que desenvolvemos um novo dispositivo que tornará a aplicação mais rápida e eficiente, com o uso de um aplicador multipontos. Isto dará mais conforto ao paciente, facilitando a aplicação", explica a Dra. Deise.
Fontes:
Dra. Deise Luciane Paiva – CEPOF – INCT – IFSC – USP;
Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato – Coordenador do CEPOF – INCT – IFSC – USP e Membro do Grupo de Óptica – IFSC – USP;
Pesquisadores membros do CEPOF – INCT – IFSC – USP – Grupo de Óptica: Dr. Luismar Barbosa Cruz Jr, Dr. Antônio Aquino, Dra. Lilian T. Moriyama e Akemy R. Poletti;
Me. Kleber Jorge Savio Chicrala – Jornalismo Científico e Difusão Científica – CEPOF – INCT – IFSC – USP.