Câmara analisa Projeto Semana Pinhal
Evento deverá promover palestras e debates sobre a história de São Carlos a partir de março de 2026
15 SET 2025 • POR Da redação • 19h58Foi protocolado, na semana passada, na Câmara Municipal de São Carlos, um projeto de lei substitutivo dos vereadores Gustavo Pozzi (PP) e Larissa Camargo (PC do B), que institui a “Semana Pinhal” e inclui o evento no calendário oficial do município.
Caso o projeto seja aprovado pelos vereadores e sancionado pelo prefeito Netto Donato (PP), o que deve ocorrer nas próximas semanas, a Semana Pinhal será realizada na semana do dia 11 de março de cada ano, a partir de 2026.
Durante a Semana, o Poder Executivo, por meio dos órgãos competentes, promoverá, apoiará e incentivará a realização de atividades culturais, educacionais e turísticas para divulgar a história de figuras históricas da cidade, famílias fundadoras, bem como das comunidades negras e dos povos originários, reconhecendo seus papéis fundamentais na formação e no desenvolvimento do município de São Carlos.
O evento, segundo o projeto, também busca promover ações educativas voltadas à comunidade escolar sobre a história local; incentivar a valorização e preservação do patrimônio histórico e cultural do município junto às comunidades escolares; e estimular a participação de instituições públicas, privadas e da sociedade civil em eventos relacionados à temática da semana, garantindo a participação de diversos segmentos da sociedade.
As ações deverão garantir uma abordagem histórica com base nas relações sociais e econômicas existentes na época, além de fomentar o turismo cultural e histórico de São Carlos, por meio de visitas guiadas, roteiros educativos e experiências imersivas que contemplem os marcos históricos da cidade.
O projeto, quando idealizado por Pozzi, gerou polêmica com a comunidade afrodescendente por enaltecer Antonio Carlos de Arruda Botelho, o Conde do Pinhal, que foi empresário, fazendeiro, político e banqueiro, além de proprietário de centenas de escravos. A ideia inicial do parlamentar, que também é líder do prefeito Netto na Câmara, era valorizar um dos fundadores da cidade como uma espécie de reação ao vandalismo promovido pelo pesquisador da Unicamp, Nickolas Botta, que pichou a estátua do Conde do Pinhal no início de abril deste ano.
Pozzi explica que a ideia inicial era promover a valorização da história de São Carlos pela perspectiva de seus fundadores. Ele conta que, posteriormente, foi procurado pelo movimento afrodescendente, com a articulação da vereadora Larissa, e, a partir do diálogo, construíram um projeto mais abrangente, que vai retratar também as formas de trabalho da época e as relações trabalhistas, inclusive a escravidão. “Com estas contribuições ficou um projeto mais abrangente, fruto do diálogo, algo tão valioso e tão necessário para a democracia”, destaca o parlamentar.