A presença de estudantes e pesquisadores estrangeiros em São Carlos projeta a cidade num cenário global
12 SET 2025 • POR Rui Sintra • 07h13São Carlos, reconhecida como um dos maiores polos de ciência, tecnologia e inovação do Brasil, vive um momento de consolidação internacional. Universidades como a USP e a UFSCar, além de centros de excelência como a Embrapa, vêm atraindo um número crescente de estudantes e pesquisadores estrangeiros que buscam formação de qualidade e oportunidades em pesquisa de ponta.
Se antes predominava a chegada de estudantes da América Latina, hoje a realidade é outra: a cidade recebe jovens da América do Norte, Europa, Ásia, África e até da Oceania. Essa diversidade internacional reforça a vocação científica de São Carlos e projeta sua imagem para além das fronteiras brasileiras, transformando-a em uma referência mundial de educação e inovação.
Não é segredo para ninguém meus quase constantes encontros e diálogos com o cientista são-carlense e docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Vanderlei Bagnato, que me dá a honra de partilhar inúmeros pontos de vista científicos – e não só. Sobre este tema, Vanderlei Bagnato considera que receber estudantes e pesquisadores internacionais representa uma oportunidade estratégica para o Brasil em múltiplas dimensões.
Para ele, no campo acadêmico e científico, a presença desses contingentes fortalece a diversidade de ideias, fomenta a produção de conhecimento inovador e impulsiona a internacionalização das universidades brasileiras, ampliando redes de cooperação e parcerias com instituições de todo o mundo. Além disso, o cientista são-carlense sublinha a convivência multicultural que enriquece o ambiente universitário, promovendo integração social, respeito às diferenças e troca de experiências culturais, favorecendo a difusão da língua portuguesa e da cultura brasileira, ampliando sua projeção no cenário internacional.
A recente visita aos Estados Unidos do prefeito de São Carlos, Antônio Donato Netto, que foi acompanhado pelo Prof. Vanderlei Bagnato, foi, para o cientista, um marco nessa estratégia. Em reuniões com universidades americanas, foi firmado um memorando de intenções com a Universidade do Texas A&M, garantindo intercâmbio acadêmico e científico. Esse acordo prevê que São Carlos continue sendo destino de estudantes estrangeiros e, ao mesmo tempo, fortaleça a presença de jovens brasileiros em instituições internacionais de excelência.
A esse acordo se somam muitos outros e diversas colaborações, parcerias e intercâmbios que foram consolidados no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) ao longo dos anos, como, por exemplo, em 2015, com a University of Munster (Alemanha); em 2023, com o Russian Quantum Center - RQC (Federação Russa) e a Universidade de Tecnologia de Guangdong (República Popular da China); e, ainda, em 2024, com a Universidade de Ghent (Bélgica), só para destacar alguns casos.
Parcerias como a que foi estabelecida com a Texas A&M University já estão em andamento no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). A expectativa, segundo Bagnato, é expandir o intercâmbio para todas as unidades da USP, além da UFSCar e da Embrapa. Para ele, trata-se de uma ação que reafirma e consolida a posição de São Carlos na vanguarda da internacionalização universitária, promovendo não apenas a troca de conhecimento, mas também a cooperação diplomática e científica entre países.
Vanderlei Bagnato considera que os benefícios para a cidade são múltiplos: além de movimentar a economia local com moradia, alimentação, transporte e serviços, a presença de estudantes e cientistas estrangeiros estimula a produção científica, amplia as redes de cooperação e fortalece a difusão da cultura brasileira. Muitos desses jovens acabam permanecendo no país, contribuindo em áreas estratégicas como ciência, tecnologia, inovação e saúde.
Para o Prof. Vanderlei Bagnato, com esse movimento São Carlos se projeta como cidade universitária global, capaz de atrair talentos de diferentes continentes e de estabelecer parcerias de alto nível com instituições do mundo inteiro. “Entre duas xícaras de café, este diálogo com o cientista são-carlense desaguou na sua ponderação em que considerou que, mais do que um polo de educação, ciência e tecnologia, São Carlos se reafirma como referência internacional, mostrando que sua vocação acadêmica é também a chave para seu desenvolvimento sustentável e para sua inserção definitiva no cenário mundial.”