Justiça mantém prisão de acusados de planejar e assassinar casal de empresários de Araraquara
Decisão judicial aponta risco de destruição de provas e reforça participação de advogados de São Carlos como mandantes do crime
28 AGO 2025 • POR Flávio Fernandes • 08h21A investigação sobre o assassinato do casal de empresários de Araraquara José Eduardo Ometto Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61, ganhou novos desdobramentos nesta quarta-feira (27), em São Pedro. Uma decisão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) manteve a prisão preventiva dos advogados H.B e F.T, apontados como mandantes do crime.
As vítimas foram encontradas mortas em abril deste ano dentro da própria caminhonete, em uma chácara na área rural de São Pedro. Segundo o DEIC (Divisão Estadual de Investigações Criminais), o assassinato estaria ligado a um esquema milionário de apropriação de bens e falsificação de documentos.
DECISÃO JUDICIAL E RISCO ÁS INVESTIGAÇÕES
O desembargador Jayme Walmer de Freitas, relator do caso, entendeu que a liberdade dos acusados poderia comprometer a coleta de provas e até favorecer a combinação de versões de defesa. A decisão destacou ainda episódios como a alteração da cena do crime, a troca de linha telefônica de um dos investigados e a descoberta de documentos relacionados às José Eduardo e Rosana Ferrari em um contêiner alugado por empresa ligada aos réus.
De acordo com o magistrado, os papéis poderiam ter sido destruídos caso os acusados estivessem soltos, reforçando a necessidade da prisão preventiva.
DETALHES DO CRIME
O casal de empresários desapareceu dia 4 de abril, após saírem de Araraquara em direção a São Pedro. Dois dias depois, foram encontrados mortos dentro do veículo: ele, na cabine, com dois tiros no tórax; ela, na caçamba, amarrada e também baleada.
Os peritos e investigadores identificaram inconsistências no local, como o alarme da casa intacto, o carro aparentemente dirigido por terceiros e um cooler com alimentos perecíveis que não haviam sido consumidos.
ESQUEMA DE R$ 20 Milhões
As investigações apontam que os advogados teriam se apropriado de imóveis e valores que juntos somariam até R$ 20 milhões. O esquema incluía falsificação de documentos e cobrança de custas processuais fictícias de R$ 2,8 milhões.
DEMAIS ENVOLVIDOS
Além dos advogados, outras cinco pessoas foram presas:
C.L.O motorista particular em São Carlos e apontado como um dos executores.
E.J.V, 54 anos também acusado de participar da execução.
A.S.L, 29 anos; J.S.L, 60; e C.J.A, 39 anos investigados por fornecer a arma utilizada no crime.
ACUSAÇÕES FORMAIS
Todos os sete réus foram denunciados por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, ocultação de cadáver e fraude processual.
A defesa alega que os advogados colaboraram com as investigações e que medidas cautelares seriam suficientes, mas a Justiça tem reiterado a necessidade da prisão preventiva diante da gravidade do caso.