Conquista da são-carlense Maurren Maggi completa 17 anos
Em 2008, atleta tornava-se a primeira campeã olímpica brasileira em um esporte individual, e o primeiro ouro do atletismo brasileiro desde Joaquim Cruz em Los Angeles 1984.
22 AGO 2025 • POR Da redação • 08h01A conquista da primeira medalha feminina em uma Olimpíada, feito de Maurren Higa Maggi nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, completa hoje, sexta-feira, 22 de agosto, 17 anos. A saltadora e velocista são-carlense tornou-se o maior nome da história do atletismo feminino do Brasil ao ganhar o ouro no salto em distância na capital chinesa, alcançando a marca de 7,04 metros.
Com uma carreira profissional de quase vinte anos no esporte, na qual chegou a ser suspensa por dois anos pelo uso de doping pela World Athletics (IAAF), mesmo após a comprovação da falta de intenção da atleta no uso da substância proibida pelas regras internacionais e sua absolvição por unanimidade nos tribunais esportivos brasileiros, ela é a recordista brasileira e sul-americana do salto em distância – 7,26 m – e tricampeã pan-americana em Winnipeg 1999, Rio 2007 e Guadalajara 2011, na mesma prova.
É também recordista sul-americana da prova dos 100 metros com barreiras, com a marca de 12s71, obtida em 2001, e já foi recordista sul-americana do salto triplo, com 14,53 m, marca alcançada em 2003.
Foi por duas vezes na carreira a nº 1 do ranking mundial do salto em distância feminino, em 1999 e 2003, e a nona melhor atleta da história da modalidade, em 1999, à época do seu salto de 7,26 m. Também por duas vezes recebeu o prêmio Atleta do Ano, concedido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Em abril de 2015, anunciou sua intenção de encerrar a carreira ao fim daquele ano, tornando-se comentarista profissional de atletismo na televisão.
INÍCIO
Nascida na cidade de São Carlos, no interior do estado de São Paulo, é filha de Rute e William Maggi. Seu nome vem de uma homenagem equivocada do pai aos Beatles, de quem era fã. William, que também tem um nome de origem estrangeira, pretendia dar à filha o mesmo nome da mulher do baterista Ringo Starr, Maureen Cox, com um "R" e dois "E". Mas um erro no cartório acabou resultando no nome único e que ficou famoso: Maurren, com dois "R" e um "E". Tem dois irmãos, William e Jefferson.
Uma criança que adorava bonecos de pelúcia, Maurren começou a praticar esportes variados aos sete anos de idade – voleibol, natação, ginástica, tênis de mesa e até xadrez – e, na adolescência, já disputava competições de atletismo no interior do estado, esporte ao qual passou a se dedicar.
Em 1994, aos 17 anos, por convite daquele que seria seu técnico de toda a vida, Nélio Moura, e sua esposa, Tânia, a quem conheceu numa competição em Cubatão, desembarcou sozinha na capital paulista para participar do projeto "Futuro do Ibirapuera", uma iniciativa esportiva do governo de São Paulo, para viver e treinar no alojamento da equipe ADC-Eletropaulo, dirigida pelo casal de técnicos.
Maurren vivia em um alojamento para atletas com mais 15 meninas em apenas um quarto grande, onde o mais difícil era respeitar o espaço e as limitações das colegas, além da saudade constante da família. Nessa época, considerada a "garota problema" do grupo, chegou a sofrer um processo de expulsão por indisciplina – não concretizado por interferência de Moura – depois de mandar a melhor amiga para o hospital com uma crise nervosa ao assustá-la de madrugada com uma máscara de lobisomem. No fim do ano, as meninas eram obrigadas a voltar para suas casas porque o Ibirapuera fechava para alojamento e treinamento, para contragosto de Maurren e das demais atletas, que queriam continuar treinando.
Nesse primeiro ano em São Paulo, já demonstrou talento acima da média, conquistando os títulos de campeã brasileira e sul-americana juvenil do salto em distância, além de campeã sul-americana dos 100 metros com barreiras.
APÓS A APOSENTADORIA
Entusiasta de jogos de cartas desde a infância, Maurren começou a participar de competições de pôquer em 2010 e, após a aposentadoria no atletismo, passou a se dedicar mais ao pôquer profissional, sendo pentacampeã do Torneio de Convidados da Brazilian Series of Poker.
No ano de 2015, Maurren foi uma das doze participantes da 12ª temporada do talent show Dança dos Famosos, exibido no Domingão do Faustão pela Rede Globo, ficando em 7º lugar na competição. Em 2016, foi uma das convidadas especiais na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, realizada no Estádio do Maracanã.
Em 2017, Maurren foi uma das vinte participantes do reality show de resistência física Exathlon Brasil, apresentado pelo jornalista Luís Ernesto Lacombe e exibido pela Rede Bandeirantes. Terminou em 3º lugar.
Três anos depois, Maurren participou de seu terceiro reality show, sendo uma das onze participantes do Made In Japão, exibido pela RecordTV, no qual foi vice-campeã, derrotada pelo futebolista Richarlyson. Chegou a participar do pré-confinamento de A Fazenda 16, também da Record, mas desistiu.