História

Igreja São Sebastião completa 101 anos

A primeira capela dedicada a São Sebastião localizava-se originalmente na quadra da atual Escola Álvaro Guião, tendo seu cruzeiro sido erguido em 1877 pelos jesuítas Mantero e Servanz

14 AGO 2025 • POR Marco Rogério • 07h58
O convento está sob o comando dos monges passionistas desde 1932 em São Carlos. Localiza-se no complexo onde está a paróquia - divulgação

A Igreja São Sebastião, na Avenida Dr. Carlos Botelho, é um marco de fé e também de beleza, pois sua construção é muito bonita. Nesta quinta-feira, 14 de agosto, o templo dedicado a São Sebastião completa 101 anos de existência.
Há exatamente um século e mais um ano, era inaugurado em São Carlos o templo dedicado ao Sagrado Coração de Jesus e São Sebastião, na Rua Doutor Carlos Botelho.
O templo foi erguido pelos padres jesuítas portugueses na então pouco povoada parte alta da colina central, no lugar de uma antiga capela construída em 1910.
Mudanças na administração da Companhia de Jesus levaram os padres da ordem a deixar a cidade no ano de 1932, dando lugar aos religiosos da Congregação de São Paulo da Cruz. O padre Bento José Rodrigues, chefe da missão jesuíta, morreu naquele ano e foi sepultado em São Carlos.
Os monges passionistas ampliaram a igreja, construíram as duas naves laterais, as capelas de São Paulo da Cruz e Santo Antônio e alteraram o campanário, modificando o formato da cúpula para o de pirâmide. Mais tarde, colocaram o carrilhão e o relógio, inaugurados no Natal de 1947. A Igreja São Sebastião tornou-se paróquia em 1972.

VÍTIMA DE UM RAIO A primeira capela dedicada a São Sebastião localizava-se originalmente na quadra da atual Escola Álvaro Guião, tendo seu cruzeiro sido erguido em 1877 pelos jesuítas Mantero e Servanzi. Entretanto, em 1890, durante um temporal, uma faísca causou o incêndio do madeiramento da capela.
Em 1910, com a Revolução Republicana em Portugal, chegou à cidade um grupo de jesuítas que, inicialmente, se instalou na residência episcopal (esquina das ruas 13 de Maio e Dom Pedro II). Mais tarde, iniciaram a construção de um novo templo e de um convento no local atual, com projeto de Germano Fehr. A igreja foi inaugurada em 1924.
Em 1932, o patrimônio da igreja foi assumido pelos passionistas. Em 1938, foram construídas as duas naves laterais. Na década de 1940, foram inaugurados o relógio e o carrilhão. Em 1972, a igreja tornou-se paróquia, desmembrando-se da Catedral. Em 1986, foram concluídas as pinturas internas.
O convento está sob o comando dos monges passionistas desde 1932, em São Carlos. Localiza-se no complexo onde está a paróquia. Essa congregação mantém o Mosteiro São Paulo da Cruz, fundado em 1969 e inaugurado em 29 de maio de 1977, também em São Carlos.

BEM DE INTERESSE HISTÓRICO Entre 2002 e 2003, a Fundação Pró-Memória de São Carlos (FPMSC), órgão da prefeitura, realizou um primeiro levantamento (não publicado) dos "imóveis de interesse histórico" (IDIH) da cidade, abrangendo cerca de 160 quarteirões, com análise de mais de 3 mil imóveis. Destes, 1.410 possuíam arquitetura original do final do século XIX. Entre eles, 150 conservavam suas características originais, 479 tinham alterações significativas e 817 estavam bastante descaracterizados. O nome das categorias das edificações constantes na lista alterou-se ao longo dos anos.
A edificação de que trata este verbete consta como "Edifício tombado" (categoria 1) no inventário de bens patrimoniais do município de São Carlos, publicado em 2021 pela Fundação Pró-Memória de São Carlos (FPMSC), órgão público municipal responsável por "preservar e difundir o patrimônio histórico e cultural do Município de São Carlos".
A referida designação de patrimônio foi publicada no Diário Oficial do Município de São Carlos nº 1722, de 9 de março de 2021, nas páginas 10 e 11, de modo que consta na poligonal histórica delimitada pela referida Fundação, que "compreende a malha urbana de São Carlos da década de 40".
A poligonal é apresentada em mapa publicado em seu site, onde há a indicação de bens em processo de tombamento ou já tombados pelo Condephaat (órgão estadual), bens tombados na esfera municipal e imóveis protegidos pela municipalidade (FPMSC).
"Categoria 1: são edificações tombadas em quaisquer níveis (municipal, estadual ou federal) e inscritas no Inventário de Bens Patrimoniais do Município, sendo proibida a demolição e permitidas ou não reformas, desde que seguidas as orientações específicas do processo de tombamento e da aprovação do projeto pela Prefeitura Municipal, pela entidade e conselho municipal de defesa do patrimônio e demais órgãos competentes, federais, estaduais e/ou municipais."