São Carlos

Equipe da USP conquista pódio inédito na Copa do Mundo da robótica e da inteligência artificial

Warthog Robotics garantiu o 3º lugar na categoria destinada a pequenos robôs jogadores de futebol da RoboCup 2025

29 JUL 2025 • POR Jéssica C.R. • 11h34
Warthog Robotics, equipe da USP São Carlos, conquistou o 3º lugar na categoria destinada a pequenos robôs jogadores de futebol (small size league) da RoboCup, em Salvador - Warthog Robotics

Subir ao pódio pela primeira vez na principal competição mundial de robótica e inteligência artificial é um momento que fica para a história. Para o Warthog Robotics , grupo de extensão da USP São Carlos, esse sentimento veio com a medalha de bronze conquistada durante a RoboCup 2025 na categoria destinada a pequenos robôs jogadores de futebol ( small size league ). Foi a melhor colocação da equipe da USP São Carlos até hoje na competição, realizada entre os dias 17 e 20 de julho, em Salvador.

Formado por estudantes do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) e da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e composto por 80 membros, o grupo conquistou o lugar inédito na competição, que é eleita a “Copa do Mundo” da robótica e da inteligência artificial, na chamada categoria Small Size League de futebol na divisão B, projetada para seis robôs. "Adoramos muito participar da competição, tivemos um resultado excelente, estamos muito felizes com essa nossa conquista. Foi a primeira vez que a gente conseguiu um resultado tão expressivo no Mundial e, com certeza, isso é fruto de muito trabalho do grupo durante tantos anos", destaca Rhayna Casado, diretora geral do grupo e aluna do curso de Engenharia de Computação, que é oferecido em parceria pelo ICMC e pela EESC.

O desafio reuniu mais de 2 mil concorrentes de 40 países, estimulando os participantes a desenvolverem soluções autônomas para diferentes problemas de engenharia e computação. No caso da categoria Small Size League da RoboCup, vezes compostos por seis robôs cilíndricos de até 18 centímetros de diâmetro disputaram partidas de futebol operando de maneira totalmente autônoma, sendo controlados por um sistema de inteligência artificial desenvolvido por equipes próprias.

Uma câmera posicionada no teto do campo envia imagens em tempo real para o sistema, que utiliza visão computacional e reconhecimento de padrões para identificar a posição dos robôs e da bola. A partir dessas informações, o sistema define, em frações de segundo, as ações que cada robô deve executar: chutar, defender, se movimentar, passar ou marcar gols.

Todo o projeto é desenvolvido pelos participantes do grupo: “Desde a concepção do funcionamento dos sistemas, passando pela parte mecânica, eletrônica e também pelo software embarcado, a gente define como estratégias, implementa, testa e, na hora da competição, os robôs sozinhos, tomando decisões com base no que programamos”, explica Rhayna.

Estratégia e trabalho em equipe  A participação da Warthog Robotics representou não apenas uma conquista técnica, mas também o fortalecimento do grupo como referência nacional na área. "É muito bom poder representar o Brasil dentro de casa. A equipe se dedicou bastante em todo o período de preparação e durante a competição. Conseguir essa premiação foi uma grande vitória", destaca Rhayna. “Agradecemos bastante todo o apoio que a USP nos apresentou desde sempre, especialmente o ICMC e a EESC, que estiveram ao nosso lado em todos os momentos”, acrescenta o estudante, que faz parte do grupo desde que ingressou na Universidade, em 2022.

Além da premiação, uma troca de experiências com outras equipes do mundo inteiro trouxe aprendizados valiosos. "É uma competição que agrega muito. O contato com outras nacionalidades, culturas e formas diferentes de pensar a robótica com certeza vai refletir nos nossos próximos projetos", reforça Rhayna.

O reconhecimento pelo desempenho expressivo da Warthog Robotics veio também de quem acompanha de perto a trajetória do grupo. Professora responsável pela equipe no ICMC, Roseli Romero celebrou a conquista e destacou o espírito colaborativo dos estudantes: “Parabenizo o time pelo resultado conquistado na RoboCup e também pelo trabalho em equipe desenvolvido com paixão e comprometimento para competir com as melhores equipes internacionais da categoria.”

O desempenho da Warthog Robotics no Mundial consolida o grupo como um dos destaques brasileiros na área de robótica autônoma, refletindo o investimento em formação técnica, inovação e trabalho em equipe.

Sobre a RoboCup – Uma competição foi criada em 1997 com o objetivo de estimular o avanço da robótica e da inteligência artificial por meio de desafios práticos e multidisciplinares. No caso do futebol, os pesquisadores esperam desenvolver robôs humanoides exclusivos capazes de competir e vencer os campeões mundiais de futebol humano em um jogo justo até 2050.

A edição de 2025 marcou a segunda vez que o Brasil sediou o evento — e a primeira na capital baiana. Ao todo, foram 14 categorias na modalidade major (voltada para adultos) e 4 na júnior (crianças e adolescentes), envolvendo desde robôs que jogam futebol até aqueles que desenvolvem atividades domésticas, de resgate e desafios industriais.