São Carlos dá primeiros passos para integrar Rotas do Café
A ação, que envolve parcerias entre empresas, municípios e o governo estadual buscam fomentar o incentivo ao desenvolvimento regional e ao turismo gastronômico
1 MAI 2025 • POR Marco Rogério • 10h48São Carlos deve em breve passar a integrar as “Rotas do Café de São Paulo”, uma ação de incentivo ao desenvolvimento regional e ao turismo gastronômico. Para tanto, a cidade deu os primeiros passos sentido com uma reunião realizada no dia 22 de abril na Aparecidinha da Babilônia, que contou com a presença de produtores de café, comerciantes, operadores de turismo e outros empresários e também do poder público.
O consultor de negócios do Sebrae, Luis Adriano Alves Pinto afirma que São Carlos tem todas as condições de fazer parte das “Rotas”, já que, além de sua história ligada ao produto, mantém 63 propriedades rurais que mantém a produção de café, que produzem de 2.000 a 3.000 sacas de café por ano.
“Temos que lembrar que a produção é bianual, então tem ano que se produz mais e tem ano que se produz menos, dentro desta quantidade”. Ele ressalta que o município se destaca, inclusive, produzindo café de alta qualidade. “É um elevado patamar de produção na classificação BSCA. Parte dele está classificado acima de 80 pontos e chega à condição de ‘Café Gourmet”, explica ele.
Segundo Luiz Adriano, além dos 63 agricultores que plantam o café, São Carlos também abriga 5 empresas de torrefação de café, pelo menos 10 cafeterias, além de outros estabelecimentos, com outras denominações que também servem café, casos de restaurantes, padarias, lanchonetes, casa de chá e etc.
Uma ideia, segundo ele, é, também a comercialização do café em regiões mais próximas. “Então temos aí um rico mercado local que pode se beneficiar do engajamento desta cadeira produtiva, fazendo com que haja o encurtamento da cadeia. A ideia é fazer o produto circular num perímetro menor, barateando o custo logístico e fazendo com que o consumidor tenha acesso ao melhor produto, mais natural com melhor paladar”, explica ele.
O consultor destaca que espera engajar cerca de 30% dos cafeicultores no projeto do SEBRAE. “O processo é orgânico, então temos aí um momento de constante captação. Estamos buscando o envolvimento de outros produtores de café do município no projeto. Esperamos chegar 30% este ano, com 18 a 20 propriedades rurais produtoras de café. Temos ainda pousadas, restaurantes rurais, cafés rurais, cachoeiras, enfim, um rico acervo ao entorno da Babilônia para explorarmos com a temática do café, ao mesmo oferecendo um turismo gastronômico de qualidade para todos aqueles que desejam vivenciar uma vida rural, uma vida do campo”, ressalta.
O consultor afirma que o projeto seguirá nos próximos meses com várias atividades. “As próximas atividades incluem um curso de agregação de valor do café, entendendo como funciona o processo de agroindustrialização de torrar, moer, gerar sua marca, poder fazer a venda direta para o consumidor final”, comenta.
De acordo com ele, a partir de agosto, estes produtores receberão o programa ALI Rural, que terá o acompanhamento na propriedade por 12 meses. “Pensando em acesso ao mercado, os produtores terão a oportunidade de visitar a Feira do Empreendedor em outubro, em São Paulo e estamos trabalhando para fazer uma visita na Semana Internacional do Café em Belo Horizonte, agora, em novembro de 2025”, afirma o consultor.
ROTAS DO CAFÉ DE SÃO PAULO – O Governo de São Paulo deu início a mais uma ação de incentivo ao desenvolvimento regional e ao turismo gastronômico com o lançamento do “Rotas do Café de São Paulo”, no dia 8 de abril, no Palácio dos Bandeirantes.
A iniciativa reúne 57 atrativos turísticos ligados ao grão em 25 municípios paulistas, resultando em cinco rotas inéditas, além de destinos cafeeiros independentes. Entre as atrações turísticas estão fazendas de antigos barões do café, museus históricos, cafés premiados internacionalmente e centros de pesquisa abertos à visitação.
O projeto vai integrar produtores, cooperativas, indústrias e consumidores, estimulando a criação de novas empresas e o fortalecimento do comércio e serviço local, incluindo a rede hoteleira. Com essa dinâmica, a iniciativa busca consolidar São Paulo como um destino turístico e comercial de referência no setor cafeeiro, que foi responsável por R$ 5 bilhões do valor da produção agropecuária paulista (VPA) em 2024, e se colocou no sétimo lugar entre os 50 produtos agro com melhor desempenho na economia do estado, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta).
As rotas estabelecidas são: Rota Cuesta, Itaqueri e Tietê Paulista (que abrangem municípios como Brotas, Dois Córregos e Dourado); Rota Circuito das Águas Paulista (Serra Negra, Monte Alegre do Sul, Amparo e Campinas); Rota Mantiqueira Vulcânica Paulista (Caconde, Espírito Santo do Pinhal e Águas da Prata); Rota Mogiana Paulista (Franca, Pedregulho, Patrocínio Paulista e Cristais Paulista) e Rota Alta Paulista (Marília e Garça).
Veja detalhes aqui.
Além disso, há destinos cafeeiros como Instituto Biológico, na capital; Sítio Berelu, em Cerqueira César; Sítio Sol Nascente, em Ibiúna; e APTA Regional de Adamantina. Entre as vivências estão o Museu do Café de Piratininga / Fazenda São João, em Piratininga; Museu do Café, em Santos; Ateliê Casa das Artes e Hotel Fazenda Campo dos Sonhos, ambos em Socorro; e o Recanto da Querência, em Garça. Clique aqui para saber mais sobre os destinos e vivências.
A iniciativa é uma parceria da Casa Civil com as secretarias de Turismo e Viagens (Setur), Economia e Indústria Criativas (Secult), Agricultura e Abastecimento (SAA), Desenvolvimento Econômico (SDE), da InvestSP, ligada à SDE, e do Museu do Café, de Santos. No lançamento, haverá também a abertura da exposição “O Feminino no Café: 1870-1930”, produzida pelo Museu do Café, disponível para visitação no Palácio dos Bandeirantes até 23 de abril.
As Rotas do Café de São Paulo também estão conectadas ao Programa SP Produz, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que reconhece, apoia e fomenta Cadeias Produtivas Locais (CPLs). Para este segmento cafeeiro há três CPLs reconhecidas: Divinolândia, Caconde e Torrinha.