Educação

Apeoesp promove assembleia nesta sexta-feira e professores podem decidir por greve

O conselheiro da Apeoesp, base de São Carlos, Ronaldo Motta, afirma que o a gestão do governador Tarcísio de Freitas não tem respeitado que o sindicato tem a representatividade da categoria e não tem negociado com os professores

24 ABR 2025 • POR Da redação • 18h34
O conselheiro da Apeoesp, Ronaldo Motta: "Embora a diretora de Ensino tenha falado que foram adquiridos aparelhos de ar condiciona, temos apenas 10% das escolas com estes equipamentos" - redes sociais

Professores da rede estadual de ensino e São Carlos estarão participando  da assembleia marcada pela Apeoesp, nesta sexta-feira, 25 de abril, às 16h, na Avenida Paulista, em São Paulo, em frente ao vão livre do Masp, em São Paulo para discutir os rumos da campanha salarial da categoria, inclusive a possibilidade de deflagração de greve. 

A orientação da Apeoesp, que nesta última quarta-feira, 23 de abril, se reuniu com o secretário executivo da Secretaria Estadual da Educação, Vinicius Neiva, e aguarda uma proposta oficial do governo estadual para as reivindicações da categoria, é de que os professores realizem manifestação de paralisação de advertência nesta sexta-feira, inclusive não sendo descartada uma greve da categoria, caso o governador Tarcísio de Freitas insista em não atender as reivindicações do magistério paulista.

O conselheiro da Apeoesp, base de São Carlos, Ronaldo Motta, afirma que o a gestão do governador Tarcísio de Freitas não tem respeitado que o sindicato tem a representatividade da categoria e não tem negociado com os professores ao longo destes seus dois anos e três meses de governo. “Sexta-feira é um dia de greve para ver o rumo que vai tomar o movimento. Havia expectativa quanto ao bônus, mas muitos se frustraram, pois receberam cerca de R$ 10. O secretário de Educação nunca recebeu as entidades do magistério, é sempre um subalterno que participa. Eles não consideram a representação do sindicato, Tarcísio é bolsonarista e contra o sindicato. 

PAUTA - Segundo ele a pauta inclui a reivindicação de que o governo pague o piso salarial, questão que está na Justiça. O Governo paga uma complementação daqueles que estão abaixo do valor para complementar. O STF já declarou isso ilegal. Temos uma defasagem grande, para se chegar no piso dá mais de 40%. É um valor exorbitante de defasagem. A segunda questão são a questão das condições de trabalho, que diz respeito a número de alunos, refrigeração. Embora a diretora de Ensino tenha falado que foram adquiridos aparelhos de ar condiciona, temos apenas 10% das escolas com estes equipamentos”, fala ele.
Outra questão, segundo Motta é a democratização das relações nas escolas, que, para ele, é bastante autoritária. “O governo toma medidas aleatórias e quem não cumpre pode ser demitido. Tem a ver com o assédio institucionalizado com os professores e os funcionários das escolas. São medias que reivindicamos apesar de o governo fazer de conta que não existe sindicato e representatividade”, destaca ele. 

DATA BASE - A data-base dos professores estaduais é primeiro de março e na pauta de reivindicações entregue no dia 19 de fevereiro pela direção da Apeoesp, com a participação da sua segunda presidenta, a deputada estadual Professora Bebel (PT), é reivindicado a aplicação imediata do reajuste de 6,27% do piso salarial profissional nacional no salário base, para todos os professores, da ativa e aposentados, com repercussão em toda a carreira, assim como a negociação de um plano de reposição do poder de compra dos nossos salários. 

Bebel diz que a reivindicação também é pelo fim do autoritarismo e assédio moral contra os professores, e a climatização de todas as salas de aulas em função do calor que tem afetado todo Estado de São Paulo e prejudicado tanto estudantes como professores.  Também é reivindicado um plano de recuperação do poder de compra de nossos salários, atribuição de aulas presencial, justa e transparente, fora das férias dos professores, convocação de 44 mil professores concursados, revisão das regras do estágio probatório,  direito dos professores se alimentarem nas escolas, regras justas para a recondução dos professores, melhores condições de trabalho e de aprendizagem nas escolas, reabertura das classes fechadas, com garantia de vagas aos estudantes, enfim, a valorização do magistério e uma escola pública de qualidade para todos.

Esta pauta de reivindicações foi discutida durante a reunião da Apeoesp com o secretário executivo da Secretaria Estadual da Educação, Vinícius Neiva. “Esperamos que o governo tenha a sensibilidade de atender as nossas reivindicações e oficialize esta contraproposta até o horário da assembleia, para que os professores possam avaliar e decidir os rumos do movimento”, completa Bebel.