Polícia

Greve da Polícia Civil é suspensa após proposta do TRT

14 AGO 2008 • POR Redação São Carlos Agora • 09h59
A Polícia Civil suspendeu a paralisação iniciada nesta quarta-feira (13/08), segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Representantes da corporação aceitaram a proposta apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região. Na audiência de conciliação ficou acertado, no entanto, que a categoria permanecerá em estado de greve. Definiu-se também que o governo paulista não tomará atitudes de retaliação contra o movimento.
Na próxima quarta-feira, uma comissão composta por representantes de associações policiais, sindicatos e governo se reunirá no TRT para deliberar sobre a melhoria dos salários, tendo em conta a atual estrutura de cargos. O encontro será mediado por um representante da Assessoria Econômico-Social do TRT e terá a participação do Ministério Público do Trabalho.
O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, José Martins Leal, afirmou que a categoria manterá as mesmas reivindicações que vêm sendo apresentadas. "A proposta é a mesma. Nós precisamos de melhoria salarial urgentemente", afirmou. O sindicato não soube informar a adesão de policiais à greve.Crítica
Antes da decisão, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou a greve da Polícia Civil em todo o Estado e desmentiu a informação do diretor sindical Álvaro Guerra de que há doze anos não são concedidos aumentos à categoria. "Entre 1998 e 2008 os gastos com pessoal duplicaram e o volume de pessoal aumentou entre 12 a 13%. Então teve aumento sim", afirmou o governador
A direção da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo (Adesp) esperava a adesão de pelo menos 70% dos cerca de 3,2 mil delegados do Estado. "A adesão é parcial e pequena, sem prejuízo", avaliou, porém, o governador. Os policiais civis querem reestruturação da corporação, valorização das carreiras e reajuste salarial. Segundo eles, a defasagem chega a 200%.
O governador disse que nunca se recusou a dialogar com representantes da Polícia Civil. No entanto, Serra disse que gostaria de conceder aumento para a categoria, mas que a proposta implica na duplicação da folha de pagamento com a segurança pública, tornando a reivindicação inviável. "Passaríamos a gastar dos atuais R$ 7 bilhões para R$ 15 bilhões e não há dinheiro para isso", afirmou.
Leia os itens do acordo firmado no Termo de Audiência1.As categorias profissionais suspendem o movimento paredista hoje iniciado, permanecendo, todavia sob “Estado de Greve”;2.Até sexta-feira próxima, dia 15/08/2008, as partes envolvidas indicarão 02 membros de cada uma das categorias, 04 membros do Governo do Estado, formando uma comissão com o objetivo de deliberarem sobre assuntos de interesse das categorias;3.Até a próxima quarta-feira, dia 20/08/2008, cada categoria formalizará pauta de reivindicações, partindo das mais urgentes até aquelas que demandem maior tempo para apreciação;4.Na próxima quarta-feira, a comissão irá se reunir nesta sala do Tribunal, às 10h, e da qual participará como auxiliar na mediação o Economista desta Corte Dr. Pedro Jorge de Oliveira. Participará também dessa reunião a E. Procuradora do Trabalho Dra. Laura Martins Maia de Andrade;5.Nessa reunião será inicialmente objeto de discussão, uma proposta relativa à melhoria salarial, tendo em vista a estrutura dos cargos.6.O Governo do Estado de São Paulo não tomará nenhuma atitude de retaliação, relativa ao movimento eclodido na data de hoje.As partes aceitam as condições ora propostas.