Artigo Rui Sintra

Depois da Covid-19... Uma Hepatite aguda

6 MAI 2022 • POR (*) Rui Sintra • 06h52

Embora tenhamos entrado em um período de maior flexibilização social após os dois sofridos anos relativos à pandemia, o certo é que não podemos (nem devemos) baixar os braços e descuidar os cuidados mínimos que deverão ser tomados para nossa própria proteção e para salvaguarda dos outros que estão perto de nós (máscara facial, álcool-gel para as mãos e distanciamento social mínimo). Embora possamos respirar um pouco mais aliviados em relação à Covid-19, outra ameaça na área da saúde pública obriga-nos a ficar muito atentos e a seguir com alguma regularidade as notícias que nos chegam do exterior: falo do surto de hepatite aguda em crianças que está se alastrando principalmente na Europa e nos Estados Unidos. E tudo indica que este surto seja de fato muito grave, ao ponto da Organização Mundial de Saúde já ter alertado todos os países para esta ameaça. Nove países da União Europeia já detectaram a presença deste surto, sendo a Grã-Bretanha o país que até agora registra mais casos. Esta hepatite aguda (mais grave que a hepatite C) atinge, principalmente, crianças com idades entre 01 e 05 anos, surgindo de repente e provocando o comprometimento rápido do fígado, já que ela não é detectada atendendo a que não está inserida em nenhuma classe já conhecida (A, B, C, D, E). Tendo provocado já algumas mortes e a necessidade da realização de vários transplantes, esta hepatite aguda manifesta-se através de olhos amarelados, febre, diarréia, vômitos, dores no abdômen, urina escura e falta de apetite, além de prostração (a criança só que ficar deitada). Os pesquisadores ainda não sabem a origem deste surto, que poderá estar relacionado com um adenovírus, a um novo agente infeccioso, uma toxina, ou a combinação de todas estas possibilidades, sendo transmitido principalmente pelo ar. Contudo, já existe a certeza de que o surto nada tem a ver com as vacinas para a Covid-19. Embora o surto ainda não tenha chegado ao Brasil, torna-se essencial que mantenhamos uma vigilância constante nas crianças e que ao mínimo sinal suspeito elas sejam encaminhadas para atendimento médico, pois, como já dissemos, este tipo de hepatite é muito perigoso, atendendo ao pouco que se sabe dele.

O autor é jornalista profissional / correspondente para a Europa pela GNS Press Association  / EUCJ - European Chamber of Journalists / European News Agency) - MTB 66181/SP.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.