São-carlense por "adoção" Robelson Moreira é convocado para as Paralimpíadas de Inverno
Paratleta irá disputar o Para Esqui Cross Country e competição em Beijing (China) será de 3 a 14 de março
31 JAN 2022 • POR Marcos Escrivani • 09h27São Carlos vai estar presente nas Paralimpíadas de Inverno, que será realizada de 3 a 14 de março em Beijing, na China. Robelson Moreira Lula, 28 anos, irá competir no Para Esqui Cross Country e não descarta a conquista de uma medalha. A presença do paratleta foi confirmada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.
Otimista, o são-carlense “por adoção” disse que fez uma aclimatação e treinos na Suécia (Ostersund), onde participou da Copa do Mundo (nos dias 27 e 28 de janeiro).
Depois da Suécia seguiu para a Itália onde irá fazer nova bateria de treinos para Jogos Paralímpicos. Segundo ele, o Esqui Cross Country consiste em três dias de competições em percursos diferentes.
Em entrevista ao São Carlos Agora, Robelson disse que está realizando um sonho em poder representar o Brasil na principal competição paralímpica no mundo.
"Sempre sonhei em disputar uma paralimpíada e acho que tenho condições. Sou capaz. Me dedico todos os dias e Deus me dará forças", afirmou.
Segundo ele, a sua presença em Beijing é graças ajuda de Deus, pois reuniu forças para dedicar-se às atividades diárias e conseguir se preparar adequadamente para o evento.
“Com a graça de Deus, gratidão a Ele por esse eu ser convocado e representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno em Beijing. Creio em fazer um ótimo resultado, de olho em uma medalha para o Brasil.
UM POUCO DE ROBELSON
Natural de Juru, na Paraíba, Robelson de considera um são-carlense por adoção. Com apenas 11 anos foi diagnosticado com câncer na panturrilha. Fez tratamento de 2005 a 2010 no Hospital do Câncer em João Pessoa/PB, e a decisão final, foi pela amputação acima do joelho. “Passei por um período de abatimento e depressão, mas nunca me entreguei, encontrei na prática esportiva a razão para viver”.
Em São Carlos, onde reside há 10 anos, descobriu a USE (Unidade Saúde Escolar) da UFSCar. Passou a usar prótese e fazer fisioterapia. “Inicialmente mirei na natação, mas comecei no handebol em cadeira de rodas e atletismo”.
No atletismo, de 2013 a 2018, conquistou medalhas no salto em altura e salto em distância. No lançamento de dardo, tanto nos Jogos Regionais como nos Jogos Abertos do Interior também foi pódio. No Circuito Caixa conquistou medalhas de prata em 2016 e 2017 e chegou ao 4º lugar no ranking brasileiro no salto em altura. No handebol em cadeira de rodas no mesmo período (2013 a 2018), competiu nos campeonatos paulista e brasileiro.
Além dos títulos e pódios, foi eleito o melhor jogador no campeonato brasileiro de handebol em 2015, e no paulista foi artilheiro nas temporadas de 2013 a 2018.
Em 2018 conheceu a modalidade do Para Esqui Cross Country através do convite feito por Leandro Ribela, que ministrou uma palestra na Unicep, onde estudo Educação Física. “Aceitei o convite, me adaptei, seis meses depois pisei na neve pela primeira vez, na Argentina, sete meses depois participei da minha primeira Copa do Mundo, na Finlândia, conquistando bons resultados.
O QUE É
Para esqui cross-country: O esqui cross-country é aberto a atletas com deficiências físicas e visuais. Dependendo da limitação física, o esquiador pode usar um sit-ski (uma cadeira equipada com um par de esquis). Atletas com deficiência visual competem com um atleta-guia (classes B2 e B3 podem escolhar se competem com um guia ou não). Tanto as mulheres quanto os homens participam de provas de distâncias curtas (provas de velocidade), médias (5km a 20km) e longas (variando de 10 km a 20km), ou então no revezamento por equipe. Nos Jogos Paralímpicos de Inverno de 2018 foram realizadas, ao todo, 20 provas da modalidade, disputadas por homens e mulheres e divididas entre as categorias sitting (sentado), standing (de pé) e visually impaired (para deficientes visuais). (Fonte CPB).