Clima esquentou!

Vereadores trocam ofensas durante sessão da Câmara

Moisés Lazarine (PSL) chamou Djalma Nery de ‘Mijalma’; parlamentar do PSOL promete acionar o conselho de ética e o Ministério Público

27 ABR 2021 • POR Redação São Carlos Agora • 19h22

O parlamento, espaço adequado para discutir os problemas e as soluções para São Carlos, foi, mais uma vez, palco de um debate improdutivo. Os vereadores Moisés Lazarine (PSL) e Djalma Nery (PSOL) trocaram farpas. Nery reclamou do viés ideológico que, segundo ele, permeia a atuação de Lazarine, que por sua vez respondeu com palavras duras.

O clima esquentou nos primeiros minutos da sessão. Os vereadores rejeitaram, por 14 votos a 5, uma moção de repúdio de Djalma Nery à deputada estadual Marta Costa (PSD), autora do projeto de lei 504/20, que pretende proibir propagandas em qualquer veículo de mídia ou comunicação que “contenha alusão a preferências sexuais e movimentos sobre diversidade sexual relacionado a crianças”.

Sérgio Rocha (PTB) puxou os votos de reprovação. Na visão dele, o assunto tem de ser discutido na esfera adequada – a Assembleia Legislativa.

Depois de um tempo, Djalma Nery voltou ao debate. E citou nominalmente Moisés Lazarine. “O que eu estou assistindo aqui, nessa sessão da Câmara, é uma completa inversão de valores. Eu quero falar diretamente ao vereador Moisés. O povo está cansado de picuinha. O senhor fala de diálogo de forma respeitosa, mas é o último a fazer isso. O senhor não tem assunto e toda sessão, sistematicamente, me ataca direta ou indiretamente. A opinião não está acima da verdade”, declarou Djalma Nery. “O fascismo é inversão de valores, é isso que o senhor pratica, quando tenta valer a sua verdade prevalecer sobre as demais”, acrescentou.

“O senhor, que é bolsonarista, que segue a linha do presidente, sempre falou que bandido bom é bandido morto, mas o senhor tem bandido de estimação. Quando o bandido é seu amigo, o senhor defende. Quando o bandido me difama na rádio, o senhor defende”, atacou.

Djalma não cita o nome, mas o ex-vereador Leandro Guerreiro é um crítico duro do vereador do PSOL nas redes sociais e no seu programa de rádio.

Resposta 

Moisés Lazarine contra-atacou. Segundo ele, o colega não está preparado às opiniões contrárias da população. “Não está preparado, não é, senhor Djalma, ‘Mijalma’ Nery, não está preparado para apanhar da população”, alfinetou Lazarine.

“É um vereador que não suporta o contraditório. O PSOL do [Guilherme] Boulos, o mesmo Boulos, que ele [Djalma] foi fazer campanha em plena pandemia em São Paulo. É esse tipo de vereador, que tá querendo dar lição de moral em mim. A gente tem que ouvir vereador que em pleno século 21 quer calar a boca de médico. Dá pra levar a sério, um vereador que está num partido que defende a legalização da maconha?. É lamentável um tipo de vereador desse. Ele fala docinho, mas não passa de um hipócrita, um falastrão. No Facebook, ele destila todo o seu ódio, o seu veneno”.

Em seguida, Djalma prometeu acionar, novamente, o Conselho de Ética da Câmara. Disse, também, que buscará o Ministério Público para providências acerca das falas do vereador.

Azuaite França (Cidadania) defendeu o debate de ideias, contudo com respeito entre os pares. “Sendo representantes do povo, a contribuição que precisamos dar é educação e respeito, aos pares e à população”.

O presidente da Câmara Roselei Françoso (MDB) reprimiu Lazarine. “O senhor foi agressivo e não podemos aceitar essa situação no parlamento. Não quero dar lição de moral a ninguém. Hoje temos uma pauta muito boa para o município, mas infelizmente transformamos a Câmara em um palco de ofensas. Hoje, a Prefeitura assinou um convênio importante de obras de combate às enchentes e o senhor [Moisés] não falou nada disso”, desabafou.