Polícia

Vigilantes são indiciados acusados de matar ladrão na linha férrea

Caso aconteceu em dezembro de 2019 e foi esclarecido pela DIG.

23 FEV 2021 • POR Redação São Carlos Agora • 07h05
Policiais participam da reconstituição do crime nesta segunda-feira - Colaborador SCA
Delegado Gilberto de Aquino e equipe da DIG esclareceram mais um caso de homicídio em São Carlos

A Polícia Civil, através da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), esclareceu a morte de Ismael Gomes, 44, que ocorreu no dia 17 de dezembro de 2019, na linha férrea que corta o assentamento Nova São Carlos, na estrada do Broa. Dois vigilantes terceirizados que prestam serviços à empresa Rumo foram indiciados pelo crime de homicídio. A reconstituição do caso foi realizada na tarde desta segunda-feira (22) e contou com a participação das testemunhas e dos acusados.

Segundo os relatórios da Polícia Civil, Ismael foi até um ponto da ferrovia onde os trens costumam fazer manobras para tentar furtar farelo de soja e milho que eram transportados pela composição e seriam usados para alimentar os porcos da sua propriedade. Ele estava acompanhado de dois sobrinhos.

A DIG apurou que Ismael e um dos sobrinhos subiram sobre um dos vagões. O outro sobrinho ficou no chão e percebeu quando o trem começou a se movimentar. Neste instante ele ouviu disparos vindo de uma mata do lado oposto ao assentamento.

Os sobrinhos conseguiram fugir e Ismael ficou para trás. Um deles disse ter visto o atirador no meio do mato e que usava roupa preta com um emblema na altura do peito, igual ao da empresa de segurança.

O corpo de Ismael foi encontrado parcialmente dilacerado sobre os trilhos, o que sugere que teria sido atropelado pelo trem, mas o sobrinho acredita que ele tenha sido colocado no local após ter sido alvejado.

O laudo do IML apontou que a causa da morte foi hemorragia interna traumática e anemia aguda, produzidas por ferimento de disparo de arma de fogo e pelos ferimentos causados pelas rodas do trem.  

O relatório elaborado pelo delegado Gilberto de Aquino, aponta que apesar de não ser possível o confronto balístico entre as armas de fogo usadas pelo segurança  e fragmento apreendido no corpo do cadáver, as demais provas e indícios apontam que os vigilantes eram os únicos que estavam na cena do crime. Provavelmente eles atiraram para evitar o furto contra a empresa Rumo a qual prestavam serviços.

Os vigilantes negaram qualquer envolvimento na morte de Ismael, disseram que foram acionados pela empresa para verificar um encontro de um cadáver na linha férrea.