Série ideias discute o suicídio em tempos de isolamento social, saúde e teatro no pós Covid-19
4 SET 2020 • POR Redação • 07h23Com o objetivo de incentivar a reflexão no contexto desafiador em que nos encontramos, a série Ideias, promovida pelo Sesc São Paulo por intermédio de seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF), traz a transmissão ao vivo de debates sobre as principais questões que tensionam a agenda sociocultural e educativa atual. Sempre às 16h, as conferências acontecem pelo canal do YouTube do Sesc São Paulo, com participação do público e tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O mês de setembro é marcado em todo o país pela campanha “Setembro Amarelo”, que tem foco na prevenção e combate ao suicídio. Por isso, o primeiro encontro da semana, na terça-feira (8/9), será “Suicídio, Saúde Mental e Isolamento Social”. Serão debatidos os fatores sociais e psicológicos facilitadores do suicídio, os grupos mais vulneráveis e as formas de preveni-lo, como lidar com os sobreviventes e como abordar um assunto ainda tabu em nossa sociedade, bem como os impactos do isolamento social e de outros efeitos da pandemia de Covid-19 na saúde mental. A mesa contará com a presença de José Manoel Bertolote, médico especialista em Psiquiatria e em dependência química e ex-Coordenador de Controle de Transtornos Mentais da OMS, e Karen Scavacini, psicóloga e Fundadora do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio, além da mediação e apresentação de Danilo Cymrot, doutor em Criminologia pela USP e pesquisador do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc.
A quinta-feira (10/9) traz o bate-papo “Visões da distopia: saúde e teatro no pós-Covid-19”, que reúne uma atriz e uma pneumologista, com o objetivo de discutir o futuro das artes performáticas num mundo que possivelmente conviverá com recorrentes epidemias, impondo o afastamento físico e o intermitente esvaziamento das salas de cinema, de teatro e de concerto. Esta mesa compõe o projeto "Pandemia: passado, presente, futuro", que propõe diálogos entre áreas do conhecimento que parecem distantes nas discussões sobre a Covid-19. Este encontro terá a presença de Georgette Fadel, atriz e diretora , ganhadora do Prêmio Shell 2007 por “Gota d'água, um breviário”, e Margareth Dalcolmo, doutora em pneumologia pela USP e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, com a mediação de Marco Akerman, médico e professor da USP e a apresentação de Jair de Souza Moreira Júnior, pesquisador do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP.
A construção social da periferia e como a saúde historicamente influenciou na migração e segregação de classes específicas serão assuntos abordados no encontro de sexta-feira (11/9), que leva o título de “A história das desigualdades: construções geográficas e sociais”. A mesa contará com a presença de André Motta, historiador, professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP e Elânia Francisca, psicóloga, especialista em Gênero e Sexualidade e mestra em Educação Sexual, com apresentação de Vicente Martino, assistente técnico da Gerência de Saúde e Odontologia do Sesc SP.
Fechando a programação da semana da série Ideias #EmCasaComSesc, no sábado (12/9), acontece o debate “Pandemia, história e cultura escrita”, que fará uma reflexão sobre como a história pode nos ajudar a entender o momento pandêmico atual. Devemos pensar que os comportamentos excepcionais impostos pela Covid-19 se tornarão práticas normais? Uma nova cultura que transformou, durante a crise, as relações mais essenciais de cada indivíduo com o cotidiano, o trabalho e a morte. A mesa será composta por Roger Chartier, historiador, professor do Collège de France, de Paris e Marta Colabone, historiadora, psicanalista e gerente de estudos e desenvolvimento do Sesc São Paulo, com a apresentação de Emily Fonseca, historiadora e pesquisadora do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP, que conduzirá o encontro no formato de entrevista.
PROGRAMAÇÃO IDEIAS #EMCASACOMSESC
8/9, terça-feira
Suicídio, Saúde Mental e Isolamento Social
A mesa debaterá os fatores sociais e psicológicos facilitadores do suicídio; os grupos mais vulneráveis; as formas de preveni-lo, de lidar com os sobreviventes e de abordar um assunto tabu; bem como os impactos do isolamento social, do medo, do luto e de outros efeitos da pandemia de Covid 19 na saúde mental dos indivíduos.
Participantes:
José Manoel Bertolote, médico especialista em Psiquiatria e em dependência química. Doutor em Ciências Clínicas (UFGRS), mestre em Social and Transcultural Psychiatry (McGill Universiity, Canadá). Professor voluntário na Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP. Ex-Coordenador de Controle de Transtornos Mentais da OMS.
Karen Scavacini, psicóloga. Doutora em Psicologia pela USP, mestra em Saúde Pública pelo Karolinska Institutet. Fundadora do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio, representante do IASP no Brasil, membro da diretoria da ABEPS, diretora técnica do CONATTS.
Mediação e apresentação:
Danilo Cymrot, doutor em Criminologia pela USP e pesquisador do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc.
10/9, quinta-feira
Visões da distopia: saúde e teatro no pós-Covid-19
Uma atriz e uma pneumologista discutem o futuro das artes performáticas num mundo que possivelmente conviverá com recorrentes epidemias, impondo o afastamento físico e o intermitente esvaziamento das salas de cinema, de teatro e de concerto. Esta mesa compõe o projeto: "Pandemia: passado, presente, futuro", propondo diálogos entre áreas do conhecimento que parecem distantes nas discussões sobre a pandemia de covid-19 - as ciências da saúde, as humanidades, as artes e os saberes tradicionais. Estas ações serão compostas por especialistas, possibilitando uma conversa entre profissionais da saúde e escritores(as), estudiosos(as) da língua ou da literatura, religiosos(as) e artistas plásticos(as), sobre os cenários passados e presentes e as perspectivas quanto às mudanças impostas por surtos epidemiológicos como esse que está em curso, com características particularmente agudas no Brasil. Mais que simples diagnóstico da situação, trata-se de refletir, sob pontos de vista diferentes, e sem perder a referência do passado, sobre um futuro próximo cada vez mais incerto, partindo do multifacetado acervo cultural e científico brasileiro.
Participantes:
Georgette Fadel, atriz e diretora formada pela USP. Prêmio Shell 2007 de melhor atriz por Gota d'água, um breviário
Margareth Dalcolmo, doutora em pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo, é pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz.
Mediação:
Marco Akerman, médico e Professor Titular do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Apresentação:
Jair de Souza Moreira Júnior, pesquisador do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP.
11/9, sexta-feira
A história das desigualdades: construções geográficas e sociais
Debate entre um historiador e um líder/representante da periferia sobre a construção social da periferia e como a saúde historicamente influenciou na migração e segregação de classes especificas da sociedade para esse território marginal da sociedade. Periferias geográficas e sociais e seu papel na determinação social das doenças e na construção de desigualdades.
Participantes:
André Motta, historiador, professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP e Coordenador do Museu Histórico na mesma instituição.
Elânia Francisca, moradora do extremo sul de São Paulo, psicóloga, especialista em Gênero e Sexualidade e mestra em Educação Sexual.
Apresentação e mediação:
Vicente Martino, assistente técnico da Gerência de Saúde e Odontologia do Sesc SP.
12/9, sábado
Pandemia, história e cultura escrita
Pode a história nos ajudar a entender a pandemia, que desde a primavera deste ano alterou tão profundamente nossas vidas? Devemos pensar que os comportamentos excepcionais impostos pela Covid-19 se tornarão práticas normais dos tempos futuros? A pandemia foi (e todavia é) um tempo do todo digital (ou quase), tanto para as comunicações informais quanto para o ensino, as feiras do livro e os congressos acadêmicos, a edição e as leituras. Devemos considerar como o primeiro momento de uma nova cultura? Uma cultura sem livrarias, sem livros ou jornais impressos, sem experiências vividas no mesmo espaço e no mesmo tempo. Uma cultura que transformou, durante a crise, as relações mais essenciais de cada um com o cotidiano, o trabalho, a morte. Responder a estas perguntas e ansiedades não é fácil. Supõe a localização das práticas impostas pelo tempo da Covid-19 nas mutações prévias das práticas culturais. Este é o objeto dessa conversa inspirada pela ideia que só um semelhante diagnóstico permite imaginar como devemos nos comportar (como consumidores, como leitores, como cidadãos) para que o futuro não se torne pesadelo.
Participantes:
Roger Chartier, historiador, professor do Collège de France, em Paris (FRANÇA) e professor visitante na Universidade da Pensilvânia (EUA).
Marta Colabone, historiadora, psicanalista e gerente de estudos e desenvolvimento do Sesc São Paulo.
Apresentação:
Emily Fonseca, historiadora e pesquisadora do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP.