Prefeitura de São Carlos muda realidade dos ecopontos e vizinhos agradecem
Locais estão organizados, mas parte da população insiste no descarte irregular
26 MAI 2020 • POR Redação São Carlos Agora • 08h35Os Ecopontos de São Carlos passaram por recente reforma. O que antes era um incômodo para os vizinhos, transformou-se em espaço adequado para o descarte de resíduos. No entanto, parcela da população não encara esses locais como imprescindíveis para a preservação do meio ambiente e insistem em depositar todo o tipo de lixo de forma inadequada.
Neste feriado antecipado, o São Carlos Agora visitou quatro Ecopontos. Todos impecáveis e organizados. Mas, do lado de fora, as cenas não agradam.
O Cidade Aracy ganhou um local adequado de descarte na Avenida Arnoldo de Almeida Pires. Os trabalhadores da empresa que gere o espaço, a Terraplana, disseram que estão todos os dias para receber o resíduo sólido produzido pela população. Mesmo assim, alguns preferem o depósito irregular do lixo. “Eles passam por aqui, com o portão aberto, pronto para recebê-los, e mesmo assim jogam o lixo no final da quadra. Eu não entendo isso”, desabafou um funcionário, que não se identificou. Para conceder entrevistas, eles precisam pedir para a chefia da terceirizada.
As imagens confirmam o depoimento do trabalhador do Ecoponto. De lixo orgânico a vasos sanitários e sofás. É possível encontrar de tudo no final da Avenida que abriga o local de descarte.
São Carlos 8
Quase todas as semanas, o Ecoponto do São Carlos 8 era presença garantida no noticiário do São Carlos Agora, seja pelo descarte irregular ou atos de vandalismo e incêndio. “Aqui a gente tinha que dividir o espaço nas calçadas com os ratos e baratas”, lembra Sônia Custódio, que mora na região.
Ela destaca que o Ecoponto murado e organizado trouxe um alívio a quem mora na região. “Está bem limpo. Melhorou bastante”, resumiu.
Os catadores, porém, dizem que algumas pessoas não entendem o espírito dos Ecopontos. “Aqui é um espaço para pouco resíduo. Quando a gente informa isso para a pessoa, ela fala: ‘ah, então eu despejo um pouco aqui e o resto no final da rua’”, relatou um dos trabalhadores à reportagem.
Segundo eles, em muitas ocasiões, quando chegam ao trabalho, precisam recolher o lixo que é despejado no portão do Ecoponto, inclusive lixo orgânico.
No final da Avenida Capitão Luiz Brandão, a uma quadra do Ecoponto, flagramos resíduos sólidos e lixo orgânico, conforme o relato dos catadores.
Jardim Ipanema e Paulistano
Outro Ecoponto visitado pela reportagem fica localizado na Rua Renato Talarico Lima Pereira, no Jardim Ipanema. Neste local, os funcionários não deram detalhes da rotina, mas a situação de descarte irregular é confirmada a duas quadras dali, perto do campus 2 da Universidade de São Paulo, a USP.
Na rua Indalécio de Campos Pereira, no Jardim Paulistano, o Ecoponto, além de organizado, possui uma biblioteca, que é cuidada com esmero por Marta Gonçalves da Silva, catadora de recicláveis. “Com esse coronavírus, o movimento diminuiu bastante, mas eu continuo separando os livros dos entulhos e fazendo doações para estudantes e quem gostar de leitura”, comentou.
Diferente dos demais Ecopontos, no Paulistano a reportagem não encontrou resíduo descartado irregularmente.
Medidas
O secretário de Serviços Públicos, Mariel Olmo, confirma que o problema dos Ecopontos, ainda, é o descarte irregular. “É algo que não dá para entender, pois os Ecopontos estão abertos todos os dias”.
Para frear o descarte irregular, Mariel, em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Pública, coordenada pelo coronel Samir Gardini, pretende dotar de monitoramento por câmeras as imediações dos Ecopontos. “Também estudamos o envio de um projeto de lei à Câmara visando multar quem joga o lixo de forma irregular”, comentou.
Hoje, os Ecopontos consomem mais de R$ 150 mil/mês para a manutenção. Além dos espaços citados na reportagem, a cidade possui um Ecoponto no Jardim Medeiros.
Horário de funcionamento
Os ecopontos em São Carlos funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados e domingos, das 8h às 12h. As unidades recebem resíduos de construção civil, além de móveis, colchões, poda de árvore e, também, material da coleta seletiva. O descarte permitido é de até um metro cúbico por pessoa, ou seja, o volume que cabe em um veículo utilitário pequeno.