Política

1ª sessão do ano é marcada por bate-boca entre os vereadores

22 JAN 2020 • POR Redação São Carlos Agora • 09h06
Julio Cesar e Daniel Lima se estranharam durante sessão da câmara - São Carlos Agora
O bate-boca entre dois vereadores ganhou notoriedade na 1ª sessão ordinária do ano.  Nesta terça-feira (21), os vereadores Daniel Lima (PSB) e Júlio Cesar (PL) se estranharam e alfinetaram um ao outro diante dos demais vereadores. As enchentes e a visita da ministra dos Direitos Humanos, Damares Alvez, também ganharam espaço na pauta do dia.
 
Daniel ficou indignado com o discurso do vereador Julio Cesar, que afirmou que após a enchente não viu nenhuma atitude da Prefeitura em busca do solucionar futuras catástrofes.
 
“A maioria dos gestores querem obras que dão resultados eleitorais e a enchente seria uma dessas obras. Não vemos ações desse governo em dar início as obras. Essa gestão é uma torre de babel, pois ninguém fala a mesma língua”, disse Júlio em referência uma intriga nas redes sociais entre os secretários Mariel Olmo (Serviços Públicos) e João Muller (Habitação). 
 
Daniel não gostou que o vereador alfinetou o governo. Daniel usou o tempo do partido para defender a gestão de Airton Garcia. Sustentou que após acontecer a enchente, o governo realizou, em caráter de urgência, uma reunião junto de autoridades e secretários, fez agenda em Brasília e conseguiu atenção da ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves. Resultado foi a visita na ministra no último sábado.
 
Na sequência alterou o tom e mirou Júlio Cesar, que na ocasião estava ausente do plenário.
 
Discursou que tinha colegas na Câmara que aproveita que é ano de eleição para atacar o governo. Disse que estava presente, junto de outros vereadores, na visita da ministra Damares, mas que o seu colega vereador,  que sempre critica as ações do governo, não estava presente e nunca está quando a cidade precisa. “Não vi [Júlio Cesar] nessa reunião e nem em outras, alias não se vê o tal vereador”, disse Daniel. Na sequência citou o nome de Júlio Cesar.
 
Em seguida rebateu o discurso de Júlio em afirmar que a Prefeitura não tem nenhum projeto para solucionar o problema das enchentes e disse que o mesmo era uma falácia. Sustentou que a Prefeitura têm vários projetos, mas falta verba para viabilizar as obras.
 
Júlio Cesar, por sua vez, chegou no final do discurso de seu par, alegando que tinha sido ofendido e invocou cinco minutos do tempo do partido para réplica.
 
Irritado por ser criticado e não estar presente, alegando que o vereador adversário colocou em xeque sua honra, Júlio disse que Daniel tinha que comer muito arroz e feijão para aprender ser vereador e afirmou que quando abre a boca para discursar é um desperdício.
 
Em seguida chamou Daniel Lima de oportunista, principalmente quando faz moção para homenagear pessoas influentes, de menino e de mimado. 
 
Júlio alfinetou o colega de bancada afirmando que o mesmo precisa rebaixar o próximo para chegar em algum lugar. Pediu para Daniel seguir exemplo do pai, o ex-vereador Normando Lima. 
 
Após o bate-boca, os dois ficaram trocando farpas fora do microfone.
 
Enchente
 
A enchente foi o tema mais debatido na sessão desta terça-feira (21). Sérgio Rocha agradeceu a ajuda que os municípios de Ibaté e Descalvado ofereceram e reclamou da falta de caminhões, retroescavadeira, em resumo, de equipamentos locais, em momentos de catástrofe, como da enchente, pois depende de municípios menores. 
 
Dimitri sustentou que não faz sentido a Prefeitura gastar dinheiro com a pretensão de reformar o centro, o calçadão, o Mercado Municipal, ponto de ônibus, comprar o antigo prédio da Faber Castell, sem solucionar o problema da enchente.
 
Azuaite disse que não vê base competente na elaboração dos orçamentos para execução das obras necessárias para resolver o problema em São Carlos. Para ele os orçamentos que chegam através da imprensa são chutes sem pontaria. Azuaite disse que o orçamento municipal para 2020 é da ordem de R$ 1 bilhão e sustentou que se o município  tivesse investido 1% do orçamento por ano (cerca de R$ 10 milhões) já teria reduzido o impacto da chuva em São Carlos. 
 
Visita da ministra Damares
 
Leandro Guerreiro também confessou durante a sessão que houve excesso tanto do movimento pró-bolsonarista quanto de militantes que queriam protestar contra a visita da ministra Damares. A ministra veio na cidade no último sábado e prometeu ajudar o município a desbloquear verbas congeladas no Governo Federal. Leandro alegou que viu um evento no Facebook “Damares não é bem-vinda”, com comentários de ameaça: “onde compro uma faca”.
 
Vereador disse que agiu segundo o artigo 5º, inciso XVI da constituição, que proíbe a frutração de eventos anteriormente convocados. No final esnobou a crítica que a Deputado Federal Samia Bonfim (PSOL) fez nas redes socais, pedindo sua punição. Leandro chamou a deputada de gordinha bonita e deu um beijo em uma foto da deputada que estava segurando.
 
Malabim, por sua vez,  disse que a ministra veio na cidade para ajudar no caso da enchente e faltou respeito. “A cidade necessita de ajuda, não importa se essa ajuda vem de um amigo ou inimigo”.