Polêmica na Saúde

Pacientes de hemodiálise sofrem com falta de cirurgião vascular

11 ABR 2019 • POR Marcos Escrivani • 08h05

Os pacientes que realizam hemodiálise na sala de Nefrologia da Santa Casa entraram em contato com o São Carlos Agora na noite desta quarta-feira, 10, para revelar que sofrem com a falta de um cirurgião vascular. Segundo eles, o problema teve início em agosto de 2018 e a cada mês a situação piora para as pessoas que realizam sessões de limpeza do sangue.

A Nefrologia da Santa Casa está em um processo de transição e o caso foi parar na Justiça. A equipe antiga está de saída para que novos profissionais assumam o serviço que é considerado essencial na saúde pública.

“Mas em agosto do ano passado o cirurgião vascular que nos dava assistência foi dispensado e em agosto deste ano irá completar um ano que estamos sem esse profissional”, disse Edleuza Braga, 35 anos e que há cinco anos realiza três sessões semanais de hemodiálise. Hoje é aposentada.

“Nesta transição passamos por vários problemas. Mas este do cirurgião vascular tem proporcionado muitos inconvenientes”, disse Edleuza.

O profissional em questão é responsável por um procedimento cirúrgico denominado fístula, uma junção de uma veia normal do corpo com uma artéria para que possa ocorrer a hemodiálise e a consequente limpeza do sangue. “Mas como não há este médico, esta operação não ocorre e vários pacientes estão utilizando cateter para realizar a hemodiálise”, disse Edleuza.

Neste período, afirmou a paciente, chegaram a consultar a ouvidoria da Santa Casa e até mesmo pessoas ligadas a sala de Nefrologia. “Mas as informações são desencontradas. Afirmam que vai se normalizar quando a nova equipe assumir. Mas nosso medo é que com cateter pode ocorrer infecção e muitas pessoas têm febre. No salão onde faço a hemodiálise, três pacientes usam cateter”, disse Edleuza. “Dizem que isso é temporário, mas já ocorre há meses”, comentou, salientando que o aparelho é inconveniente. “Quando precisei usar o cateter mal saia de casa. Dá uma certa frustração porque quem olha e não sabe o que é, faz aquela cara de espanto. Eu entendo meus parceiros que estão passando por esse detalhe no momento. Fazemos apelo como pacientes. Estamos lutando pela vida. Pedimos a compreensão daqueles que podem nos ajudar”, finalizou Edleuza.