Tratamentos com ultrassom e laser em São Carlos continuam surpreendendo
28 JAN 2019 • POR Redação • 13h10Desenvolvido pelo Grupo de Óptica do CEPOF-IFSC/USP, o aparelho e método inovadores reduzem a quase zero as dores da artrose e fibromialgia, promovendo melhora na qualidade de vida dos pacientes e retorno a atividades que há muito não praticavam. As causas e efeitos das condições ainda podem ser mistérios para a equipe, mas para a biomédica Heloísa Ciol, integrante do projeto, não falta hipóteses para a resolução das questões.
Quanto ao funcionamento e efeitos do equipamento no tratamento, Heloísa explica o que desencadeou a metodologia de se aplicar a combinação de ultrassom e laser nas palmas das mãos dos pacientes com fibromialgia. “Os primeiros estudos em nosso grupo começaram com a fisioterapeuta Juliana Amaral, que resgatou na literatura um trabalho que mostrava existir mais nervos sensoriais próximos a vasos sanguíneos, comprometendo a circulação nas extremidades, contribuindo para os quadros de dor e fadiga”, relata nossa entrevistada. “A gente trabalha com a hipótese de que a ação do ultrassom conjugado com laser, tanto a emissão de luz - que tem ação analgésica e anti-inflamatória -, quanto o laser -, que também tem ação anti-inflamatória devido ao efeito cavitacional nas células, conseguem chegar no cérebro de alguma forma e modular a interpretação da informação que ele tem da dor”, relaciona a biomédica, enxergando a mão e o cérebro interligados por uma espécie de fio condutor que, inclusive, ameniza quadros de depressão.
O tratamento realizado pela equipe tem demonstrado ótimos resultados na melhora dos pacientes, que normalmente sofrem de grande insegurança. “A doença e as dores dão muita insegurança ao paciente, nomeadamente, medo de cair, porque o caminhar fica comprometido, como arrastar os pés, por exemplo. Com a aplicação da luz e do ultrassom, também foi observada a melhora do paciente, porque além dos efeitos anti-inflamatórios e analgésicos da luz, há também o aumento de circulação no local, junto com o ultrassom, que tem estudos sugerindo que possa estimular a proliferação de algumas células da cartilagem, algo que ainda está em estudo para determinar como se dá essa regeneração”.
A biomédica sugere que a ação conjunta dos métodos talvez favoreça tanto a analgesia, como também a mobilidade, por melhorar a circulação e diminuir o processo inflamatório, e comenta, ainda, estudos muito recentes que propõe a breve reposição da cartilagem. “Mas falar de repor cartilagem, no momento, é um pouco pesado”, concordam Heloísa e Antônio. “Nós não temos ainda estudos de imagem que possam contabilizar uma melhora da cartilagem, no entanto, como temos visto em um resultado amplificado da ação conjugada, podemos afirmar somente que o uso da luz associado ao ultrassom fornece um resultado ainda melhor que quando utilizados de forma isolada”, completa Antonio Aquino Júnior. (Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP)