Cidade

Sem-terra invadem e ocupam área da Prefeitura

8 JUN 2010 • POR Redação São Carlos Agora • 15h42
Cerca de 40 trabalhadores rurais ocuparam na tarde de domingo (06) uma área do Centro Tecnológico de Agricultura Familiar (Cetaf), pertencente ao Centro Municipal de Mostras e Agricultura Rural de São Carlos (Cemosar), que fica no km 1 da rodovia Domingos Inocentini, a Estrada do Broa. Eles são membros de um assentamento, apoiado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que desde o dia 3 de janeiro ocupa a área da antiga Fazenda Capão das Antas, atrás da Fabrica de Motores da Volkswagen, na estrada para Ribeirão Bonito. A ocupação, segundo eles, é para protestar contra a ordem de reintegração de posse do terreno ocupado, que determinou que as 70 famílias saíssem da área, de cerca de 200 alqueires. O prazo dado pela justiça foi de dez dias a partir da emissão da liminar, no dia 28 de maio, e terminou ontem (07). 

Segundo Pedro Bueno de Oliveira, porta-voz do grupo, o ato serve para pressionar a Prefeitura de São Carlos a se manifestar sob a situação da área da Capão das Antas. “O Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] já mostrou interesse em comprar aquele terreno, mas a Prefeitura não quis negociar”, afirma. Segundo Oliveira, a Prefeitura alega que a área reivindicada é de reserva ambiental. “Mas atualmente ela está sendo usada como pasto para gado”.

Na tarde de ontem (07), Regina Bortolotti, secretária Municipal de Agricultura e Abastecimento, esteve no local da ocupação. De acordo com Oliveira, ela conversou com os ocupantes para fazer um relatório, que seria entregue ao prefeito Oswaldo Barba.

Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que tomará todas as providências administrativas e judiciais necessárias para a desocupação da área. Segundo a prefeitura, a área não é apropriada para assentamentos, e no local funciona o Cetaf, que “cumpre papel fundamental e essencial na capacitação, treinamento e assistência de centenas de agricultores de São Carlos e região”. Paulo Oliveira, porém, ressaltou que os trabalhadores não têm interesse em assentar-se na área do Cetaf. “Nós escolhemos esse local para forçar a Prefeitura a conversar, e para tentar conscientizar a população de São Carlos. Além disso, a área do Cetaf está abandonada, servindo de curral”, diz Oliveira.

Por André Dantas/A Folha