Educação

Quando a excelência do ensino superior em São Carlos responde à expectativa do aluno

7 JUN 2018 • POR Redação • 07h03
Guilherme: “O contato direto que mantemos com os pesquisadores e monitores foi o grande diferencial, pois a interação é muito grande” - Divulgação

Independente da necessidade imperiosa de as escolas públicas dos ensinos fundamental e médio deverem estar devidamente equipadas com o material necessário para que os alunos possam avançar qualitativamente em seus estudos rumo a uma qualificação técnico-profissional, ou superior, que lhes proporcione um futuro promissor, não é menos verdade que é indispensável que um aluno tenha a vontade necessária em ir mais longe e atingir seus objetivos nesse complexo processo, contando sempre com o apoio e incentivo de seus familiares mais próximos. Tendo em consideração todos esses aspectos, não é difícil encontrar jovens que, desde muito cedo, conseguiram traçar suas metas e, com determinação, lograram trilhar, com sucesso, o caminho do conhecimento, abrindo as portas para um futuro que se antevê de sucesso.

Immanuel Kant: este é o nome de uma pequena escola particular localizada na cidade de São José dos Campos (SP), um pequeno estabelecimento de ensino considerado “de bairro” onde Guilherme de Sousa (21) estudou no Ensino Fundamental durante nove anos. Embora desde muito novo tivesse já alguma tendência para “brincar” com números, Guilherme salienta que essa escola era bem diferente das outras, oferecendo um corpo docente muito ativo e apaixonado pela sua missão de ensinar e de se relacionar com os alunos, o que facilitou – e em muito – sua formação inicial e o desenvolvimento do interesse pelas ciências exatas, interesse esse muitas vezes aprofundado com a realização de Feiras de Ciência que ocorriam no final de cada ano letivo.

Guilherme Sousa conta que a transição para o Ensino Médio, na cidade de Lorena (SP), foi como que virar a página de um livro, ou seja, uma continuação lógica de tudo aquilo que aprendeu até aí, com a introdução de diversos conceitos relacionados com Física, algo que o atraiu ainda mais para os estudos. “Fiz todo o Ensino Médio dentro de um colégio técnico que se encontrava inserido dentro das instalações do Campus da USP de Lorena. Aí, consegui concluir um curso técnico de química e simultaneamente o Ensino Médio”, recorda Guilherme, que passava o dia todo dentro da escola, o que, segundo ele, lhe proporcionou inúmeros contatos com professores, sanando muitas de suas dúvidas, em suma, um ambiente que já o induzia a uma vida na universidade “(...) algo que não vejo acontecer nas escolas tradicionais (...)”, reflete o jovem.

Foi nesse ambiente que Guilherme iniciou sua participação nas Olimpíadas de Física. No 1º ano obteve uma medalha de bronze na Olimpíada Paulista de Física, no ano seguinte foi ouro na Olimpíada Brasileira de Física nas Escolas Públicas, e no 3º ano conquistou novo ouro, dessa vez na Olimpíada Brasileira de Física. Mas, qual foi o interesse de Guilherme participar nessas competições? “A Olimpíada obriga a um estudo aplicado, já que ela congrega muita coisa relacionada com diversos fenômenos, teorias e práticas, e isso estimula muito o aprendizado, incita você a descobrir mais”, enfatiza Guilherme, que desde o seu 1º ano no Ensino Médio fez vestibular, como forma de se treinar para o momento certo que acabaria por chegar.

COMO O IFSC/USP TEVE IMPORTÂNCIA NA VIDA ESCOLAR DE GUILHERME SOUZA

Em 2013 e em 2014, o jovem estudante participou da Escola de Física Contemporânea (EFC), iniciativa promovida pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e fê-lo tão somente por curiosidade, já que, segundo ele “Era um evento desconhecido, contudo, a edição de 2013 foi uma autêntica surpresa. Adorei tudo o que aconteceu lá, pois me preparou definitivamente para a entrada na universidade, algo que me incentivou a participar nessa Escola novamente no ano seguinte. O contato direto que mantemos com os pesquisadores e, principalmente, com os monitores, que são alunos de pós-graduação do IFSC/USP, foi o grande diferencial, pois a interação é muito grande. Tudo isso é uma carga enorme de conhecimentos transmitida para todos nós e isso enriquece os alunos e abre novos horizontes, desbrava novos caminhos para o futuro”, salienta Guilherme.

A EFC, originalmente chamada de Escola Avançada de Física, é uma atividade de extensão que ocorre anualmente no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/UP), cujo objetivo é possibilitar que alunos talentosos conheçam como é o mundo da pesquisa, entrando em contato com alguns dos principais grupos de pesquisa do país, além de compreender a importância da ciência e da tecnologia na geração de conhecimento e riquezas no país. Além disso, a EFC pretende chamar a atenção do aluno para o empreendedorismo, reforçando as importantes contribuições que o profissional da área da Física pode dar quando se envolve com pesquisas associadas ao setor industrial, sejam elas dentro ou fora do ambiente acadêmico.

A programação inclui aulas expositivas e experimentais, ministradas por professores da USP, abordando tópicos de Física Clássica e Física Moderna, palestras sobre temas atuais de Física, visitas monitoradas às oficinas e aos laboratórios de ensino e pesquisas do IFSC.

As atividades, que se estendem pelo período de sete dias, em regime de internato, tem início às 8h e término às 21h. Por ser ministrada por professores e pesquisadores de um dos grandes centros de pesquisa multidisciplinar, a EFC é com certeza uma excelente oportunidade para aqueles que gostam de ciências exatas descobrirem seu verdadeiro talento. O aluno terá a oportunidade de conviver com cientistas de um dos maiores centros de pesquisa multidisciplinar da América Latina, de visitar laboratórios de pesquisa do mais alto nível e de conhecer indústrias de tecnologia de ponta que nasceram dentro dos laboratórios de pesquisa do IFSC. Com o objetivo de se avaliar o rendimento dos alunos, no último dia de atividades, os jovens elaboram um trabalho de conclusão de curso, apresentado na forma de seminário, nos mesmos moldes dos congressos internacionais.

Guilherme Sousa, que está agora no 4º ano, portanto prestes a finalizar sua Graduação, vê o IFSC/USP como um facilitador de contatos entre pesquisadores e alunos, uma espécie de grande família onde se pode dialogar abertamente sobre o futuro do universitário as oportunidades que são colocadas na sua frente. “O IFSC/USP é um reduto de excelência e por isso mesmo foi minha primeira opção no vestibular, no curso de Física Computacional. E a excelência do Instituto é tanto em termos de infraestrutura, quanto em termos de educação e pesquisa”, sublinha o jovem. No que diz respeito ao seu futuro, Guilherme afirma que tem mantido muito contato com seu orientador – Prof. Dr. Frederico Borges de Brito – e que a ideia mais segura é continuar no IFSC/USP rumo ao Mestrado e Doutorado. “Acho que esse é o caminho lógico, uma trilha que me levará a ser pesquisador aqui no Instituto”, pontua o jovem, que faz questão de deixar uma pequena mensagem aos calouros: “A Faculdade não é fácil, mas se você não se fechar em si mesmo, se não se isolar, se partilhar suas dúvidas, desalentos e preocupações com colegas e professores, tudo irá dar certo no final. Encontre seu caminho o mais rápido que puder para que fique motivado a encontrar seu rumo. Encontre atividades que complementem o seu cotidiano, como arte, música e outras formas de cultura, pois tudo isso, junto, vai tornar sua vida mais fácil, muito mais legal e prazerosa”. (Rui Sintra - Assessoria de Comunicação IFSC/USP)