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Jogos virtuais

Universitário são-carlense passa a integrar uma das principais equipes brasileiras de E-Sports

20 Mai 2019 - 07h33Por Marcos Escrivani
Universitário são-carlense passa a integrar uma das principais equipes brasileiras de E-Sports - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

O Fortnite é um jogo battle Royale. Caem 100 jogadores numa ilha. A zona segura vai fechando de tempos em tempos, e se você não for para zona segura, morre para a tempestade. Isso obriga os jogadores a se encontrarem. E aí vence o último jogador vivo. Tem os modos solo, em duplas ou em squad, que é até 4 pessoas. Mas são sempre até 100 jogadores que caem, mesmo se for modo dupla ou squad.

Expert neste game, o universitário Erick Radner, 30 anos, paulistano de nascimento, mas são-carlense por adoção, faz o último ano de Imagem e Som na UFSCar e no último dia 7 de maio, passou a integrar a OnLy e-Sports, uma das principais equipes brasileira de E-Sports.

Desde então, Radner treina diariamente, aprimora suas técnicas e tem planos ambiciosos, já que os campeonatos virtuais existentes no Brasil e no exterior chamam a atenção dos competidores ao distribuir prêmios generosos.

O Fortnite é um jogo eletrônico free-to-play do gênero battle royale desenvolvido e publicado pela Epic Games.

A ideia de desenvolvimento do Fortnite surgiu após o lançamento do PlayerUnknown’s Battlegrounds, que quebrou inúmeros recordes de número de jogadores ao longo de 2017. Vendo seu rápido crescimento e sucesso comercial, a Epic Games viu a oportunidade de criar um modo battle royale próprio. Originalmente lançado como um modo do jogo pago, a Epic lançou uma versão dedicada do jogo oferecido como free-to-play financiado por microtransações, compartilhando a moeda do jogo com o principal jogo Fortnite, que permite que os jogadores comprem ou ganhem itens cosméticos e que personalizem as suas skins. Em julho de 2018, o jogo já obteve mais de 125 milhões de jogadores, e estima-se que tenha ganho mais de 1 bilhão de dólares em microtransações. Fortnite tornou-se um fenômeno cultural, com fluxos do Fortnite quebrando recordes de audiência, e com várias celebridades e atletas afirmando sua apreciação ao jogo.
ENTREVISTA

Radner, em entrevista ao São Carlos Agora detalhou sobre sua nova aventura virtual e quais suas metas no E-Sports.

São Carlos Agora - Como conseguiu entrar para a equipe OnLy E-Sports? Quais foram suas virtudes para integrar o time?

 

Erick Radner - Eu dou aulas de audiovisual para ensino fundamental, a maioria dos meus alunos quer fazer streaming de jogos então eu decidi experimentar para aprender melhor e melhorar o ensino. Acabei gostando muito e resolvi aplicar um pouco do que eu estudo no curso ao streaming e ver se funcionava.

SCA - Por quantos jogadores é formada esta equipe? Ela foi criada onde? Quem teve a iniciativa?

Radner - Depois de muitos anos jogando por diversão e apaixonados por games, um grupo de amigos acabou evoluindo a ideia de apenas jogatina casual para algo mais profissional.

Percebendo a evolução dos e-Sports no Brasil e com uma forte autocritica sobre a noção de jogos, como se superar e bolar estratégias vencedoras, as reuniões passaram a ser mais bem debatidas e as vitórias foram acontecendo com mais frequência, surgindo assim a ideia de consolidar uma equipe com um viés mais profissional, assim surgiu a OnLy.

Temos por volta de 60 membros divididos em lines consolidadas de Rocket League, Counter Strike Go, Rainbow Six Siege, PUBG e Fortnite, com equipes masculinas e femininas, nas diversas plataformas (mobile, console, PC) e com a equipe dos streamers, estamos na ativa há pouco mais de um ano, agregando valor ao mercado também em parcerias com streamers de vídeo (CrazyCOD, Virti) nas diversas plataformas, YouTube, Twitch, etc.

Participamos de alguns torneios neste primeiro ano e com o amadurecimento e conscientização de grupo das diversas equipes, o caminho natural é a definição e afirmação no mercado de e-Sports, Streaming de jogos e entretenimento eletrônico.

No início éramos amigos, hoje somos uma família. Assim surgiu e assim segue. #GoOnLy

SCA - Quais jogos eletrônicos você disputa pela equipe?

Radner - Nos meus horários oficiais de live, sempre jogo Fortnite. Quando sobra tempo eu faço outros jogos em horários alternativos, mas aí varia o jogo de acordo com meu humor, algum pedido do pessoal, não tem uma regra.

SCA - O que agrega ao participante estar competindo nela?

Radner - Ter o nome OnLy por trás da um outro peso né? Não seria notícia um aluno de Imagem e Som fazendo streaming, mas um aluno de Imagem e Som entrando para a OnLy, uma das maiores equipes do Brasil, chama. É ter o respaldo de uma instituição desse tamanho, além da troca de conhecimentos citada na primeira resposta e o sentimento de estar numa equipe, de ter um time.

SCA - Há campeonatos? Quais? Que tipo de premiação? Os prêmios aos vencedores são de valia? O que ganham?

Radner - Há vários campeonatos e as premiações variam de acordo com o tamanho. Houve recentemente segunda edição da Creators Cup, um campeonato que o Facebook promove entre os streamers parceiros (não é meu caso ainda). Então os prêmios variam de acordo com quem organiza. Falando no Fortnite a Copa do Mundo oficial do jogo vai distribuir U$ 30 milhões em prêmios e mais U$ 1 milhão em prêmios semanais até o fim do ano. Além dessa maneira, ainda há um recurso para monetização dos criadores de conteúdo, caso no qual eu me enquadro. Embora gratuito, o jogo conta com itens cosméticos, que não mudam suas habilidades ou dão vantagens, (personagens, itens de customização como mochilas, pets, etc..) que os jogadores podem comprar. Quando se cumpre certos requisitos como criador, você se torna um criador parceiro da empresa e aí quando as pessoas fazem compras e indicam você como o criador deles você recebe uma quantia em dinheiro. É uma maneira de premiar os streamers. Liberei a minha há cerca de 3 semanas, tenho acumulado quase R$ 100. Para um streamer pequeno, que acabou de começar, é muito legal essa atitude da empresa.

SCA - Jogos eletrônicos viciam? Causam sedentarismo?

Radner - Eu desafio qualquer pessoa a me mostrar algum estudo científico que demonstre uma relação de causa-efeito entre jogos e violência, sedentarismo ou vício. Todo mundo que bebe água morre, isso não significa que água leva à morte, entende? Não tem causa e efeito. Na verdade cada vez mais tem se usado mecânicas de jogos na educação. O Tfue, um dos maiores streamers do mundo, por exemplo. É, na minha opinião, o melhor jogador de Fortnite, mas para além disso ele é um cara que surfa, anda de skate, pula de bung jump. E tem o Kid Player, um menino de 6 anos também da OnLy, que faz streaming junto com o pai, ele adora jogar futebol e esses dias postou as notas dele na escola, melhores que as minhas haha.

SCA - Qual sua carga diária de treinos? Consegue dosar dia a dia o mundo virtual e o mundo real?

Radner - Eu tenho dois trabalhos, último ano de faculdade e faço streaming praticamente todo dia. Então por enquanto não sobra muito tempo para treinar, às vezes é cerca de meia hora antes de começar a live, algo assim. Meu foco é mais estudar e pensar como melhorar as lives, quais formatos eu posso criar. É algo que chegou para ficar, as lives, e é essa minha área de estudo, então meu foco é esse, pensar quais rumos esse modelo de entretenimento pode tomar, de que maneira eu posso inovar. Eu sou um aluno de Imagem e Som apaixonado por jogos, estou tentando unir o que o curso me ensinou com essa paixão. É cansativo, mas dá pra conciliar e o carinho que eu recebo da galera que me assiste faz tudo valer a pena, ja bati 15 mil visualizações numa live e teve aquelas que não chegou a mil, mas sempre tem um pessoal muito legal junto comigo e eu não esperava por isso quando comecei, deixa muito prazeroso de fazer.

SCA - Quais são suas metas nesta equipe?

Radner - Eu espero agregar com a OnLy levando esse conhecimento acadêmico para eles, espero crescer e junto ir levando o nome da equipe. E sei que ali vou ter um respaldo com qualidades que ainda me faltam.

SCA - É prazeroso jogar, independente do real e se dedicar ao mundo virtual?

Radner - Meu pai e minha mãe sempre jogaram, então eu praticamente nasci jogando com eles (risos). Mas até entrar no curso de Imagem e Som eu não tinha percebido que isso poderia ser um trabalho, fiquei muito feliz quando me dei conta disso e agora estou investindo (risos).

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