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SCA rememora conquista e campeões do Paulistinha reúnem-se para celebrar 40 anos do mundial da Noruega

02 Ago 2018 - 10h00Por (*) Cirilo Braga
SCA rememora conquista e campeões do Paulistinha reúnem-se para celebrar 40 anos do mundial da Noruega - Crédito: Maurício Dotta Crédito: Maurício Dotta

Um artigo publicado no São Carlos Agora na coluna “Memória São-carlense” no dia 15 de dezembro do ano passado, possibilitou que ex-jogadores do Clube Atlético Paulistinha de São Carlos, que em 1978 conquistaram o título inédito de campeões mundiais invictos de futebol infantil na Noruega, restabelecessem contato para comemorar festivamente aquela conquista.

A partir do início deste ano, o grupo de 17 ex-atletas que inclui o delegado de Polícia Maurício Dotta e Silva, iniciou os contatos para organizar a comemoração, que ocorre no próximo final de semana, quando a conquista completa 40 anos.

Na programação, uma missa em ação de graças na igreja São Judas Tadeu no sábado (4) às 19h30 e uma confraternização em almoço festivo com todo o grupo de ex-atletas e seus familiares no domingo (5), na Chácara do Barão na Vila São José.

Estará reunido o time completo dos jogadores - hoje profissionais de diversas áreas, com idades entre 53 e 55 anos -  e o advogado Antonio Mário da Silva (Toninho), um dos responsáveis pela delegação, na época liderada pelos dirigentes do Paulistinha já falecidos Marivaldo Carlos Degan e Ary Pinto das Neves, Ivo Bento Garcia, da Secretaria de Esportes e Turismo do Estado, e professor Pedro Prado Filho  (coordenador da excursão) também falecidos.

BOM DE BOLA, BOM NA ESCOLA

Para Maurício Antonio Dotta e Silva (Mauricinho), um dos coordenadores do reencontro festivo, o evento representa “recordar um doce momento da vida, de uma oportunidade única de ter participado de um grupo esportivo fantástico”. Ele observa que será o momento também de relembrar “pessoas de boa alma, imbuídos de transmitir aos jovens os valores de um convívio social”.

“Havia um lema para quem procurava jogar no Paulistinha: Não bastava você ser um bom jogador, tinha que estudar, ir bem nos estudos. Lá dizia-se: Bom de bola e bom na Escola. Reencontrar amigos de então é celebrar a vida, a amizade”, afirma.

Ao lado de Mauricio e de seu pai Antonio Mário, vão se reunir os ex-atletas que compuseram a equipe vitoriosa: Anderson Celso Digiovani , Carlos Alberto Pedrino (Gordo),Marcio Vicente Rosa de Moraes (Marcinho), Paulo Roberto Bueno (Chinês),Maurício Antonio Dotta e Silva (Mauricinho),Sergio Secundino dos Santos (Serginho Dourado), Carlos Wagner Bragatto (Bragatto), Claudio Tersiguini (Claudio), Mario Alberto Marques, Celso Luiz do Prado (Celsinho), Fernando Camargo Barbosa (Fernandinho), Antonio Donizetti Hercoli (Nicola), Odisnei Caiado Santiago Justino (Santiaguinho),Marcel Andreotti Musetti, Valmir Gurian (Mí) e Sergio Luiz Vendrasco (Mineiro).

O Clube Atlético Paulistinha, fundado em 3 de agosto de 1958, com sede no Recanto Tio Patinhas, dispondo de campos, quadras, piscina, refeitório, alojamento e escola, consolidou uma estrutura que lhe permitiu despontar no cenário do futebol infantil. Vinte anos depois seria possível sonhar com grandes voos. Em 1978 promotores da Copa Estudantil Internacional, torneio de futebol infantil realizado anualmente em Oslo, na Noruega, pela terceira vez convidaram o Brasil para participar da competição. Assim que o Governo do Estado de São Paulo tomou conhecimento, o professor são-carlense Pedro Prado Filho, que trabalhava na secretaria estadual de Educação manifestou o interesse em transmitir o convite ao Clube Atlético Paulistinha. A vaga para a “Norway Cup – Worlds Largest Youth Soccer Tournament” estava reservada, bastando o “sim” dos são-carlenses que veio em poucos dias. Na ocasião, o Paulistinha havia levantado o campeonato Adidas realizado em São Paulo.

Foi realizada uma campanha que angariou recursos para pagar as passagens aéreas (as despesas de hospedagem e alimentação ficaram por conta dos promotores do campeonato).

CAMPEÕES INVICTOS

No dia 14 de julho de 1978 a delegação deixou o Brasil rumo a Casablanca, em Marrocos e em seguida para a Suíça e Liechtenstein, com jogos preparatórios em Vaduz e Schaan, dali para a Alemanha e Dinamarca e finalmente para a Noruega. A “Norway Cup” se estendeu de 30 de julho até o dia 6 de agosto.

Na competição, o Paulistinha venceu o campeão da Escócia por 1 a 0, o campeão da Dinamarca por 3 a 0, o campeão da Suécia por 1 a 0, o vice-campeão da Dinamarca por 5 a 0 e o campeão da Noruega por 3 a 1. Classificado para a grande final, num jogo duríssimo o Paulistinha encarou o Diamond, dos Estados Unidos, vencendo por 1 a 0. A partida foi documentada pela NRK, TV pública da Noruega,

A delegação dos campeões invictos de 1978 retornou a São Carlos no dia 11 de agosto, desfilou no carro do Corpo de Bombeiros e foi recepcionada pelo prefeito Antonio Massei na Prefeitura, onde os garotos receberam medalhas conferidas pelo município e uma placa de prata dedicada ao clube com mensagem alusiva à conquista. Também a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo cumprimentou os campões mundiais.

A conquista do Paulistinha se tornou um passaporte para que a agremiação participasse de várias outras competições internacionais. Países de equipes derrotadas pelos garotos de São Carlos na Noruega convidaram o clube para jogar em seus gramados. O título da “Norway Cup” abriu caminho para a conquista de troféus importantes como a Copa Geovani Calciatori, na Itália, Danna Cup na Dinamarca, Soccer USA Cup Superamerica nos Estados Unidos, "Danna Cup" na Dinamarca, "Dalecarlia Cup" (em sete edições) "Piteä Summergames" e "Storsjöcupen" na Suécia.

 

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