
Guilherme Dalla Déa foi anunciado nesta quarta-feira, 18 de junho, como o novo técnico da Seleção Brasileira Sub-15. Aos 54 anos, o profissional retorna à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), onde já havia comandado a categoria entre 2015 e 2018, além de ter conquistado o título mundial com a equipe Sub-17 em 2019.
O técnico estava no Atlético-MG desde o início de 2024, após deixar o comando do Sub-17 do Corinthians no final de 2023. Pelo clube paulista, Dalla Déa esteve à frente da equipe entre 2022 e 2023, com um total de 71 partidas, somando 45 vitórias, nove empates e 17 derrotas.
O são-carlense Guilherme Dalla Déa se destaca como treinador. Responsável pelas categorias de base do Atlético-MG, ele estreou como profissional este ano, substituindo Cuca nos três primeiros jogos do Campeonato Mineiro.
Dalla Déa começou no futebol em 1985. Depois, jogou como profissional no Lençoense e no Estrela de Bela Vista, da Família Ratti. Em 1991, entrou na FESC para estudar Educação Física com o plano de ser treinador. Ele conta que, em 1994, junto com Thomas Tinton, criou a escola de futebol Gol de Placa, na Rua Larga, na Vila Prado.
Depois disso, ele passou por várias experiências, inclusive nas bases do São Paulo. Também viveu uma experiência no Evergrande Guangzhou, na China, onde ficou durante quase um ano. Na Seleção Brasileira, treinou craques como Vini Jr., Paulinho (recém-contratado pelo Palmeiras), Yuri Alberto, Lucas Halter e outros. “Tive o prazer de trabalhar com vários atletas”, destacou o treinador.
No Paulistinha, Dalla Déa trabalhou com jovens coreanos num projeto em que eles vieram ao Brasil para aprender a jogar futebol. “Quando estes atletas chegavam, nós os batizávamos com um nome nacional. O Diego (nome nacional dado a um dos coreanos) chegou a jogar uma Copa do Mundo pela Seleção Coreana”, afirma.
Ele começou a carreira como treinador no São Carlos FC (Sub-17) em 2008. Foi para a Seleção Brasileira Sub-15, onde atuou entre 2015 e 2017. Também treinou a Seleção Brasileira Sub-17 entre 2018 e 2019.
Para o técnico, o futebol hoje não é apenas paixão, mas também um grande negócio. “Tem um torcedor que vai cobrar de forma diferente, pois deixou de pagar alguma conta para poder ir incentivar o seu time. Hoje está complicado, pois há ameaças a jogadores e também às comissões técnicas. Temos que evitar que haja no nosso futebol uma grande tragédia. E se isso acontecer, pode resultar no banimento de torcedores.”
Dalla Déa conta que estava no Corinthians em 2021 e 2022, quando o goleiro Cássio e o craque Willian foram ameaçados de morte. “Acabamos perdendo um grande talento como o Willian, que, com receio de agressões, resolveu deixar o Brasil e viver em outro país.”
Menino Neymar – O craque Neymar, segundo Dalla Déa, é um jogador muito acima da média. “Quando você traz um jogador antológico como Neymar, você vê o futebol brasileiro crescendo. Ele e Memphis Depay são jogadores muito acima da média. Com esses craques retornando, buscamos resgatar o nosso futebol de ousadia e alegria. O Neymar tem muitos trabalhos sociais que ninguém conhece. O Neymar é mal interpretado. A gente tem que entender as idades dos nossos atletas. Desde as categorias de base, Neymar sempre teve personalidade forte. Ele aprendeu com os próprios erros. Mas ele também beneficiou muito o futebol brasileiro. Quantos jovens não se espelham nele?”, avalia.
O treinador é muito otimista e aposta que Neymar ainda fará uma grande Copa do Mundo em 2026, levando o Brasil ao hexacampeonato e conquistando o título de melhor do mundo. “Sou defensor do Neymar e eu via, no departamento de fisiologia, que ele é um dos caras mais bem preparados fisicamente que eu já vi no futebol”, conclui.