quinta, 18 de abril de 2024
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Guanaes: “técnico é frágil no futebol brasileiro”

04 Jun 2015 - 15h22Por Marcos Escrivani
Marcos Escrivani - Marcos Escrivani -

Quando uma equipe vai mal e não rende o esperado, o técnico é considerado "incapaz" pela direção, "burro" pela torcida e "limitado" por segmentos da imprensa. Com isso, um "projeto" é deixado de lado e o que vale é o resultado. Como ele não vem, a saída é demitir o técnico e a vinda de outro profissional traz a 'injeção de ânimo' para a retomada do "projeto". Até quando os resultados aparecem...

Esta é a cultura do futebol do brasileiro. O atleta raramente é punido quando os resultados não acontecem e normalmente o técnico é demitido.

Assim ocorre, hoje, no Campeonato Brasileiro da Série A. Após quatro rodadas, quatro técnicos já foram demitidos. A grande surpresa veio com o 'cartão vermelho' dado ao bicampeão Marcelo Oliveira, do Cruzeiro, após uma campanha instável na Copa Libertadores e que culminou com a eliminação após a derrota por 3 a 0 para o River Plate (Argentina), no Mineirão.

Outros três técnicos estão na 'alça de mira' após a rodada de quarta-feira: Hemerson Maria, do Joinville; Doriva, no Vasco e o 'intocável' Tite no Corinthians.

Apesar de estar na quarta divisão do futebol paulista (Série B), Rafael Guanaes que comanda o São Carlos vê com tristeza a 'dança das cadeiras' no comando técnico dos clubes.

"O treinador é frágil no futebol brasileiro. A mentalidade brasileira (leia-se torcida, imprensa e dirigentes) precisa ser mudada. No Brasil temos profissionais capacitados e os projetos deveriam ter sequência", afirmou o treinador.

Para Guanaes a semana começou triste para a classe dos técnicos brasileiros com a demissão de Marcelo Oliveira que estava há 2 anos e 5 meses no comando do Cruzeiro/MG, atual bicampeão brasileiro. "Fiquei chateado. O Marcelo é muito competente e após uma instabilidade é demitido. O que ele conquistou nos últimos dois anos foi esquecido", lamentou o treinador do São Carlos.

 

ATÉ DEZEMBRO

Guanaes tem contrato com o São Carlos até dezembro. Ele reconhece que uma boa campanha vai mantê-lo no cargo, mas afirmou que foi contratado pelo clube que vislumbra um trabalho a longo prazo.

O treinador da Águia assegura, entretanto, que não tem um trabalho tranquilo e que diariamente existe a pressão pela conquista de bons resultados. "Particularmente não uso e não gosto da palavra 'tranquilo'. No dia a adia sempre existe uma pressão e é através dela que busco sempre a superação e buscar os melhores resultados".

Em relação ao futuro, no comando do clube são-carlense, garante não estar preocupado. "Tenho confiança no que faço e fé em Deus. A expectativa quanto ao resultados é a melhor possível e tenho convicção que vamos comandar o clube até o final da Série B do Campeonato Paulista", finalizou Guanaes

 

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