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Esporte em Discussão

13 Jan 2017 - 07h39Por Gustavo Curvelo (colaborador)
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

COMEÇANDO A MOVIMENTAÇÃO

Após as festas de ano novo e a realização da Copa São Paulo no município - onde o São Carlos FL faz boa campanha -, o esporte da cidade começa, de fato, a se manifestar em suas diversas categorias. Treinos se iniciaram, campeonatos ganham forma e, no caso do futebol, tem até equipe oriental no cronograma.

ENTENDENDO MELHOR
Em outras palavras, o próprio São Carlos FL, em sua preparação para a Série A3 do Campeonato Paulista, agendou um jogo-treino diante da equipe Sub-20 do Shanghai Internacional PortGroup Football Club, ou simplesmente Shanghai IPG FC - e não Shanghai SIPG FC, como descreve a assessoria de imprensa do clube paulista -, para a próxima quarta-feira, 18, às 16h30, no Estádio Municipal Prof. Luís Augusto de Oliveira.

DECLARAÇÃO
O Diretor Executivo da Águia, Luís Conte - mais um daqueles diretores de fora, que ninguém conhece em São Carlos -, disse, também via assessoria de imprensa, que "A experiência com uma diferente escola de futebol, taticamente aplicada e disciplinada, tem muito a colaborar com o enfrentamento de jogo à nossa equipe profissional, sem contar a relevância de um amistoso internacional em nossa preparação"

É SÉRIO?
Pra quem tem um mínimo de discernimento, sabe que a Série A3 é uma competição oscilante entre a força e a técnica, a raça e o talento, mas não composta pela regularidade e pela plena disciplina tática. E o diretor cita que a partida, "contra uma diferente escola do futebol (...) tem muito a colaborar com o enfrentamento de jogo à nossa equipe profissional". Tá de brincadeira?

TURQUIA
A respeito das diferentes escolas do futebol, o São Carlos também se apresentou na Turquia, em dezembro de 2014, em uma excursão. Na época, foram marcados seis partidas antecipadamente, mas nenhuma delas realizada. Em cima da hora, novos adversários - das divisões inferiores turcas ou de países próximos como Cazaquistão e Azerbaijão - toparam jogar contra os brasileiros. E a relevância para a quarta divisão estadual? Nenhuma, excetuando o entrosamento - que poderia ser adquirido contra times paulistas -.

E POR QUE?
É fácil explicar a falta de coerência na tal preparação: quando, durante a 'Bezinha', o São Carlos atuou em gramados impecáveis ou diante de estilos de jogo como o da Eurásia? Neste sentido, a irrelevância será similar ao teste contra o time de Shanghai, que ainda enfrentará a discrepância climática, visto que a República Popular da China encontra-se atualmente no inverno.

E O SHANGHAI?
É fato que não se sabe o que encontraremos, tecnicamente, acerca do adversário, mas a lógica disciplinar de Conte deve prevalecer. Favorece ao time fixado em São Carlos também o conhecimento das mazelas do gramado, cujas irregularidades não são muito comuns aos chineses.

E O SHANGHAI? (II)

Profissionalmente, o SIPG - como também é conhecida a equipe oriental - vai bem no Campeonato Chinês. Na temporada 2016, o time conquistou 52 pontos e terminou o torneio na terceira posição, à frente inclusive do conterrâneo Shanghai Shenhua. No elenco, constam velhos conhecidos do futebol brasileiro como Darío Conca (ex-Fluminense) e Elkeson (ex-Botafogo). O treinador é o português André Villas-Boas.

SUB-20
Na base, porém, o contexto é de incógnita, mas, com todo o respeito, os chineses não devem dar maior trabalho aos são-carlenses. Não fosse suficiente considerar a discrepância entre equipe profissional e Sub-20, os orientais ainda têm certa necessidade de revelar atletas chineses, natos. Isso porque, na liga profissional, a federação de futebol daquele país permite a presença por equipe de apenas três estrangeiros - irrestritamente, quanto às nações - ou cinco asiáticos. Entre os casos mais emblemáticos no histórico do torneio, o volante Jucilei, ex-Corinthians, naturalizou-se palestino para poder seguir jogando na China.

CURIOSIDADE
Peculiaridades à parte, o Shanghai IPG foi fundado em 2005, um ano após o São Carlos FL. No curriculum do time profissional, constam títulos da terceira e da segunda divisão chinesa, além de quatro temporadas na elite e muito dinheiro investido. Se fosse no Brasil, provavelmente a equipe teria uma média de público de 500 pessoas, em função de sua falta de identidade.

Aguardemos o confronto...

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