terça, 23 de abril de 2024
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Em meio a pandemia, um abnegado são-carlense realiza trabalho social e ensina boxe

30 Nov 2020 - 12h37Por Marcos Escrivani
Em meio a pandemia, um abnegado são-carlense realiza trabalho social e ensina boxe - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Sem os materiais esportivos ideais. Às vezes sem condições financeiras de ir para o treino. Porém, um abnegado que nunca desiste dos seus ideais. Assim é o segurança, manobrista e professor Dorival Izete Alves Filho, 45 anos, ou apenas Doriva.

Morador no Cidade Aracy 2, ele dá aulas de boxe para crianças, jovens e adultos quatro vezes por semana no Parque do Kartódromo e no Bicão.

Sem cobrar nada dos alunos, ele afirmou que realiza este trabalho social justamente para àqueles que não tem condições financeiras de poder frequentar academias. “Pratico boxe desde os 19 anos e neste período me sensibilizei com as pessoas que tinham vontade de praticar atividade esportiva, mas não tinha condições”, disse, salientando que está ligado ao boxe. “Hoje por lazer, mas já fui atleta. Sempre gostei de esporte, já pratiquei algumas modalidades esportivas como jiu jitsu e capoeira mas me apeguei ao boxe. Prático há alguns anos e já dei aula em algumas academias da cidade, mas tinha muita gente, que por falta de condição financeira não conseguia treinar. Aí resolvi convidar um aluno para treinar comigo em um local aberto. Daí apareceram mais pessoas e formamos um grupo onde começamos a praticar o boxe”, ressaltou.

Doriva disse que sua meta não é formar um boxer. “Se isso acontecer ficarei feliz. Mas a prioridade é sempre formar cidadãos, pais de família”, comentou.

PANDEMIA

A pandemia da Covid-19 complicou as metas de Doriva que perdeu o trabalho. Mas nunca deixou de dar aulas. Seus equipamentos estão surrados. Porém, mesmo assim, são usados pois ele não possui condições financeiras de comprar novos materiais.

Morador no Cidade Aracy, utiliza sua bike para ir dar as aulas e conta com auxílio de amigos para levar os materiais aos seus alunos.

Doriva ressaltou ainda que, nesta época de pandemia, utiliza protocolos de segurança, mesmo as aulas sendo ao ar livre. “Peço distanciamento durante as atividades, que todos os alunos vão de máscaras e usem álcool em gel”, garantiu.

A ENTREVISTA

Abaixo, a entrevista dada por Doriva ao São Carlos Agora:

São Carlos Agora - Quando teve início a ideia de proporcionar aulas gratuitas para quem quer aprender o boxe?

Dorival Izete Alves Filho (Doriva) - Quando eu treinava, tive oportunidade de lutar na CMTC, um clube localizado em São Paulo e na Cava do Bosque em Ribeirão preto. Graças a Deus sempre ampliando meu conhecimento, mas a falta de ajuda nos limita a fazer várias coisas.

SCA - Qual a finalidade desta iniciativa? Tirar as pessoas da ociosidade e sedentarismo ou tentar formar atletas?

Doriva - Eu entendo que academias tem que arcar com aluguel e também os funcionários. Por isso resolvi dar aulas gratuitas e sempre com a intenção de trazer pessoas que não tem condição de pagar mensalidade e sim com muita vontade de aprender. Tenho uma meta que é oferecer a população a oportunidade de treinar gratuitamente um treino de qualidade e que todos possam participar independentemente da idade. Esporte é saúde e boxe, o caminho.

SCA - Em que locais e dias você dá aulas? Qual o tempo de duração média? Que idade tem seus alunos?

Doriva - Dou aula no Parque do Kartódromo e no Bicão. No Kartódromo de terça-feira e quinta-feira das 17h30 às 19h. No Bicão é de segunda-feira e quarta-feira das 16h às 17h30. Sempre iniciando uma aula física e outra aula técnica. Tenho alunos de várias idades. Tem crianças, jovens e pessoas mais experientes. Todos são muito bem vindos aos treinos que não tem fim lucrativos. Minhas aulas duram em média uma hora e meia. São quase 30 alunos.

SCA - Com o advento da pandemia da Covid-19 ocorreram complicações quanto as aulas? Quais?

Doriva - Estamos todos preocupados com a pandemia e peço aos meus alunos que usem álcool em gel para evitar a contaminar, usar máscaras e sempre manter o distanciamento.

SCA - Como você consegue os materiais para dar suas aulas gratuitas? Como adquire os equipamentos? Tem ajuda?

Doriva - Eu levo material por conta própria. Um saco de pancadas, luvas de treino e mais equipamentos para as atividades físicas. Eu conseguia comprar pesquisando materiais. Muitas vezes academias me passavam por um valor mais em conta e cotando preços em redes sociais. Valores que davam certo para eu comprar.

SCA - Devido a pandemia quais as dificuldades que você encontra para dar as aulas?

Doriva - Hoje em dia temos um material bem surrado porque tem sido usado há alguns anos e precisamos renová-los. Mas eu não tenho condições financeiras no momento. Então me dedico às aulas e vamos nos virando na medida do possível.

SCA - Qual seu sonho como professor de boxe?

Doriva - Meu sonho caso não consiga preparar um boxer, se o meu aluno se tornar um homem responsável e um bom pai de família, já sou um vencedor pela conquista.

SCA - Você busca ajuda de pessoas? Caso alguém queira te ajudar, como deve proceder?

Doriva - Toda ajuda é muito bem vinda e estamos sempre dispostos a apresentar nosso trabalho. Caso alguém se interesse em conhecer e participar será bem-vindo. Meu contato é 16 99213-2095 (WhatsApp).

SCA - Considerações finais:

Doriva - Agradeço primeiramente a Deus por me dar forças para continuar com minhas aulas e agradeço meus alunos por confiar em meu trabalho e estarmos sempre juntos. Obrigado a todos pela atenção!

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