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Livro resgata história de operações comerciais no interior de São Paulo

12 Dez 2017 - 04h48Por Redação
Foto: EdUFSCar/UFSCar - Foto: EdUFSCar/UFSCar -

"Livro do armazém - transcrição de um livro contábil com operações comerciais de Antonio Carlos de Arruda Botelho - Piracicaba e Araraquara (1850-1854)" é o título da obra produzida pelo Centro de Estudos da Casa do Pinhal e publicado pela Editora da Universidade Federal de São Carlos (EdUFSCar).

A publicação apresenta uma edição semidiplomática, ou seja, com pequenas intervenções no texto, mas sem alterações da ortografia da época, do "Livro do armazém", um livro contábil com registro de operações comerciais, muito provavelmente relacionadas a um armazém de secos e molhados, ocorridas principalmente em Piracicaba (SP), à época Vila Nova de Constituição.

Antônio Carlos de Arruda Botelho, o Conde do Pinhal, aparece em diversas passagens. Seu nome surge como operador de vendas, o que sugere, segundo a publicação, a hipótese de que fosse comerciante e/ou proprietário do armazém.

As poucas informações complementares que se tem a respeito das atividades comerciais do Conde do Pinhal são dois registros: uma carta de Felicio, seu antigo escravo, e uma nota escrita por Carlos Américo de Arruda Botelho (Carrito, filho de Antonio Carlos de Arruda Botelho). A carta redigida pelo ex-escravo está transcrita no livro e trata de alguns acontecimentos de sua vida e de sua convivência com o Conde do Pinhal, quando ele era casado com Francisca Theodora Coelho e estabeleceu em Piracicaba um armazém de secos e molhados.

O "Livro do armazém" aborda o período de 1850 a 1854, havendo apenas uma menção ao ano de 1914. As localidades mais mencionadas são Constituição (Piracicaba) e Araraquara, ambas na província de São Paulo. O livro traz a anotação de diversas contas e a especificação de datas, produtos, serviços e valores. Registra fatos típicos do comércio do período, que supria de produtos diversos a população da vila e de suas proximidades.

"O original foi reproduzido fielmente em sua estrutura e foi mantida sua divisão paragráfica, a acentuação e a pontuação foram preservadas, bem como as letras maiúsculas e minúsculas. Da mesma forma, a ortografia foi conservada na íntegra e não se efetuou nenhuma correção gramatical. Fizemos uso do sublinhado para os desdobramentos das abreviações, que foram passadas para a ortografia atual. As abreviações cujos desdobramentos desconhecemos permaneceram conforme o documento original", explicam Alexandre da Silva Tourinho, Héllen Aparecida Furlas e Maria Fernanda Alves Rangel que assinam a introdução. O "Livro do Armazém" integra o acervo do Centro de Estudos da Casa do Pinhal, entretanto, não se tem conhecimento do como e quando foi incorporado ao arquivo.

Mais informações sobre o livro podem ser obtidas no site www.editora.ufscar.br.

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