sexta, 29 de março de 2024
Oswaldinho do Acordeon será homenageado

ChorandoSemParar promete choro com sotaque de sertão

09 Dez 2019 - 10h38Por Redação
ChorandoSemParar promete choro com sotaque de sertão - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Luiz Gonzaga é o artista homenageado do Festival ChorandoSemParar, que acontece em São Carlos, entre os dias 9 e 15 de dezembro, no ano que marca 3 décadas da morte do maior símbolo da música nordestina.

Na abertura do Festival, nesta segunda-feira, 9 de dezembro, às 20h, no Teatro Municipal, Oswaldinho do Acordeon faz um tributo a Luiz Gonzaga. Tem também a apresentação do multi-instrumentista Dirceu Leite e o Trio Teimoso.

Fiel à tradição de revelar preciosidades da música instrumental brasileira, o Festival joga luz sobre um lado pouco difundido do Rei do Baião: a sua inovação instrumental que introduziu o som da sanfona no cenário do choro carioca, servindo de referência para instrumentistas como Chiquinho do Acordeon, Orlando Silveira, Noca do Acordeon, Sivuca, Hermeto Pascoal, entre outros.

Há um berço comum entre o baião e o choro. O bandolinista Hamilton de Holanda define Luiz Gonzaga como “Chorão do Nordeste”, reforçando os aspectos históricos que levaram o grande instrumentista e compositor pernambucano a transitar livremente entre ritmos variados do sertão nordestino, criando uma fusão natural entre o baião, o maxixe e o choro, e outros gêneros. Foram mais de 50 anos de carreira e 266 discos gravados.

CONVIDADO HOMENAGEADO – OSWALDINHO DO ACORDEON

É também tradição do Festival ter no elenco um convidado homenageado, cuja obra dialoga com o artista que dá nome à edição. O músico carioca Oswaldinho do Acordeon é um mestre moderno do instrumento. Filho de Pedro Sertanejo, precursor do forró em São Paulo, Oswaldinho cresceu tocando muitas vezes ao lado de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, entre tantos. Aos 12 anos, já tocava profissionalmente com o pai na gravadora Continental e em diversas casas de forró.

Na carreira, já acumula 24 discos e registra gravações com as principais estrelas da MPB, além de tocar na abertura de shows de All Jarreau, na França. O acordeonista já participou de projetos como Pixinguinha, Free Jazz Festival, Rock in Rio, além de inúmeros festivais na França, Suíça, Nova York e também no Brasil. Oswaldinho do Acordeon é reconhecido mundialmente pelas fusões de estilos musicais em suas obras, além de estar sempre difundindo seu instrumento para a quebra de barreiras culturais.

É esse ambiente musical, com os diversos sotaques brasileiros, principalmente com a valorização do acordeon no choro, a partir da grande herança musical de Luiz Gonzaga, que vai dar o tom do ChorandoSemParar.

Entre os dias 9 e 14 de dezembro, estão programados workshops, oficinas, debates e outras atividades relacionadas ao Choro e à história do artista homenageado. No último dia, 15 de dezembro, artistas convidados se revezam no palco proporcionando ao público 12 horas de música ininterruptas.

ARTISTAS E PESQUISADORES CONVIDADOS

DANIEL GONZAGA

Neto de Luiz Gonzaga e filho de Gonzaguinha, é cantor, compositor e instrumentista brasileiro. Nome forte no cenário musical brasileiro, Daniel Gonzaga já trabalhou ao lado de Zé Ramalho, Fernanda Abreu, Roupa Nova, Ivan Lins, Elza Soares, entre outros. E herda o ritmo inconfundível do Rei do Baião, criando fusões enriquecedoras para a MPB.

PEDRO MARTINS

Foi eleito por Eric Clapton para compor o elenco de um festival organizado pelo artista britânico, o Crossroads Guitar Festival 2019, no Texas. Pedro Martins também recebeu o prêmio de melhor guitarrista na Socar Guitar Competition na 49° Edição do Montreux Jazz Festival e foi o único brasileiro a integrar a programação da competição do festival. Desde os 14 anos já participava de rodas de choro ao lado do bandolinista Hamilton Holanda e outros destacados instrumentistas brasilienses como Hermeto Pascoal e Milton Nascimento.

ARISMAR DO ESPÍRITO SANTO

Um multi-instrumentista completo: toca contrabaixo, guitarra, violão 7 cordas, piano e bateria. Iniciou a carreira musical na década de 1970, tocando em shows e gravações de nomes como Hermeto Pascoal, Dominguinhos, João Donato, Naná Vasconcelos, Maurício Carrilho, Paulo Moura, Toninho Horta, entre outros. Em 1998, foi eleito um dos dez melhores guitarristas/violonistas do Brasil pela revista “Guitar Player”. Apresentou-se diversas vezes no exterior passando por Portugal, Japão, Argentina, Dinamarca e EUA. Também com o Hermeto Pascoal Trio esteve em turnê pela Europa.

 

DIRCEU LEITE & TRIO TEIMOSO

Dirceu Leite domina com igual maestria o Flautim, Clarone, Clarinetes, passando por toda a família dos saxofones e vários tipos de flautas. Já gravou com Cássia Eller, Rita Lee, Arlindo Cruz, Jorge Ben Jor, Marcelo D2, Ney Matogrosso, Chico Buarque, Beth Carvalho, Carlos Lyra, Diogo Nogueira, Pe. Fábio de Melo, Francis Hime, Rita Lee, entre outros.

O Trio Teimoso, grupo de música instrumental brasileira calcado fortemente no choro, traz inerente à sua formação instrumental a mistura de diferentes culturas musicais. O Trio toma como referência o manifesto antropofágico de Oswald de Andrade de 1928, em que o escritor propõe para o encontro da arte nacional a assimilação de culturas estrangeiras, transfigurá-las a partir da cultura primitiva brasileira e encontrar assim nossa identidade.

MARCELO CALDI

Acordeonista, pianista, compositor, arranjador e cantor, Marcelo Caldi sintetiza as mais variadas influências, advindas do piano clássico, da sanfona nordestina, dos tangos de Piazzolla e dos choros jazzeados de Sivuca e Dominguinhos. Caldi lançou o livro e o disco “Tem sanfona no choro”, editado pelo Instituto Moreira Salles com apoio da Funarte (2012), e compôs arranjos sinfônicos cantados por Elba Ramalho e interpretados pela Orquestra Petrobras Sinfônica, Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e Orquestra Sinfônica do Recife. Apresentou-se ao lado de Gilberto Gil, Elba Ramalho, Chico César, Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, Geraldo Azevedo, Fabiana Cozza e Daniel Gonzaga, entre muitos outros.

MICHAEL PIPOQUINHA

Nascido em Limoeiro do Norte no Ceará no ano de 1996, o baixista Michael Pipoquinha já participou de grandes Festivais de Música Instrumental, como o Festival Baixo Brasil Fortaleza, Festival de Jazz e Blues Guaramiranga e Festival Rio das Ostras, apresentando-se com grandes nomes da Música Nacional. Participou do quadro “De olho nele” do Domingão do Faustão, em que impressionou o país todo com apenas 13 anos. Em 2015, Pipoquinha fez sua primeira viagem à Europa, convidado a participar do programa “We´ve got a talent”, onde apresentou temas autorais do álbum “Cearencinho” ao lado da renomada Big Band WDR, em Colônia, Alemanha.

RENATO BORGHETTI

É hoje um dos instrumentistas mais conceituados e respeitados do Brasil. Conquistou o Primeiro Disco de Ouro da Música Instrumental Brasileira. Desde seu primeiro disco, recebeu a aceitação ímpar e reconhecimento de grandes mestres como Sivuca e até mesmo de Luiz Gonzaga. Já se apresentou com quase todas as Sinfônicas do Brasil e já dividiu o palco dentro e fora do país com mestres como o italiano Ricardo Tesi, o irlandês Martin O’Connor, o português Artur Fernandes, o espanhol Kepa Junqueira e com os músicos brasileiros Oswaldinho do Acordeon, os saudosos Dominguinhos e Sivuca, Hermeto Pascoal e tantos outros.

ROGÉRIO CAETANO

É violonista, arranjador, produtor musical e compositor brasileiro. Bacharel em Composição pela Universidade de Brasília, é um premiado virtuose e referência do violão de 7 cordas. Já gravou 8 álbuns, três indicados ao Prêmio da Música Brasileira (2007/2013/2016), sendo premiado em 2016. Em 2015 foi premiado no IMA (Independent Music Awards) e, em 2017 e 2018, no Prêmio Profissionais da Música. Tem como parceiros em seus trabalhos Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, Marco Pereira, Eduardo Neves, Gian Correa e o Coletivo Choro na Rua. Vem difundindo sua arte no Brasil e exterior realizando concertos em países como Alemanha, França, EUA, China, Índia e África do Sul. Já gravou com artistas como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Caetano Veloso, Monarco, Dona Ivone Lara, Maria Bethânia, Nana Caymmi e Ivan Lins.

THADEU ROMANO

Compositor e arranjador, iniciou seus estudos em música aos 15 anos e em pouco tempo já se apresentava em concertos para acordeom. Já participou de homenagens ao Rei do Baião e tem participado do grupo de instrumentistas que vem trilhando com competência o caminho que Gonzaga fez com a sanfona. Com um repertório eclético e muito vasto que abrange do popular ao erudito, tocou e gravou ao lado de grandes nomes da música como: Bibi Ferreira, Zizi Possi, Fábio Jr., Geraldo Azevedo, Roberta Miranda, Dominguinhos, Oswaldinho do Acordeon, Naná Vasconcelos, Benito de Paula, entre outros. Desde 2008, Thadeu Romano é sanfoneiro na banda do Show Amizade Sincera do cantor e compositor Renato Teixeira com o músico Sergio Reis.

TONINHO FERRAGUTTI

Músico, compositor e arranjador, desde cedo escolheu este instrumento como ferramenta de inspiração e construção de uma bem-sucedida carreira. Além de 9 CDs autorais e uma extensa participação em shows de artistas importantes no Brasil e no exterior, Toninho Ferragutti tem duas indicações ao Latin Grammy: em 2014, com disco “Festa Na Roça”, lançado em parceria com o violonista Neymar Dias, na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras; e em 2000, com o CD “Sanfonemas”, na categoria Melhor Álbum de Música Regional. Em 2012, participou como convidado especial da Jazz Sinfônica da homenagem do centenário do Rei do Baião.

DOMINIQUE DREYFUS (França)

A jornalista francesa é também professora em Letras e Literatura, formada na Sorbonne. Atuou como redatora-chefe da revista Guitare & Clavier; dirigiu a edição francesa da revista Rolling Stone; trabalhou como repórter de cultura do Jornal Libération e comandou ainda a Rádio Latina de Paris. Sua intimidade com o Rei do Baião vem da infância, passada dos dois aos treze anos, na cidade pernambucana de Garanhuns. Dominique recebeu a notícia da morte de Gonzaga numa madrugada em Paris, pela voz entristecida de João Gilberto. Dominique é responsável por extensa pesquisa sobre o tema em questão e autora da mais completa biografia de Luiz Gonzaga: " Vida do viajante: a saga de Luiz Gonzaga".

FERNANDO GASPARINI

Fernando Gasparini é jornalista, escritor, pesquisador de música e produtor cultural. Idealizou e coordenou o acervo do Projeto Sivuca - Maestro da Sanfona Brasileira, produzindo catálogo inédito das obras do artista. Lançou o livro "Sivuca e a música do Recife" (Publikimagem, 2011) como resultado da pesquisa. É mestre em Comunicação e doutor em Educação (ambos pela UFF). Realizou, junto com Marcelo Caldi, uma pesquisa sobre os choros de Luiz Gonzaga, publicada no livro “Tem Sanfona no Choro” – Prêmio Funarte Centenário de Luiz Gonzaga e Instituto Moreira Salles.

SERVIÇO

FESTIVAL CHORANDOSEMPARAR - EDIÇÃO LUIZ GONZAGA: OS CHOROS DO REI DO BAIÃO

LOCAIS: PRAÇA DA XV, TEATRO MUNICIPAL E CENTRO CULTURAL ESPAÇO 7

ARTISTA HOMENAGEADO EM MEMÓRIA: LUIZ GONZAGA

CONVIDADO HOMENAGEADO: OSWALDINHO DO ACORDEON

DATA: DE 9 A 15/12

Leia Também

Últimas Notícias