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Eleições 2020

Vereadores não reeleitos comentam revés nas urnas

18 Nov 2020 - 08h09Por Redação São Carlos Agora
Laíde Simões, Edson Ferreira e Moisés Lazarine não conseguiram se reeleger - Crédito: DivulgaçãoLaíde Simões, Edson Ferreira e Moisés Lazarine não conseguiram se reeleger - Crédito: Divulgação

Na eleição deste domingo (15) quatro vereadores que buscaram a reeleição não conseguiram se manter no cargo. Os vereadores Edson Ferreira (Republicanos), Moisés Lazarine (PSL) e Laide Simões (PSDB)  comentaram na sessão desta terça-feira (17) o revés nas urnas. Ferreira e Lazarine são vereadores de primeiro mandato.

A vereadora Laíde, que está em seu quinto mandato, e que sempre defendeu proposta de proteção ao animal, avaliou porque não conseguiu garantir uma vaga para o sexto mandato consecutivo.

“Eu considero que muitas pessoas não votaram, outras não puderam ir até escola, também tiveram eleitores que não aguentaram esperar e o número de evasão foi grande", afirmou. "Também aumentou o número de candidatos pela causa animal, que dividiram os votos,a parte (dos votos) que recebo da atuação a proteção animal foi prejudicada, e acabei tendo uma votação menor”, completou.

A vereadora relembrou que chegou no Legislativo em 2000 e à época não havia propostas e debates no Legislativo em favor da causa animal. “Quando cheguei em 2000, ninguém sabia  que cachorro latia, ninguém se preocupava com isso, me olhavam como se eu fosse um bicho, achavam estranho eu estar aqui no meio dos vereadores, mas fui conquistando meu espaço e dei voz  a uma questão que hoje é muito importante e mudou muito a valorização do animal, de cuidar melhor, denunciar maus-tratos, tudo isso foi melhorado graças ao meu mandato,  que lógico, desencadeou em outros municípios, já que recebemos muitas pessoas de outras cidades”.

A vereadora Laíde afirmou que a partir do ano que vem vai continuar seu trabalho voluntário.

 “Acredito que tudo tem seu tempo, as coisas têm que mudar de lugar, têm que se transformar, faz parte da vida. Eu respeito as escolha das pessoas. Ser vereadora foi uma coisa que sempre desejei e nunca queria parar, mas é um direito da população escolher e aceito. Vou continuar fazendo meu trabalho voluntário. Eu nunca parei, vou ter mais tempo para dedicar. Saio com minha consciência tranquila e de cabeça erguida, pois sempre fiz meu trabalho com muito respeito aqui dentro, conquistei muitos amigos. Minha passagem foi boa e me traz boas lembranças”, declarou.

O vereador Edson Ferreira está em seu primeiro mandato. Em 2016 conseguiu conquistar 1.358 votos. Este ano foi o 7º vereador mais votado com 1.677 votos, porém o Republicanos não conseguiu atingir duas vezes o quociente eleitoral para garantir duas vagas na Câmara.

Edson fez uma avaliação positiva de seus quatro anos na Câmara. “Agradeço as pessoas que confiaram no meu trabalho.Foram 1.677 votos, 25% de aumento, isso mostra que meu gabinete fez um bom trabalho na cidade. As pessoas que nos acompanharam viram que eu trabalhei sério, fui o mais presente na Câmara, um dos que mais trouxe recursos, mais de R$ 4 milhões, a maior parte para área da saúde que foi destinado pelo deputado Celso Russomano, além de uma ambulância e recurso para construção de um complexo esportivo no Novo Mundo”.

O vereador Republicano, que trabalhava na TV Record antes fazer parte do quadro de vereadores, relembrou que entrou na Câmara pela primeira vez em 2017 e que em seu primeiro ano, viajou para Brasília com objetivo de buscar recursos para bolsões contra enchente orçado em R$ 8 milhões. Posteriormente voltou a Capital Brasileira e conquistou, ao todo, mais de R$ 4 milhões.

Edson disse que não vai parar de lutar pela cidade. “Gostaria muito de voltar e fazer mais. Vou continuar nessa luta, o aumento dos meus votos demonstra que a população viu, mas o sistema utilizado, o sistema proporcional, fez com que eu não me reelegesse”. Nesta eleição três vereadores foram eleitos com menos de 900 votos. Edson ficou como suplente do vereador Elton Carvalho (Republicanos).

O vereador Moisés Lazarine (PSL) também foi eleito pela primeira vez em 2016 com 1.209 votos. Nesta eleição, teve uma queda de 323 votos e atingiu 886 votos. Somente Paraná Filho e Robertinho Mori garantiram vagas pelo PSL.

Moisés Lazarine afirma que não voltou em razão da matemática do voto proporcional.

“Tiveram candidatos que conquistaram menos votos e foram eleitos, assim como tiveram outros com mais, que não foram eleitos. O jogo da política existe uma matemática que é natural que muitos candidatos, dependo do partido que estão, acabam não sendo reeleitos. O fator principal do meu partido não ter conquistado três cadeiras na Câmara foi pelo fato de ter lançado 22 candidatos e não com 32 como aconteceu com a maioria dos partidos. Com 120 votos a mais, eu teria sido reeleito”, salientou Moisés.

Moisés reconheceu que também muitos candidatos de direita ligados a sua base e que defendem uma pauta conservadora, o prejudicaram, dividindo os votos. O vereador chegou a comentar ainda como percalço, a pandemia.

“Somente três vereadores ampliaram o número de votação. Todos os demais diminuíram o número de votos. E não foi diferente comigo, muitas pessoas do grupo de risco não foram votar”.

Lazarine faz uma projeção positiva de seu primeiro mandato.

“Eu fui vereador que optei pelo caminho estreito na política, que não tem facilidades, que não tem assistencialismo, troca de favores, que a gente sabe que tem no Brasil, não paguei conta de água, de luz. Durante o mandato todo, recebi os piores pedidos que um vereador pode receber, mas sabia que não era papel do vereador. E a gente sabe que quando não entramos neste caminho, muitas pessoas deixam de acreditar, de votar em você”.

Futuro. O vereador Moisés tem uma chance de voltar ao Legislativo em 2021. O vereador Paraná Filho pode voltar a ocupar o cargo de Secretário de Agricultura. Moises como suplente, voltaria a ocupar uma cadeira no Legislativo. Porém, existe um rumor forte na Câmara que Paraná pode querer concorrer a vaga de presidente logo no início de 2021. Se isso correr, Moisés não descartou que pode ocupar um cargo de comissão na Prefeitura.

“Vou continuar na condição de servo da população com trabalho social que sempre fiz, sou também instrutor de trânsito e publicitário. Mas por ter permanecido fiel ao grupo do prefeito, tenho possibilidade de participar do governo. Possivelmente, caso não ocupe uma vaga na Prefeitura, como suplente, também posso ocupar a vaga do vereador Paraná”, declarou.

O vereador Ditinho não foi entrevistado porque não participa na sessão da Câmara desde início da pandemia em razão de fazer parte do grupo de risco.

 

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