quarta, 24 de abril de 2024
Eleições 2020

Marina Melo quer focar investimentos na Saúde Básica

Sobre o transporte público, candidata do PSD defende uma licitação visando o interesse do usuário

15 Out 2020 - 11h21Por Redação São Carlos Agora
Marina Melo é a candidata à Prefeitura de São Carlos pelo PSD - Crédito: Divulgação/PSDMarina Melo é a candidata à Prefeitura de São Carlos pelo PSD - Crédito: Divulgação/PSD

O São Carlos Agora segue a entrevistar os candidatos à Prefeitura de São Carlos. Nesta quinta-feira (15) é a vez de Marina Melo, que concorre ao posto de chefe do Poder Executivo pelo PSD.

Filha do ex-prefeito João Octávio Dagnone de Melo, que governou o município por 10 anos, Marina coloca o seu nome numa disputa eleitoral pela segunda vez. Em 2018, ela concorreu ao cargo de deputada estadual, obtendo 6.930 votos.

Marina Melo pontua a deficiência do atendimento à mulher e à criança na rede municipal de saúde. “Eu como mulher – e falando na saúde para a mulher – considero que a saúde municipal está caótica. Nos postos de saúde, por exemplo, não temos ginecologistas. Isso é um descaso. A mulher tem a necessidade de ser bem atendida, com exames preventivos. Precisamos investir na saúde primária. A saúde preventiva gera economia de recursos municipais”.

Acompanhe as perguntas feitas à candidata

  1. Porque ser prefeito de São Carlos?

São Carlos é uma cidade de extrema importância no Estado de São Paulo e no Brasil. É a Capital Nacional da Tecnologia, com potencial de crescimento e desenvolvimento. E hoje, vimos uma cidade mal administrada. Temos que investir e planejar o crescimento sustentável, para que cresça de forma organizada. Eu quero ser prefeita de São Carlos porque nasci aqui. Eu amo esta cidade. É a cidade onde os meus filhos vão viver. Eu quero a prosperidade de São Carlos. Não apenas para os meus filhos, mas para os filhos de todos os são-carlenses e daqueles que escolheram esta cidade para morar.

  1. Qual é a sua opinião sobre a saúde? e o que pode ser melhorado?
Foto: Divulgação

Eu como mulher – e falando na saúde para a mulher – considero que a saúde municipal está caótica. Nos postos de saúde, por exemplo, não temos ginecologistas. Isso é um descaso. A mulher tem a necessidade de ser bem atendida, com exames preventivos. Precisamos investir na saúde primária. A saúde preventiva gera economia de recursos municipais. Estamos no Outubro Rosa, um mês de conscientização e prevenção ao câncer de mama e não vimos ações de incentivo à prevenção. Ibaté e Itirapina são cidades menores e têm centros de referência à mulher. E a mulher, no nosso governo, será uma das prioridades no atendimento à saúde. Outra proposta: como mãe, sei a dor da mulher que necessita de um pediatra para os filhos. Ela não encontra pediatras nos postos de saúde. Vou trabalhar incansavelmente para colocar pediatras nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Eu tenho projeto para criar um atendimento materno-infantil, que seria exclusivo ao atendimento de mães e crianças.

Na pandemia da covid, vimos crescer o número de pessoas que necessitam de atendimento psicológico. Pessoas que passaram por depressão, que estão em depressão, e na rede pública não encontramos psicólogos e psiquiatras para atender à demanda crescente. Temos que investir em projetos nesse sentido. É um dever do poder público

  1. o que você acha da Educação Municipal? quais são as suas propostas para o tema?

A educação de São Carlos funciona bem, mas isso acontece em função dos excelentes profissionais que temos na rede. Esses profissionais, literalmente, dão o sangue para que as crianças, os jovens e os adultos tenham uma educação de qualidade, para que a merenda seja bem feita e para que todos estejam assistidos. Porém, precisamos de uma revisão no plano de carreira dos servidores da educação. Nós estamos a propor um tempo de permanência maior das crianças na escola, gradativamente, com convênios, como o Mais Educação, que é a recreação, as atividades físicas no contraturno. As atividades de recreação foram um sucesso. E São Carlos teve exemplos exitosos nesses programas como Maurreen Maggi (atletismo) Mônica de Paula (futebol) e tantos outros. Esses profissionais do esporte saíram das escolinhas municipais e hoje não vimos incentivos desse porte. Temos que incentivar atividades no contraturno das escolas.

  1. São Carlos está há seis anos sem a licitação do transporte público. O que você pretende fazer?

A licitação do transporte público é algo sério. Eu vejo muita brincadeira em torno de um assunto tão sério. Um secretário falou que faria a licitação em uma única folha de papel. Isso é uma irresponsabilidade do Poder Público. A licitação precisa ser séria e transparente, dentro da legalidade e sem compromissos com empresários do transporte público. Somente assim, São Carlos fará uma licitação séria. Agora estão falando em licitação do transporte, mas tiveram quatro anos para executá-la. A licitação precisa ser feita de forma responsável, caso contrário a empresa não pode ser cobrada, afinal não tem contrato. E mais: a licitação precisa visar o interesse da população. Esse é o pilar da licitação: visar o interesse público.

  1. São Carlos é a Capital Nacional da Tecnologia. Como potencializar esta condição? Existe uma proximidade entre universidade, centros de pesquisa, Prefeitura e comunidade?

Temos importantes universidades públicas e particular. Essa integração da Prefeitura com as universidades não existe. O Poder Público também não se integrou aos centros de tecnologia. Temos na cidade o Onovolab, o Inova, o Science Park, o Cedin, que está parado... Temos importantes centros de tecnologia e não há integração. Com uma parceria público-privada, por exemplo, conseguimos otimizar projetos. No meu plano de governo, há a proposta de criação de um centro de tecnologia, que visa gerar parcerias com todos esses organismos ligados ao conhecimento e a Prefeitura, integrando, inclusive todas as secretarias da Prefeitura. Atualmente, temos uma dificuldade enorme na saúde, com a carência de informatização. Para saber a disponibilidade de um medicamento, o cidadão precisa encarar enormes filas, faça chuva ou faça sol. Isso poderia ser feito por intermédio de um portal. A informatização vale também para a marcação de consultas. Um centro de tecnologia é um importante aliado para uma administração transparente e gestão de recursos, assim como gestão de projetos. São Carlos perde muitos recursos porque não temos um desenvolvedor de projetos eficientes.

  1. Quais são as suas propostas para melhorar a empregabilidade em São Carlos? De que forma atrair novas empresas?

A melhor forma de gerar empregos é atraindo empresas. Parcerias com o Sebrae podem gerar vagas no setor de serviços, que está em crescimento em São Carlos. A desburocratização de procedimentos nas secretarias municipais representa outro caminho. A construção civil gera muitos empregos e os procedimentos na Secretaria de Habitação são lentos. Os comerciantes ficaram desamparados pela prefeitura após as enchentes no início do ano. Falta do Poder Público um atendimento humanizado ao setor produtivo.

  1. Políticas públicas para os jovens. O que você pretende fazer?

Ao visitar os bairros carentes, os pais desabafam comigo. Estão preocupados com o avanço do tráfico de drogas. O meu governo não quer isso para os jovens. Uma situação de desamparo da Prefeitura para um assunto tão sensível às famílias. Os Centros da Juventude deveriam oferecer mais capacitação aos jovens. Falta acolhimento da Prefeitura. Temos de incentivar os jovens ao primeiro emprego. Esse é um desafio do meu governo: cuidar de pessoas. Dos filhos de nossa cidade.

  1. O que você propõe para melhorar a arrecadação do município?

Há a necessidade de uma revisão efetiva e constante para melhorarmos a participação no ICMS (Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). No ISS (Imposto Sobre Serviços), há muita vazão. A fiscalização precisa de qualificação constante para evitarmos esses gargalos. O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) precisa de cobrança de forma justa. Existem pessoas pagando muito e outras pagando muito pouco. Temos de aplicar a justiça na cobrança do IPTU.

  1. Hoje, o SAAE tem reclamações de desabastecimento em vários bairros e vazamento de água tratada. De que forma melhorar a gestão dos serviços?

O SAAE é uma novela. Vila Prado, Santa Felícia, Aracy, Cruzeiro do Sul... são muitos bairros que sofrem com o desabastecimento. Isso é desumano. É irresponsabilidade. Não dá para culpar o servidor. O que parece é que o SAAE sofre com a falta de planejamento e gestão dos últimos anos e os frutos são colhidos agora. Mais de 40% da água tratada pelo SAAE se perde, principalmente com os vazamentos. Precisamos usar da tecnologia para detectar as perdas, trocar as canalizações antigas que resultam nas perdas. O SAAE precisa de uma reorganização no aspecto operacional, o que não dá é falar em privatização. O SAAE é um patrimônio de São Carlos. O empresário visa lucro com a privatização, quem paga a conta é o cidadão. Não vou permitir interesses escusos de empresários com o SAAE. Privatizar, repito, sou contra.

  1. Quais são os seus planos para evitar as enchentes em São Carlos?

Se algum candidato falar que tem a fórmula mágica para resolver o problema das enchentes, desconfie. O que existe é a necessidade de obras, que são caras e são feitas para mitigar os seus efeitos. Buscaremos apoio junto aos governos federal e estadual para obras. Se os prefeitos dos últimos 8 anos tivessem feito a sua parte, hoje estaríamos em uma situação melhor. No nosso governo, vamos buscar recursos para minimizar o problema. O que eu prometo é trabalhar com responsabilidade.

  1. As políticas habitacionais dos governos estadual e federal foram reduzidas. De que forma, então, reduzir o déficit habitacional?

Infelizmente, a Prohab (Progresso e Habitação de São Carlos) perdeu a sua função. Passou a ser uma “mini Secretaria de Obras”, para fazer praças e quiosques caríssimos. No nosso governo, ela voltará a ser um órgão de importância na habitação de São Carlos. O governo federal não deixou claro os seus programas habitacionais, mas existe um projeto. Temos que buscar incentivos para reduzir o déficit habitacional. Na Secretaria de Habitação, precisamos desburocratizar os procedimentos para que as pessoas construam as suas casas.

  1. O que você promete de diferente dos seus adversários?

Quero trabalhar com transparência, responsabilidade e respeito ao dinheiro público. Na campanha eleitoral, começaram a aparecer as promessas fantasiosas. Prometeram construir 48 creches, quem não se lembra? O meu compromisso é de trabalhar com responsabilidade com o dinheiro público

As suas considerações finais

Chegou a hora de São Carlos experimentar uma administração feminina. A mulher pensa na família e nas pessoas. Quero trazer para o são-carlense, uma perspectiva de vida melhor e que as pessoas possam se orgulhar da cidade onde vivem. O meu compromisso é cuidar de pessoas e das famílias.

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