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sexta, 28 de março de 2025
Tragédia no Planalto Verde

Mãe de crianças que morreram afogadas é presa em flagrante; veja o que diz o BO

07 Fev 2025 - 07h35Por Da redação
Movimentação no local - Crédito: Maycon MaximinoMovimentação no local - Crédito: Maycon Maximino

Segundo o boletim de ocorrência registrado como homicídio culposo, policiais civis foram acionados para atender a uma ocorrência de duplo afogamento em uma residência na rua Francisco Fernandes, Planalto Verde, onde a área já estava sendo preservada pela Polícia Militar. 

No local, foram avistados os corpos de duas crianças, aparentemente sem vida, boiando na parte rasa da piscina, onde se localizam os degraus de acesso. O local estava repleto de populares e, após investigação preliminar, foi identificado que a genitora das vítimas é usuária de drogas e residia de forma irregular na casa ao lado onde o fato ocorreu. Apesar de morarem com a avó paterna, localizada a duas quadras do local, as crianças frequentavam a casa da mãe.

A avó paterna, profundamente abalada, relatou que, naquela manhã, a genitora das crianças, identificada como A.A.S,, de 39 anos,  foi até sua casa e levou as duas meninas, Maria Clara, de 8 anos, e Maria Helena, de 4 anos. Apesar de possuir uma decisão do Conselho Tutelar que lhe concedia a guarda provisória das netas, a avó permitia que a mãe passasse o dia com elas para evitar confusões. O genitor das crianças, possuía uma medida protetiva para manter distância da ex-companheira, mas frequentemente descumpria a decisão. Naquela tarde, ele levou o almoço para as filhas na casa da ex. 

Na piscina, os policiais constataram que Maria Clara usava um top estampado e shorts, enquanto Maria Helena vestia apenas uma calcinha.  Questionada, a genitora das crianças relatou que as filhas subiram sozinhas até a casa dela, lá tomaram café e depois almoçaram quando o genitor das crianças trouxe o almoço - feito na casa dele, alegando que depois das 14h30 levou as crianças de volta, ficando no meio do caminho, não sabendo com certeza, se as crianças chegaram na casa do pai. Questionada com quais roupas elas estavam, não soube dizer.



Ao ser ouvido, o pai das meninas relatou que a mãe de suas filhas teria ido até sua casa para buscá-las para tomar café e no horário do almoço, acabou levando a refeição para ela na casa da ex companheira, apesar de ter ciência da medida judicial de distanciamento e alegou que suas filhas não mais retornaram para sua casa local onde reside com sua mãe, vindo a saber do óbito com o chamado de populares que disseram ter ocorrido o duplo afogamento.

O proprietário do imóvel onde ocorreu o afogamento relatou que, ao chegar em casa por volta das 19h20, encontrou o portão trancado. Ao passar pela piscina, percebeu algo boiando e constatou que se tratavam de duas crianças, de barriga para baixo. Ele acionou imediatamente a Polícia Militar e o SAMU. Ele também gritou por A.A.S., que veio em sua direção aparentemente embriagada ou sob efeito entorpecente. Ao perceber o que teria ocorrido, ela desesperou-se e gritou: "Meus Deus, minhas filhas", em seguida desmaiou.

Os policiais também apuraram, segundo o boletim de ocorrência, que as crianças teriam presenciado por algumas vezes, o proprietário do imóvel abrindo e fechando o portão, fazendo uso de um gancho para puxar a fechadura e abrir o portãozinho de acesso. "Verifica-se que as vítimas estavam na data e hora dos fatos sob os cuidados da genitora e que por descuido e imprudência não observou a conduta das crianças deixando-as livres e ou mesmo sabendo que elas poderiam adentrar no quintal e fazer uso da piscina da casa vizinha - pois eram conhecedoras da ausência do morador. As vitimas deixaram suas roupas (vestido e blusa) na casa da mãe - fato que comprova que ali estavam e que a versão da mãe em dizer que levou as filhas até o meio do caminho não é verdadeira", diz trecho do documento policial. 

Diante da gravidade da situação, a Polícia Civil deu voz de prisão em flagrante a A.A.S. por homicídio culposo, considerando a imprudência da genitora ao permitir que as crianças ficassem soltas e expostas a riscos. A autoridade policial estipulou fiança no valor de R$ 3.000,00, que não foi paga, resultando na transferência da indiciada para o Centro de Triagem de São Carlos, onde aguardará decisão judicial.

Os corpos das crianças foram removidos pelo serviço funerário Grupo Vida e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para exames necroscópicos. Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento. 

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