
Em entrevista concedida nesta semana, o delegado João Fernando Baptista, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos, atualizações informações das investigações sobre latrocínio ocorrido no dia 2 de abril, no prolongamento do Jardim das Torres, que vitimou o mestre de obras Joel de Souza Camargo, 59 anos, morto durante um roubo de motocicleta na frente da esposa. Segundo o delegado, outros dois adolescentes envolvidos no crime foram apreendidos, e as diligências seguem em busca de um quarto suspeito, um adulto que teria dado suporte à ação. Um adolescente de 17 anos já havia sido detido e está na Fundação Casa, segundo a DIG.
"Nós identificamos o envolvimento de três adolescentes e um maior, já no dia 10 nós conseguimos apreender o primeiro deles, que seria o adolescente que teria efetuado os disparos contra o Joel, ele confessou na ocasião, inclusive com riqueza de detalhes. Posteriormente, representamos pela outra apreensão dos outros dois adolescentes, sendo que na tarde de ontem, esses dois adolescentes foram apreendidos e recolhidos à Fundação Casa.”
O delegado também falou sobre o andamento das investigações em relação ao quarto envolvido, que seria um adulto responsável por conduzir o veículo utilizado no crime.
“Esse indivíduo, nós estamos muito próximos de identificá-lo, nos próximos dias, provavelmente, nós representaremos pela sua prisão e provavelmente esse indivíduo também estará fora do convívio da sociedade.”
O delegado ainda lamentou o envolvimento de adolescentes em crimes e destacou o histórico dos apreendidos.
“ Esses adolescentes, infelizmente, eu digo infelizmente como cidadão, como cidadão a gente deseja que todo e qualquer adolescente, criança, adolescente, eles tenham uma boa formação para que ele se torne um cidadão honesto, que crie uma família, que vá trabalhar, que produza. Infelizmente, esses adolescentes, eles têm um longo histórico de envolvimento em vários tipos de crimes, vários atos infracionais correspondentes a crimes, como tráfico de drogas, furtos e roubos.”
Segundo ele, desde as apreensões, os crimes semelhantes na região tiveram queda.
“Após esse crime, a gente trabalha com base nos estatísticos, com base nos registros e nós notamos que principalmente na área de atuação deles, ou seja, naquela região do Jardim Medeiros, Cruzeiro do Sul, toda aquela região, Jardim Botafogo, não houve mais crimes parecidos. Ao longo das investigações, nós apuramos o envolvimento desses três adolescentes em pelo menos outros três roubos praticados de forma muito parecida com a forma que foi o latrocínio que vitimou o Sr. Joel.”
Apesar dos avanços, a arma usada no crime ainda não foi localizada.
"A arma do crime não foi localizada, isso aí tem sido uma prática muito comum, principalmente os autores de roubo, eles, uns três ou quatro anos para cá, eles têm alugado essas armas, na maioria das vezes, eles não têm a propriedade, eles alugam essas armas para qualquer pessoa, para as pessoas conhecidas, justamente para se furtar da responsabilidade penal.”
O delegado também alertou sobre a importância da materialidade do crime e o conjunto de provas para garantir a responsabilização correta dos autores.
“Não só com base na confissão deles, até porque a confissão nem sempre é suficiente, é difícil explicar para as pessoas, inclusive no passado recente, nós tivemos o caso de uma confissão que na verdade, nós descobrimos que a pessoa nada tinha a ver com o crime, ela por um motivo que não cabe agora explicar, ela acabou assumindo o crime e durante todo o nosso trabalho de investigação, uma investigação bem feita na época, nós concluímos que se tratavam de outras pessoas, então a confissão nem sempre, ela pode balizar o trabalho policial. A materialidade do crime vale tudo, né? A materialidade e todos os indícios que são colhidos durante a investigação, né? Isso é o mais importante durante uma investigação para você até, para que a polícia possa apresentar o trabalho dela e o Ministério Público possa fazer a denúncia e processar esse indivíduo para que o juiz, no final, ele tenha subsídio para ou condenar ou absolver a pessoa.”
A DIG segue com as investigações para localizar o adulto envolvido no crime.