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sábado, 19 de julho de 2025
Segurança

"Arquitetaram o crime para se apossar de forma definitiva dos bens", afirma delegada do Deic

Delegada detalha crime brutal em São Pedro e aponta que casal de advogados preso em São Carlos teria planejado assassinato para ficar com patrimônio milionário das vítimas

17 Jun 2025 - 20h00Por Gabriel Peixoto
Delegada Juliana Ricci durante entrevista coletiva na sede do DEIC - Crédito: ReproduçãoDelegada Juliana Ricci durante entrevista coletiva na sede do DEIC - Crédito: Reprodução

A delegada Juliana Ricci, do DEIC de Piracicaba, revelou nesta terça-feira (17) detalhes do assassinato do casal de empresários José Eduardo Ometto e Rosana Ferrari, mortos no dia 4 de abril, em São Pedro. Segundo a delegada, o crime teria sido articulado por um casal de advogados, preso hoje em São Carlos, com o objetivo de se apossar de forma definitiva dos bens das vítimas.

 

"A gente imagina que eles arquitetaram o crime para se apossar de forma definitiva dos bens das vítimas, porque as vítimas não têm descendentes, era um casal sem filhos, os pais também já são falecidos, os bens deles estão no nome dos advogados,  em eles morrendo, quem contestaria isso?", afirmou a delegada, explicando o suposto plano dos suspeitos.

De acordo com a investigação, José Eduardo e Rosana iniciaram em 2013 um empreendimento na cidade de São Carlos, adquirindo 16 flats no chamado "Carmine Bota", projeto que não teve êxito. Diante das dificuldades, os empresários foram ajudados pelos advogados a criarem uma holding para "proteger" os bens — mas essa empresa foi registrada em nome dos próprios advogados. Os imóveis foram transferidos por meio de contratos de dação em pagamento, simulando honorários advocatícios. “Só que só em imóveis, uma média de 12 milhões de reais em honorários, que é um valor um pouco acima da média. Muito, aliás, acima da média”, ressaltou a delegada.

Juliana Ricci também revelou outro ponto importante da investigação: “Nós identificamos que as vítimas... elas eram induzidas a erro, no sentido de que os advogados informavam que tinham custos processuais a serem pagas, as vítimas depositavam dinheiro na conta dos advogados para o pagamento dessas custas, e essas custas não existiam na prática. Nessa indução em erro, houve falsificação, inclusive, de decisão judicial, e foram mais de 2 milhões e 800, mais ou menos, que nós levantamos.”

Segundo a Polícia Civil, o prejuízo total causado às vítimas gira em torno de R$ 15 milhões. A motivação do crime estaria diretamente ligada à decisão judicial de 27 de março, que reconheceu a legalidade da transferência de bens como pagamento de honorários, embora sem conhecimento do contexto fraudulento."No dia 29 de março, nós já identificamos que todos os investigados estavam no local, na Estância Morro Verde, em São Pedro. No dia 4 de abril, as vítimas foram assassinadas", concluiu Ricci.

A investigação segue em andamento e mais desdobramentos são esperados nos próximos dias.

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