A desobediência pode ser uma característica comum entre crianças e pré-adolescentes, mas quando a atitude de teimosia é excessiva é preciso estar atento a um possível, Transtorno de Oposição Desafiante (TOD).
Assim como outras patologias, é importante que os pais busquem diagnosticar este transtorno o quanto antes para evitar que ele traga complicações e prejudique a vida social e o desenvolvimento intelectual da criança.
O Transtorno de Oposição Desafiante é caracterizado por uma atitude reiterada de teimosia, postura desafiadora e comportamento hostil.
Este é um quadro que pode afetar crianças e pré-adolescentes, geralmente em idade escolar.
Ainda não existem causas genéticas comprovadas que possam levar ao desenvolvimento do TOD, mas sabe-se que o ambiente em que a criança convive pode estimular o comportamento difícil.
O não tratamento deste transtorno pode trazer consequências como:
1-Prejuízos na vida social da criança, pois a forte teimosia e os acessos de raiva afastam as outras crianças;
2-Baixo desempenho escolar, porque a criança tem tendência a querer solucionar os problemas sozinha e tem dificuldade para pedir ajuda ao professores;
3-Desenvolvimento de Transtorno de Conduta na adolescência.
Observar o comportamento da criança e procurar tratamento adequado para o problema são atitudes importantes para evitar a evolução do transtorno e para garantir que a criança tenha uma infância saudável.
Como identificar o transtorno?
Apresentar um comportamento desobediente, de vez em quando, não é incomum entre crianças e adolescentes. Ser teimoso, aletoriamente, ou demonstrar raiva por determinada situação também não.
O problema é quando estas são atitudes constantes:
1-Ataques de raiva;
2-Discussões frequentes com pais, coleguinhas e professores;
3-Comportamento vingativo;
4-Atitude hostil;
5-Agressividade;
6-Recusa para obedecer a regras.
A agressividade é uma característica predominante no comportamento da criança com TOD. Para alguns autores, o Transtorno de Oposição Desafiante é uma fase antecedente ao Transtorno de Conduta, ou seja, é uma etapa mais leve, apresentada em uma fase mais nova da vida.
O Transtorno de Conduta é caracterizado por um comportamento violento, pela ausência de preocupação com o bem estar alheio e pela agressividade excessiva.
Tratamentos:
Para evitar que o problema se agrave e ajudar a criança a manter um comportamento que garanta uma infância saudável, é necessário, depois de diagnosticado, buscar o tratamento adequado para o Transtorno de Oposição Desafiante.
Para isso, é indicada terapia, que busca reforçar atitudes positivas e afastar padrões negativos.
Além disso, a parceria entre psicólogos, médicos, pais e professores é fundamental para garantir a melhora no comportamento da criança.
Quando isso acontece, há uma evidente evolução na maneira como o paciente se relaciona com colegas de escola e figuras de autoridade, fato que reflete positivamente na vida da criança.
Infelizmente já vi TODs não tratados evoluírem para Borderlines e por aí afora.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.
(*) A autora é graduada em Psicologia pela Universidade Paulista. CRP:06/113629, especialista em Psicologia Clínica Psicanalítica pela Universidade Salesianos de São Paulo e Psicanalista. Atua como psicóloga clínica. Sugestões: biagian@hotmail.com. Facebook: Bianca Gianlorenço.