sábado, 20 de abril de 2024
Direito Sistêmico

Que é Comunicação Não-Violenta

30 Nov 2018 - 06h00Por (*) Dra. Rafaela C. de Souza
Que é Comunicação Não-Violenta -

A Comunicação Não-Violenta foi criada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg e ensinada há mais que 40 (quarenta) anos por mediadores, facilitadores e agentes voluntários, e vem sendo utilizada por pessoas que desejam intervir e agir com meios práticos e eficazes a favor da paz. A mesma nos mostra como as formas culturais predominantes de nos comunicarmos nos levam a entrar em choque com colegas, familiares e pessoas com opiniões ou culturas diferentes. Rosenberg define-a da seguinte forma:

A Comunicação Não Violenta é baseada nos princípios da não violência. A CNV começa por assumir que somos todos compassivos por natureza e que estratégias violentas (verbais ou físicas) são aprendidas, ensinadas e apoiadas pela cultura dominante. A CNV também assume que todos compartilham necessidades humanas básicas e que cada uma de nossas ações é uma estratégia para atender a uma ou mais dessas necessidades.”

E assim no dia-a-dia profissional podemos implantar essa forma de comunicação no atendimento de nossos clientes, favorecendo os mesmos a implantarem com a parte adversa, mesmo que seja bem complicado no início, mas contribuir fortemente para que os mesmos pelo menos se tratem com cordialidade, principalmente, quando o conflito envolve questões familiares.

A CNV - Comunicação Não-Violenta oferece três pontos de partida para nos conectarmos com o outro: oferecer empatia; expressar suas próprias observações, sentimentos e necessidades; e promover conexão consigo mesmo por meio da autoempatia. E atualmente onde até mesmo verificamos com o mundo digital a falta de conexão ou de conversa entre as pessoas, até mesmo dentro dos lares, a empatia, está se tornando algo grandioso e raro, pois estamos perdendo as habilidades inatas de resolvermos nossos conflitos e de entendermos o “outro”.

O “Conflito” seja ele jurídico ou não, pode servir de instrumento para que desenvolvimento da empatia, ou seja, colocar-se no lugar do outro, mas quando estamos ainda no sentimento primário de raiva, indignação, de não entendimento, torna-se demasiadamente difícil essa postura, a briga, às vezes passa a ser a única forma de comunicação, mas imagine, entre pais, que possuem filhos, como pode perdurar essa situação durante toda a vida? Por isso, o profissional capacitado para esse despertar de um novo entendimento do conflito para seu cliente e bem como abertura de novas formas de resolução dos conflitos, é algo sem retorno, o futuro do Direito necessariamente será pela sua própria natureza, que é humana, por mais inteligência artificial que o permeie, como já está acontecendo.

De acordo com as instruções do livroComunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, de Marshall Rosenberg”, podemos aprender a praticar a CNV, por meio de observações entre as quais a que estão levando você a sentir necessidade de dizer algo; ou até mesmo, afirmando o sentimento que a observação lhe desperta e assim escutar o que o outro está sentindo, declarando a necessidade que é causa de seu sentimento ou adivinhe a necessidade que causou o sentimento na outra pessoa, entre inúmeras outras listadas, são exemplos simples que podem auxiliar qualquer pessoa em situação de conflito e a comunicação não-violenta. Gratidão, bom fim de semana a todos!

(*) A autora é advogada sistêmica, Presidente da Comissão de Direito Sistêmico e da OAB Concilia de São Carlos-SP, formada pela primeira Turma do Curso de Gestão da Advocacia Sistêmica.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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