sexta, 19 de abril de 2024
Direito Sistêmico

Qual a implicação da saúde no direito?

27 Mar 2020 - 07h16Por (*) Dra. Rafaela Cadeu de Souza
Qual a implicação da saúde no direito? -

Existem inúmeras ações judiciais em andamento para fins de que o direito à saúde, previsto na Constituição Federal do País seja efetivamente cumprido. Remédios, cirurgias, a falta de acesso de todas as formas, que geram precariedade e exaustão, principalmente nos que dependem do SUS - Sistema Único de Saúde, e também, de planos de saúde privados.

No site “Ypê Roxo” podemos verificar a seguinte explicação sobre a aplicação do pensamento sistêmico desenvolvido pelo alemão Bert Hellinger: “Por meio da visão sistêmica da saúde torna-se possível, muitas vezes identificar o que originou os sintomas ou a doença do cliente, através da percepção dos vínculos de fidelidade a algo ou alguém em seu sistema familiar, potencializando a ressignificação dessas identificações que o levam a adoecer. É uma forma de levar conhecimento sobre a importância do sistema familiar nas dinâmicas das enfermidades, de modo que a expansão da compreensão conduza à melhoria física.” (grifo nosso).

Portanto, em tempos de um vírus que está trazendo preocupações em todos os países, ou seja, “CODIVID 19”, podemos avaliar quais os impactos na saúde de cada cidadão traz consequentemente em outros, ou seja, na economia familiar e da sociedade, e assim por diante, portanto, as Constelações Familiares aplicadas primeiramente no campo da saúde e depois, no Brasil, no  Direito, e  assim, Dr Sami Storch, Juiz de Direito, cunha o termo: ”Direito Sistêmico”, pode trazer inúmeros benefícios para as soluções de conflitos, sejam eles de ordem pessoal: por exemplo, um problema de saúde, ou de dinheiro, e/ou jurídico, quando necessito de uma ordem judicial para ter acesso ao que legalmente temos direito, e foi negado administrativamente.

A Constelação Familiar foi incluída entre os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em março de 2018 e bem como com medidas  integrativas já oferecidas, esta está ajudando para a prevenção à saúde e melhora do quadro das famílias.  Da mesma forma no Direito, podemos observar esses dados no site do Conselho Nacional de Justiça/CNJ: https://www.cnj.jus.br/constelacao-pacifica-conflitos-de-familia-no-judiciario/.

Portanto, quando se demonstra a oportunidade de tratamento da saúde pelo SUS ou até mesmo pelo Judiciário, por meio das Constelações, o cidadão obtém a oportunidade de estar mais perto da origem familiar da doença ou do conflito jurídico, e com isso, obter uma solução mais harmônica. Mas isso não significa, “magia”, da noite para o dia, a doença se resolverá ou a ação judicial, requer do envolvido a adoção de todas as ações necessárias, ele obtém com a Constelação, um “raio-x”, e a partir daí, deve ser necessário práticas de várias atitudes em prol da solução.

Assim em tempos de crise ou não, a atenção devida a nossa saúde ou aos nossos direitos, podem ser trabalhados de uma forma preventiva, integrativa, e não apenas combativa, como é já feitos há muitos anos. Saúde e direito estão totalmente imbricados, porque quanto “menos” saúde uma população possui mais gastos o Estado terá, e isso gera desequilíbrios e conflitos.

O Direito exercido sob o prisma de concessão de restauração do seu problema na origem, ou até na “cura”, está ao meu ponto humilde de compreensão, mais perto da sua própria natureza.

Tudo que foi reprimido em uma família tende a manifestar-se nos membros menos capazes de defender-se” Bert Hellinger.

(*) A autora é Advogada Sistêmica, inscrita na OAB/SP 225.058 e Presidente da Comissão de Direito Sistêmico da 30ª Subseção de São Carlos.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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